Passado Mal Resolvido

5. Bianca Andrade

Olá meus leitores amados, enfim, me desculpem a demora. Um beijo e boa leitura.

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Rafaella Kalimann's Point of View 

08:03 AM de 30 de setembro de 2020 

E lá estava ela, Bianca Andrade, - vestindo uma calça jeans básica e uma camiseta de banda na qual eu desconhecia - tal o nome e sobrenome responsável por destroçar o meu relacionamento com a capixaba. E então estávamos lá, em uma ocasião completamente diferente, não sendo confortável para nenhuma das partes.

Notei que Gizelly lutava contra seus instintos, apenas porque tratava-se deste caso. Se fosse em qualquer outra situação, a mais baixa já teria avançando no pescoço da carioca.

-É sério isso? Não tem mais ninguém para me interrogar? - Bianca se manifestou pela primeira vez, apontando na direção de Gizelly -Tem que ser ela? 

-Já chega, Bianca - percebi que a capixaba tinha uma resposta pronta, mas dessa vez tomei a frente da situação e então a defendi -Não tem ninguém melhor nesse país que possa te interrogar, e mesmo se tivesse, nós somos as responsáveis por este caso. Ah, mais uma coisa, peço respeito quando for se dirigir à minha colega, pois não sei se sabe, mas existe lei de abuso de autoridade - ela não disse mais nada, então Gizelly prosseguiu.

-Estou gostando tanto quanto você desse assunto, mas enfim esse é o meu trabalho. Conte tudo que você disse aos policiais, para que possamos dar prosseguimento

-Vocês não leram o processo? - encarei-a raivosa e mesma engoliu em seco -Enfim, como eu já disse. O senhor Francisco permite que todos seus crimes de corrupção sejam visíveis, por que o outro é ainda mais pavoroso. Corrupção no Brasil não é novidade nenhuma, mas agora isso...

-Vá direto ao ponto - Gizelly constatou irritada. 

-Ele usa o dinheiro desviado dos partidos sob o seu comando, para investimento em tráfico de mulheres e prostituição - a sala ficou em silêncio, mas essa informação não me abalou, pois eu já tinha conhecimento sobre.

-Caramba, isso é… - a capixaba estava sem palavras -E você tem alguma prova? 

-Sim, eu tenho algumas, e já entreguei à polícia - a mulher aponta para a delegada Gonzalez, que estava presente no local conosco.
 
A delegada tomou a frente, colocava algumas fotos comprometedores sobre a mesa, e outros poucos documentos que poderiam ter uma utilidade futura. Uma daquelas imagens me chamou mais atenção do que as demais, pois reconhecia a figura que constava nela. E antes que alguém pudesse perceber, tratei de colocá-la no bolso da minha jaqueta. 

22:28 PM de 08 de dezembro de 2020 

Uma data que é impossível esquecer. Meus pais me acompanharam para um escritório localizado no subsolo da nossa casa, utilizado somente para negócios sigilosos. 

Hélio estava lá, sentando ao lado do meu pai, rindo de alguma piada que na qual ele contou. Sentei-me na frente do seu campo de visão, e permiti que meus pais dessem continuidade no assunto.

-Rafa, minha querida - minha mãe começou a falar -Sabemos que seu escritório está abrindo um processo totalmente sem pretexto, que poderá resultar em um prejuízo enorme nas finanças do nosso amigo de longa data, Hélio 

-Continue, mamãe - estava impaciente. 

-Precisamos que você assuma este caso 

-Mas eu ainda não estou formada, eles nunca vão me deixar comandar um caso desses