Opaco

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- Ashley? Não compreendo. Quando encontrou com ela? Como ela soube?

- Na cidade. Encontrei com ela e sua família para traçar alguns caminhos.

- Espera. A família dela também está envolvida nisso tudo?

- Sim. Veja bem, não vou mentir mais e a medida que for me perguntando, posso ir sanando suas questões.

A mente de Camila dava voltas e voltas, se perguntava quem mais estava metido nessa história e chegou a conclusão que provavelmente somente ela e sua família é que estavam de fora de tudo. Que não sabiam o que estava acontecendo bem debaixo de seus narizes. Sentia-se um peixe fora d'água.

- Quem mais sabia de tudo?

- Muitas pessoas estavam envolvidas, incluindo o padre Greg.

Entre conversas, foram praticando a limpeza da arma, algo que era tão importante quanto o seu manejo. Se a arma não fosse limpa, poderia ocasionar em acidente sério para quem a portasse. Na opinião de Lauren, era fundamental que Camila que soubesse limpar a própria arma e Camila pensava que era bom ser independente assim, ainda que fosse com algo mais simples como uma limpeza.

- Estar a falar sério? O padre?

- Sim, há muitos que compartilham do mesmo pensamento que o nosso e acaba por nos ajudar. Não é possível fazer tudo sozinho.

Era mais comum do que se imagina. Muitos ajudavam por acreditar que de fato a causa era justa, que o certo era que todos pudessem compartilhar das mesmas oportunidades. E há quem ajudasse por ver na causa uma oportunidade. Oportunidade de enriquecimento, de ter mais do que se tem, qualquer tipo de oportunidade. Desde que fosse em benefício próprio.

Se fosse possível trazer de volta uma oportunidade que você perdeu, qual traria? É fácil julgar quem aparentemente pensa no próprio umbigo, mas por vezes é essa a atitude que é necessário ter. A questão é se a sua atitude vai ou não prejudicar alguém.

Taylor estava a finalizar suas decisões. Não era líder de absolutamente nada ali, ajudava como podia e era de fato muito boa com estratégias no que poderíamos chamar de pré batalha. Sabia como ninguém quais caminhos tomar e que fosse prejudicar o menor número de pessoas o possível. Era uma guerra, óbvio que contava com várias mortes pelo caminho. Só esperava que não fosse as mortes de seus familiares, ainda que não fosse iludida. Sabia que poderia acontecer.

Iria colocar o último nome e ponderava as possibilidades que aquele nome trazia. Eram muitas.

Cara Delevingne. Havia um certo "je ne sais quoi" que a atraía em direção a loirona alta. Sentia que com ela poderia conversar abertamente, sem receios e amarras, mas tinha medo desse sentimento confuso que habitava seu peito e também não sabia exatamente como se portar em frente a mais velha. Se segurava nas provocações que fazia a sua irmã e ali fingia uma segurança que não tinha. Queria muito colocar seu nome na lista que iria rumo a próxima batalha, mas pensava que com seu nervosismo, isso iria a atrapalhar. Sabia que a mulher se daria bem em acompanhar os mais velhos em segurança, sabia que ela se daria bem em qualquer caminho e a queria junto de si, mas também não queria. Quem consegue entender esses membros da família Jauregui, não é mesmo?

- O que eu faço?

Perguntava a si mesma e não conseguia achar resposta, por mais que tentasse pensar sobre, por mais que tentasse ser somente racional nesse situação. Queria por simplesmente querer que a mais velha fosse consigo, mas no fundo tinha medo de admitir isso em voz alta. Não era dada a interesses amorosos e então imagina se ver assim durante um conflito? Parecia ser inaceitável para si. Não queria continuar tão confusa, isso a embaralha mais do que a qualquer outra pessoa.

Chains (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora