Me deixando de lado?

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BEM VINDOS A MAIS UMA NOVA FANFIC!!!!!!!!!!!!!!! UHUUUUUUU (づ ̄ 3 ̄)づ😃😊😉😘

Tronco: Nossa pra que esse escândalo todo é só mais uma história que vai começar!

Tainá: Bora começar logo que eu não tenho tempo não! Boa leitura! 📖📖



Poppy on

Assim que fechei a porta do carro da minha mãe bateu aquele frio na barriga. Respirei fundo e caminhei na direção do enorme portão de ferro. Era meu primeiro dia de aula na Pop School, minha escola nova. Claro que estava tensa. Onde sentar? O que conversar? Como puxar assunto? Com quem puxar assunto? Antes de ir embora minha mãe deu uma buzinadinha, mandou um beijo e um sorriso fofo, e eu entrei. 

A escola era grande, tinha piscina, quadras de basquete, muito verde onde estava aos pés do Santuário Basílica de Santo Antônio. Bonitona. Bem maior do que a que eu estudava no Rio, onde morei seis anos. Eu fui para lá com 8anos, quando meu pai teve de se mudar de mala, cuia e família depois de ser transferido para a filial carioca da empresa em que trabalhava. 

Gostava muito das minhas amigas do Rio, a maioria eu conhecia desde que cheguei lá. Algumas eram como irmãs para mim. Por isso, fiquei com o coração partido na hora de voltar para Vitória no Espirito Santo, a cidade em que nasci. Mas fiz questão de vir coma minha mãe, ela precisava a minha companhia, ainda mais depois que se separou do meu pai. 

Não, não fiquei triste com a separação. Juro! Os dois viviam brigando, discutindo, dizendo coisas horrorosas um para o outro. Eu chorava, eles choravam, batiam porta, gritavam, ficava o maior climão pesadão lá em casa... A decisão de cada um seguir para um lado foi mais do que acertada. E tomada civilizadamente, o que eu achei muito legal. 

O meu pai voltou para o Rio depois de passar três meses de férias em Vitória aproveitando a família (entenda-se por família eu, ele, mamãe, vovó, vovô... Não disse que a separação foi civilizada? Pois é, meus pais mantiveram a amizade, o que é maravilhoso). Ele foi embora na véspera do meu primeiro dia de aula e prometeu me visitar sempre. Sabia que não o veria mais com a frequência que gostaria, mas optei por ficar com a minha mãe e estava muito feliz perto dela.

 Enquanto caminhava à procura da sala de aula, pensava que era chegada a minha hora, a minha virada, a minha vez de encarar o desconhecido. Do alto dos meus 14 anos, vi minha vida mudar por completo de uma hora pra outra, e precisava olhar para o futuro de frente, sem medo, sem vergonha, sem constrangimento. Porque primeiro dia de aula em colégio novo é ridiculamente difícil.

Será que iam implicar comigo porque eu tinha morado em Rio? Pô, adolescente implica com tudo, por qualquer motivo — e sem qualquer motivo também, vamos combinar. Será que me deixariam de lado, sozinha num canto? Será que me tachariam de chatinha? Será que achariam meu nariz muito grande, minhas canelas muito finas, meu cabelo ressecado, minha voz esganiçada? Será que a comida da cantina era boa? 

Antes de entrar na minha sala, fiquei na porta observando as pessoas que conversavam animadamente lá dentro. Eram amigos se revendo depois dos meses de férias, mostrando fotografias, falando dos presentes que ganharam no Natal, todo mundo alegre, todo mundo rindo muito. Ninguém com cara de peixe fora d'água. Só eu.

Entrei e logo tive a nítida sensação de que era invisível. Ninguém me viu, ninguém reparou em mim, ninguém sequer fingiu ter me visto. Desviei dos vários grupinhos espalhados pelo lugar e escolhi uma mesa perto da janela. Fiquei ali sozinha por um bom tempo, com vergonha de me aproximar de algum grupo. Fingi procurar alguma coisa na minha mochila e tirei tudo lá de dentro. Torcia para que alguma pessoa viesse me dar um oi, um sorriso, qualquer coisa para me tirar daquela aflição de estar completamente sozinha numa sala cheia de gente.

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