MABU (Menina Arrogante e Burra)

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TO VENDO QUE VEM COISA FEIA POR AI HEIN!






Poppy on

Quando cheguei à casa do Tronco, a Ísis já estava lá, claro, rindo com a boca inteira, todos os dentes enormes pulando pra fora daquela boca gigantesca e conversando animadamente com ele, perguntando quem eram as pessoas nos porta-retratos, há quanto tempo ele morava lá, quem tinha pintado o quadro da sala... A Ísis era chata. E o Tronco estava encantado por ela: 

Tronco: Oi, Poppy! Que bom que você chegou!

Ísis: A gente estava agora mesmo falando de você. 

Poppy: De mim? O que vocês estavam faland... 

Ísis: Não se empolga, não, Poppy. Não era nada demais. A gente só estava se perguntando se você gosta ou não de queijo. 

Poppy: Claro que gosto, existe alguém que não goste de queijo? 

Tronco: Eu não suporto nem o cheiro!

Ísis: Ele não suporta. Não su-por-ta! *repetiu a chata (cem mil vezes chata) da Ísis.*  Eu também odeio queijo. Não é a maior coincidência? Não é uma coincidência, tipo, louca? Tipo louca e... romântica? 

Louca e romântica? Que frase era aquela? Louca é você, sua burraaaaa!, eu me estressei seriamente. Morri de vontade de gritar com a Júlia e extravasar minha raiva, mas banquei a fina: 

Poppy: Acho que não... Aqueles biscoitos de queijo da cantina você come feliz!

Ísis: Porque eles não têm o menor gosto de queijo, né, Poppy? Ai, Tronco, a Poppy acha que aquilo é feito de queijo mesmo. 

Tronco: Aquilo é isopor misturado com plástico e sal, isso sim

E foi aí que a Ísis me irritou profundamente. Caiu numa gargalhada tão estridente, tão histérica e tão longa que parecia uma hiena alcoolizada. Tronco ficou todo bobo por ter feito a jumenta Ísis rolar de rir com aquela piada ridícula (se é que posso chamar de piada o infame comentário). Era fato: estava realmente rolando um clima entre os dois. Climão. Ela até botou a cabeça no ombro dele para rir mais. E ele bem que gostou, apoiando a cabeça dele na dela. 

Que ódio! 

Cooper e Guy chegaram logo (graças a Deus!) e depois de uma conversinha muito da sem graça para quebrar o gelo nos aboletamos na mesa de jantar para dar início ao trabalho. Finalmente tinha chegado a hora de estudar, não aguentava mais perder meu tempo e minha paciência com assuntos sem relevância.

Sobre a mesa, cadernos abertos, livros, o laptop do Leo, cartolina, lápis, régua, canetas... 

Tronco: Nossa, Poppy, para que tantas canetas? Tem só cinco pessoas aqui!

Poppy: Eu trouxe pra gente caprichar e entregar um trabalho bem-feito, colorido, bonito. Não foi por isso que vocês quiseram meninas no grupo, pra não entregar um trabalho feio? Eu conheço vocês, acham que mulheres servem só para embelezar.

Ísis: Ai, Poppy, não diz bobagem, eu sou menina, mas, tipo, não sou nada ligada nessas coisas de canetinhas coloridas, cadernos fofinhos... Tipo, acho tudo isso, tipo, meio ridículo, se você quer saber. Na boa, cara, a gente já passou da idade

Imediatamente fechei meu caderno da Moranguinho e torci para não seguir meu ímpeto de voar pra cima da Ísis para amassar sua cara de cavalo e fazê-la engolir os 30 "tipos" que ela relinchava por segundo. Controlada a vontade de arrancar com pinça cada pelo do braço daquela menina irritante, comecei a trabalhar com o grupo. 

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