VIII: O lugar onde caímos

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Capítulo VIII: O lugar onde caímos 


— Mera, tem que comer um pouco. — Candice adentrou o quarto de Mera devagar com uma bandeja de frutas cortadas em pedaços e um copo de suco de laranja. — E quem sabe tomar um pouco de sol, ver o dia. 

— Mãe — Mera disse sem nenhum tom de gentileza, ela mal tinha dito alguma coisa a manhã inteira, mas já estava começando a se irritar. — Eu quase abortei o meu bebê, a última coisa que eu quero é sair pra ver a droga do dia. 

Candice ergueu as sobrancelhas incrédula pelo tom de Mera, se aproximou da cama ainda sim e deixou aquela bandeja ao lado de Mera. 

— Você quase sofreu um aborto espontâneo, não fale como se fosse culpa sua. — Candice disse mais séria.

Mera balançou a cabeça prendendo os lábios e olhou para o outro lado, as lágrimas estavam enchendo seus olhos de novo. 

— Mera — Era Trisha sussurrando da porta, apesar de Mera não estar falando muito e deixando claro que não queria muitas companhias, seu apartamento estava bem cheio, ela sabia que viriam visitá-la um por vez de qualquer jeito, fazendo-a se sentir pior, ela não era o tipo de pessoa que gostava de ser o centro das atenções em momentos como aquele, preferia ficar sozinha do mesmo jeito que fez em todas as vezes que esteve magoada, a Itália, o apartamento novo. — Zayn já está voltando. Ele não queria sair, mas aproveitou que você dormiu um pouco e que todos nós ficaríamos pra ir falar com algumas pessoas na empresa, vão cuidar de algumas coisas sem ele, Zayn pretende ficar aqui com você. — Trisha sorriu de uma forma gentil se aproximando de Mera na cama.

Mera assentiu, estava com as pernas cobertas pelo edredom da cama e vestia um suéter branco por cima da uma camiseta, a TV estava ligada também, mas ela nem ligava, também não queria que abrissem as janelas e as cortinas, só queria ficar ali até sentir que conseguiria parar de chorar, mas a angústia que estava sentindo não iria se resolver com frutas ou palavras amigáveis. 

A sala de emergência do hospital era muito fria, o gel da ultrassonografia era mais frio ainda e os momentos foram desesperadores. Já no carro Mera tinha vontade a chorar, teve que colocar uma roupa e quando não conseguiu andar depressa por conta das pontadas na barriga, Zayn a carregou pelo estacionamento do hospital inteiro e correu entrando na emergência. 

— O meu bebê. — Mera tinha dito com algumas lágrimas escorrendo pelos olhos quando enfermeiras se aproximaram dela, ela estava tentando manter a calma, tentando não se desesperar, mas estava apertando a mão de Zayn como se fosse morrer. — Não deixe nada acontecer com meu bebê, ainda é muito pequeno. — Ela implorou chorando enquanto uma médica chegava e as duas outras enfermeiras ajudavam na a se sentar em uma das camas ali. 

Zayn explicou tudo enquanto já estavam aplicando uma agulha no braço de Mera, algum medicamento as pressas porque ela começou a ficar tonta, meio sem forças, mas disseram que foi pelo susto porque ela não tinha perdido muito sangue, mas ainda sim não foi muito reconfortante. A explicação de Zayn não havia sido grande, quando chegaram ao hospital verificaram a pressão arterial de Mera, mas o bebê na barriga era muito pequeno ainda para que pudessem verificar a pressao fetal e ter certeza que estava vivo, então se passaram alguns minutos até que um ultrassom pudesse confirmar que não havia sido um aborto de fato, mas tinha sido quase. 

Mera guardou aquelas palavras. 

Tinha sido quase. 

Chegou em casa pela madrugada com Zayn e ele avisou sua família e a dela enquanto Mera tomava um banho, ela ficou chorando sentada na banheira abraçando seus joelhos por alguns minutos enquanto sentia a água do chuveiro cair em suas costas. 

Final Chance | Zayn Malik [concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora