Em outro mundo estou (Lawliet)

Capítulo 8

Angel

   O dia já amanheceu, mas era como se não o tivesse, tudo encontrara nublado e cinza.
   Era o dia de folga dos meus pais e portanto o meu, pois eles apreciavam momentos sozinhos ou seja estarei livre para minha pesquisa.
   Caminhei até meu quarto lembrando do triste fato de não ter pregado os olhos a noite toda olhando os arquivos e para falar a verdade gostei, julgo que vale a pena.
    Durante a madrugada ao lado de Lawliet pude presenciar o quanto ele é concentrado no trabalho, pode parecer estranho mas acho que estou apreciando os momentos com o mesmo, é como se ele fosse parte desse meu mundo solitário.
   Jamais tive um amigo ou pessoa confiável que pudesse conversar e agora a convivência com ele está podemos dizer que interessante, mas também não posso negar que tenho medo em uma decepção.
    O Plano arquitetado para irmos no local foi traçado, vestimos disfarçar no qual considerei estar irreconhecível, usava uma pituca, lentes de contato e um sobretudo no qual cobria boa parte do meu corpo.
   L havia também vestido uma roupa diferente do que costumava usar e seu cabelo e rosto era acobertado por uma blusa de moletom larga.
   Não preciso mencionar que minha mentira em relação estar doente para não ir na aula não funcionou, então pela primeira vez iria matar aula, calor inconveniente, pois hoje a grade de horários começava 13:00 da tarde devido a educação física.
   Estavamos em frente ao laboratório e clínica geral (nicrotério).
  
Angel:- É agora ou nunca...

L:- Já manipulei as câmeras e conferi os registros de funcionários, podemos proseguir.

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L. Lawliet
  
    Podemos dizer que no início esse caso não despertou meu interesse, mas devo admitir que era meu dever ajudar Angel por ela ter amparado apoia quando precisei.
    A cada dia fico mais curioso sobre alguns fatores, o primeiro é que o mistério por traz do caso parece crescer a cada dia.
   O segundo dilema é o de as vezes fragar Angel olhando nitidamente para mim, as vezes essa sorri gentilmente ou fica vermelha, mas o fato é que ela sempre encara a mim com um olhar diferente, não consigo entender a razão.
   Na noite passada quando conversamos sobre a professora Anastácia, notei raiva e desconforto em seus olhos, é como se ela sentisse algo em relação ao fato Anastácia ser gentil comigo.
  Não costumo errar, portanto tenho consciência de Anastácia ser uma grande suspeita, entretanto gostei da inteligência dessa e principalmente de conversar com ela. Por outro lado quando fico ao lado de Angel a sensação é oposta, com ela tudo é diferente, mesmo com pouca idade sinto seu raciocínio ser irracionalmente genial, ela realmente tem potencial para ser uma ótima detetive, sinto desejo de dar proteção a mesma.
   Colocando luvas descartáveis ela começou com o procedimento de decifrar as vítimas, sua expressão de amigável e pacífica passou a concentrada e sem sequer expressão em sua fisionomia.
    Pela abertura das cavidades do cadáver e pelo exame minucioso de suas vísceras essa abria de forma cautelosa o corpo.
  Os órgãos agredidos que podem ajudar na descoberta da causa da morte são retirados e examinados – como um coração esfaqueado ou o estômago, no caso de envenenamento. É feita tanto uma análise geral... Mas nenhum destes testes comprovou a verdadeira causa da morte.
   Logo em seguida essa recorreu a analisar outras regiões do corpo, olhava e dedilhava cada mínimo detalhe, mas nada de anormal foi encontrado no corpo.
   Aparentemente ambos as vítimas possuíam uma saúde boa, sem fraturas ou indícios de outras pessoas que seriam denominados culpados.
    Após algum tempo analisando resolvemos deixar o local por conta do horário e a fiscalização que já haveria de vir.
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Um tempo depois, na casa da árvore...
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L:- Você já está a algum tempo calada, parece outra pessoa...

Angel:- Estou pensando...

L:- Entendo, mas precisamos discutir sobre os próximos passos, talvez devesse nós considerar seguir por outros caminhos, um pouco imprevisíveis, afim de termos uma maior possibilidade de garantir vantagem para o caso.

Angel:- Talvez, sabe como Machado de Assis costumava alegar toda vemos a mesma imagem de ângulos diferentes, então podemos dizer que novas opiniões podem ser viável, como o depoimento da família das vítimas.

L:- É um passo arriscado, mas devo admitir ser inteligente se condisionado da maneira certa.

Angel:- O que quer dizer?

L:- Não devemos expor nossos rostos para exercer tal função, vamos usufruir da imagem de outras pessoas.

Angel:- Caso não tenha notado, você não veio com sua fortuna para essa dimensão e eu sou pobre...

L:- O salário de professor é considerável se investido de maneira certa é bom, mas isso levará algum tempo, porém acho que sei como podemos resolver esse problema, mas falaremos disso mais tarde, agora devo perguntar a você uma coisa incomoda mas não quero que fique constrangida.

Angel:- Qual coisa?

L:- Por qual razão você olha para mim desse modo, isto é, já a fraguei diversas vezes encarando a mim de um modo estranho e não entendo o motivo, poderia me explicar?