8. Gizelly, você tem o que? Cinco anos?

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Olá meus leitores. Primeiramente eu gostaria de agradecer os comentários, que sempre estão me incentivando a trazer um novo conteúdo para vocês.
E só pra constar esse foi um dos capítulos em que eu mais gostei de escrever, espero que gostem.
Um beijo.

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Gizelly Bicalho's Point of View

03:18 AM de 05 de outubro de 2020

Passaram-se algumas noites desde a última vez que Hélio entrou em contato com a Rafaella, e depois disso nunca mais voltamos a tocar nesse assunto - apenas quando envolvia o caso, é óbvio.

Elas já estavam no meu apartamento, e eu pude sentir a dor da mineira ao explicar os motivos de estarem ali. A pequena nem pareceu se importar, ela gostava da casa cheia, e uma companhia é sempre bem vinda. Já a outra Kalimann o assunto era diferente, e é evidente que Rafaella não conseguiu achar uma mentira cabível ao momento, então decidiu adiar a verdade. Só contaria para Manoela quando o caso estiver encerrado, e todos em segurança.

Embora tivéssemos ficado anos sem contato algum, Manu parecia gostar da minha presença. Ela sempre apoiou o nosso relacionamento, e não disfarçava as risadas muito bem humoradas quando eu soltava um comentário descontraído.

Havia deixado Rafaella e a filha com o meu quarto, enquanto Manoela se acomodava no quarto de hóspedes. O que me sobrou foi a sala, onde eu passava os canais procurando por um programa que chamasse minha atenção, quando escutei passos vindos no corredor. Apoei meu corpo sobre os meus cotovelos, para poder analisar a figura da pessoa que se aproximava.

A garotinha segurava um bichinho de pelúcia, - que ainda não consegui identificar qual era - em seus braços. Agarrava-o com força como se estivesse com medo de algo ou alguém.

-Titia, tá acordada? - estava praticando sussurando.

-Aconteceu alguma coisa, pequena? - me sentei no sofá e chamei-a para sentar-se ao meu lado.

-Eu tive um pesadelo, e eu não queria acordar a mamãe. Ela não sabe que eu sei, mas eu vi que ela demorou horas para dormir - ela me contava enquanto coçava os olhos castanhos.

-Eu fico aqui com você, vem cá - ela esticou os braços para que eu pegasse ela no colo, e só então que pude analisar a girafinha de pelúcia que estava presa entre os seus braços. Ato esse no qual me fez sorrir ao lembrar do meu "shipper" com Rafaella, inventado por Manu -Quer conversar sobre esse pesadelo?

-Acho melhor não. Não gosto de lembrar - ela deitou a cabeça contra a curvatura do meu pescoço, e aconchegou-se ali.

-Tudo bem então - deitei, e a coloquei sobre a minha barriga, enquanto acariciava seus cabelos que formavam cachinhos nas pontas.

                                    (...)

Não sei o momento exato em que pegamos no sono, pois a única coisa que me lembro, é de despertar com a Rafaella nos acordando. Eu estava odiando dormir no sofá, porque a minha coluna ficava acabada na manhã seguinte, mas essa noite foi diferente.

A presença da pequena fez com que a dor não tivesse importância, pois me ocupei em alisar seus cabelos enquanto observava-a no mais belo sono profundo. Seus pequenos bracinhos agarravam meu corpo como se procurasse algo para lhe transmitir segurança.

Rafaella não escondeu o sorriso no rosto ao se separar com tal cena. Eu estava cuidando da criança, o que tinha demais nisso?

-Eu fiz café da manhã pra gente - a mineira batalhava para acordar a garotinha, que parecia ter gostado da ideia de dormir até mais tarde.

Passado Mal ResolvidoOnde histórias criam vida. Descubra agora