- Eu não acredito que isso aconteceu no quintal da nossa casa, Jaehyun! – Sua mãe gritava com o filho. – Poderia ter se machucado feio em toda essa história!
Já era outro dia e Jaehyun havia decidido faltar a escola e esperar seus pais à tarde, para levar o esporro o mais rápido possível. Ele sabia que seus pais iriam lhe dar um sermão por horas, então, queria se explicar para tentar livrar sua barra.
- Eu não queria isso mãe, mas meu amigo estava em perigo. – Jaehyun estava sentado no sofá da sala, com seus pais em volta do mesmo. – Eu apenas quis ajudar.
- Isso é bonito da sua parte meu filho, mas chamou trezentos meninos para cá, correndo risco para ajudar um menino qualquer que eu sequer conheço! – Sua mãe falou, logo se arrependendo de menosprezar Taeyong.
Jaehyun fechou a cara em questão de segundos.
- Ele não é um garoto qualquer. – Jaehyun se levantou. – Se vocês dois não conhecem sentir a menor empatia pelo próximo, não posso fazer nada.
Jaehyun passou entre seus pais e seguiu para a escada, sem olhar para trás.
- JaeJae! – Seu pai o gritou. – Sua mãe não quis dizer isso! Volte aqui e termine de se explicar.
- Ela não quis dizer, mas disse! – Jaehyun se virou, bufando. – Eu já expliquei toda a história, mas vocês só pensam no meu bem quando eu nem era o mais prejudicado da situação. Se vocês não entendem que eu quis ajudar um amigo, eu não irei força-los a entender nada.
Subiu para o seu quarto, batendo a porta.
Sentia sua ansiedade batendo na porta e lutava para não a deixar entrar. Apoiou suas mãos na escrivaninha e olhou para baixo com os olhos fechados, tentando recuperar o ar. Agora que estava sozinho, podia liberar suas lágrimas sem se preocupar com olhares julgadores em cima de si.
Sentou em sua cama, colocando as mãos no rosto. Chorava baixinho para seus pais não o ouvirem. Sua cabeça doía e seu peito soluçava, denunciando toda a sua tristeza. Jaehyun não aguentava tantas coisas ao mesmo tempo... Yejun, Taeyong, o padrasto louco dele, sua família que só se preocupava com o próprio umbigo e todos esses sentimentos presos dentro do mais novo.
Encostou as costas por completo na cama, olhando para o teto. Em pouco tempo, fechou os olhos, adormecendo em meio a um rio de lágrimas.
- Taeyong! – Jaehyun gritava para o mais velho. – Você tem que parar de se mexer! Assim não consigo tirar uma boa foto sua!
- Mas eu estou agindo normalmente! – Taeyong gritou de volta. – Um verdadeiro artista captura os momentos mais espontâneos de seus modelos!
Jaehyun sorriu. Por um leve momento parou de tirar fotos de Taeyong e refletiu sobre o que estava acontecendo. Estava em um sonho e tinha noção disso. Um sonho lúcido em que se encontrava com Taeyong.
Estavam em um campo cheio de grama verde e flores vivas. O tempo estava gelado, mas o céu completamente azul mostrava o radiante sol que os esquentava e o vento gélido trazia uma sensação gostosa. O clima estava perfeito para um piquenique ou uma seção de fotos, como estavam fazendo.
- Ei, está tudo bem? – Taeyong se aproximou do mais novo. – Você está pálido!
- E-Eu estou bem... – Jaehyun se recuperava de seus pensamentos mais profundos. – Podemos caminhar um pouco?
- Mas é claro! – Taeyong sorriu. – Vamos?
Taeyong estendeu sua mão para Jaehyun e isso lhe causou um enorme impacto. Aquela era uma das imagens mais perfeitas que viu em muito tempo. Taeyong vestia uma camisa social branca de mangas compridas e uma calça escura com um tênis – igual sempre usava. -. Seus cabelos estavam levemente jogados para trás com um aspecto um pouco molhado. Sua sobrancelha também era riscada no sonho, o que o dava mais um charme. Sua aparência era pura e calma, parecia um verdadeiro anjo. Não estava triste e esbanjava um de seus enormes sorrisos que Jaehyun tanto amava ver.
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Entre novas linhas.
RomanceJaehyun sempre evitou os babacas da escola e preferiu se dedicar a sua própria vida. Já Taeyong, preferia bagunçar e festejar o tempo inteiro. Os dois não se batiam de forma alguma, porém, o destino adora brincar com as pessoas. Seriam os dois, "alm...