15 - Welcome to the world.

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                 " O tempo corre, e as nossas sensações com ele se modificam."

              _Machado de assis._

- Esse sorvete de morango é tão bom.

Daniel sorriu ao deparar-se com uma das características da mulher que tão pouco conhecia.
A Luísa que não parava de falar por um segundo. De princípio, aquele papel era exercido por si, mas nos últimos dias Luísa lhe tomara o cargo.
Sabia que tal atitude fora tomada por conta da ansiedade, e se pudesse, aliviaria tudo aquilo, se não sentisse o mesmo.

- Eu imagino, esse já é o terceiro. - Brincou, com seu dedo em riste para o pequeno potinho pálido que a arquiteta contia em mãos.

- Posso tomar o quarto? - Pediu, esboçando em seu rosto mais inchado que o normal, a careta pidona.

- O quarto, o quinto, o sexto. Quantos quiser, amore mio. - Cedeu-se a pidança da mulher, rindo levemente ao vê-la comemorar com certa dificuldade.

Com exatas trinta e nove semanas, Luísa se impossibilitara de realizar algumas tarefas que antes eram comuns em sua rotina. Como simplesmente exercitar-se pela manhã, com exercícios leves, que fora indicados pela obstetra. Dirigir havia se tornado uma tarefa impossível, com seu ventre e sua disposição.
Se pudesse, ficaria somente deitada.

- Eu quero sentar, e quero água. - Luísa decretou suas vontades, piscando pacientemente seus olhos cansados.

Não dormia a dias, aquilo era fato.
Não encontrava uma posição que favorecesse-a a ponto de fazê-la adormecer por todo o período da madrugada.

Em um simples aceno, o homem concordará com os pedidos, agarrando delicadamente em uma de suas mãos, que mais pareciam duas bolinhas, pelo inchasso.
Quando localizou uma tenda em meio das demais barracas, guiou-a ate lá, deixando-a se apossar de uma das pequenas mesas multi-cores, para que pudesse ir embusca da água.

Luísa simplesmente amava a feira gastronômica que acontecia somente uma vez por mês em Mônaco.
Após meses sem frenquenta-lá, a morena faltará implorar para que o piloto a levasse até lá, para que pudesse matar sua vontade de sorvete artesanal de morando.

- Obrigada, Dan. Não só pela água, mas por tudo oque vem fazendo durante esses quase sete meses. - Luísa sorriu envergonhada com sua própria confissão, pegando com rapidez a embalagem transparente que fora direcionada em sua direção.

- Você não tem que agradecer, Luísa, isso é uma obrigação minha. - O homem corrigiu-a risonho, puxando a caidera plástificada para que pudesse se sentar. - Tem certeza que já não quer ir pra casa? - Tornou a questiona-la, deixando em explícito a sua preocupação.

Dividir a casa com Daniel era uma das coisas que Luísa não contava que aconteceria de forma tão rápida e inusitada. Sempre quis que tudo acontecesse de forma natural, sem apressamento algum.
Mas o destino se colocou à pregar peças. Nunca imaginou que morar com Daniel Ricciardo seria uma das melhores coisas que pudesse lhe acontecer.

Changes. - Daniel Ricciardo.Onde histórias criam vida. Descubra agora