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Ainda sem acreditar no que acaba de ouvir, Dinah estava em dúvida sobre ir atrás de sua amiga ou deixá-la se resolvendo sozinha com seus sentimentos confusos em relação a Lauren.

Jamais poderia imaginar que a mesma pessoa que havia arrebentado uma pessoa de pancada em plena praça pública, na realidade estava ajudando os escravos a se organizarem para fugir de cidade. Jamais poderia imaginar que a mesma pessoa que falavam tanto sobre ter vários e vários escravos, na verdade não tinha nenhum. Só manteve no papel para se passar por algo que não acreditava.

Pensando sobre qual motivo teria levado Lauren a espancar alguém, se fosse somente para manter as aparências não teria sido melhor simular a fuga do falso escravo?

Dinah entendia que por mais nobre que fossem suas razões, ela poderia sim ter sido sincera com sua amiga, ter lhe contado a verdade. Ser honesta. Camila teria ficado do lado dela, a apoiado em tudo que precisasse e poderiam ter conseguido libertar todos, juntas.

Por qual motivo Lauren não falou com ela?

Camila chorou até pegar no sono, estava emocionalmente cansada e sua cabeça não parava de doer. Dormir foi o jeito que seu corpo encontrou para que pudesse descansar um pouco, dar tempo para se recuperar antes que não aguentasse mais.

Dormiu agarrada em um dos poemas de Lauren, parecia ter o cheiro de seu perfume. Tinha tanta saudade no peito que por vezes se perguntava como algo assim pode acontecer. Conheceu a morena dos olhos verdes há pouquíssimo tempo e estava assim, sofrendo por um amor que não sabia da dimensão, não tinha conhecimento sobre isso.

Sonhou com coisa nenhuma. Sua cabeça estava empenhada em lhe fazer descansar por completo e isso incluía não pensar em Lauren. E deu certo.

Acordou se sentindo mais leve.

Sentou por um momento na cama, passou os dedos pelos cabelos, pelos olhos e bocejou duas vezes, esticou as pernas sentindo frio nos pés que estavam destampados e procurou se localizar melhor sobre onde estava.

O suspiro que deu poderia ser ouvido do lado de fora do casebre. Rapidamente se colocou de pé e foi enfrentar sua realidade e seu destino, de peito aberto. Não teria como fugir mesmo, então que fosse logo.

Por outro lado Dinah permanecia na casa, perdendo fios de cabelo a cada dez ou quinze minutos de ausência de Camila. Andava pela sala da casa Jauregui e sempre batia a ponta do bota na quina da mesinha, por isso sempre xingava baixinho. Não era de bom tom uma moça xingando por aí, imagine.

- Será que não está demorando muito? Fazem horas que Camila saiu correndo daqui, Andre. Estou preo...

- Fique calma, Dinah. - Camila entrou pela casa, pisando duro, imponente e com o pensamento formado que fosse o que fosse que ouvisse de Andre, iria continuar sem caminho. - Agora me diga o que mais sabe, Andre.

- Sinto muito, menina. - Remexeu-se no local onde estava sentado, estava desconfortável. - Mas eu não sei muita coisa, de toda forma, o melhor seria que saíssemos daqui logo.

- Qual o motivo da pressa?

- O local para onde temos de ir não é exatamente perto e iremos a pé, iremos demorar dias para chegar.

- Não vamos a pé, temos cavalos Andre.

- Não, senhorita Hansen. Há cavalos para as duas, mas não para mim.

- Podemos revezar e dividir a montaria.

- De forma alguma, fora de questão, senhoritas.

Juntaram o que seria necessários. Andre por motivos óbvios sabia muito mais sobre acampamentos do que as duas, pode fazer uma bolsa com as provisões certas das quais iriam necessitar e assim saíram da casa.

Chains (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora