sempre vou me lembrar de você (13)

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Naruto On.

Permaneci abraçado a Hinata, acariciando devagar o braço dela por alguns minutos, pensando no que tínhamos acabado de compartilhar. Era uma posição básica no sexo e, apesar disso, eu me sentia conectado à ela como jamais havia me sentido com qualquer outra pessoa. Emocionalmente conectado. Estive prestes a dizer a ela que eu não sabia que era possível se sentir dessa forma no sexo, mas as palavras não chegaram aos meus lábios. Eu tinha pensado melhor. Achei perigoso. Ficaríamos juntos por apenas um fim de semana, nada de mais. Fiquei confuso e não me lembrava de ter passado pela mesma coisa antes. Era uma experiência nova para mim. Confusão indicava possibilidades, escolhas, mas quais eram as minhas opções nessa situação? Não havia nenhuma.
Olhei para Hinata, que deu um sorrisinho para mim e fechou os olhos. Eu me inclinei, beijei suas pálpebras, e ela sorriu. Então voltou a abri-los e me encarou. Hinata subiu na cama, pousou as mãos contra o meu peito, uma em cima da outra, e apoiou o queixo sobre elas, sempre me olhando.

-- Oi. Como você está?

-- Minha avó costumava dizer que estava " feliz como pinto no lixo " quando alguém lhe fazia essa pergunta. Sempre achei essa reposta muito esquisita. Mas foi o que me veio à mente - sorri para ela.

-- Me conte sobre sua avó.

-- Era uma senhora muito doce. Eu passava a maior parte dos verões com ela e, como já falei, também fiquei na casa dela quando a minha mãe ficava internada na clínica de reabilitação. Minha avó me ensinou muita coisa. Fiquei em silêncio por um instante, me lembrando dela, ouvindo sua voz em minha mente.

-- Que tipo de coisa? - perguntou Hinata com uma voz gentil.

-- Todo o tipo. Como cortar a grama, como pegar um gafanhoto, como escolher um melão na feira. - Sorri ao lembrar.- Coisas inúteis para um garoto de Los Angeles. O mais importante, na verdade, não foi o que ela me ensinou, mas o fato de ela se importar em fazer isso.

Hinata assentiu como se entendesse perfeitamente o que eu queria dizer. E talvez entendesse mesmo.

-- Mas ela também vivia triste por causa da minha mãe. - Fiquei em silêncio por um instante. - Minha avó nunca conversava muito sobre a minha mãe, mas dava para perceber que ela carregava um grande arrependimento.

-- Onde sua mãe mora agora?

Olhei para ela, surpreso com a pergunta. Eu não costumava falar muito sobre a minha mãe, nem mesmo com os meus amigos mais próximos, mas já compartilhara tantas coisas com a Hinata que não havia dividido com mais ninguém... Agora já me sentia confortável com qualquer pergunta que ela fazia, achava normal. Confiava nela.

-- Minha mãe ainda mora em Los Angeles. Não muito longe de mim.

Hinata assentiu.
-- Vocês se dão bem?

Suspirei.
-- Sim e não. Falo com ela de vez em quando, mas não somos próximos. Ela leva uma vida mais calma do que quando eu era criança, mas muita coisa aconteceu nesse meio-tempo. Não nos conhecemos de verdade, e é constrangedor ficar perto dela.

Hinata pareceu triste e desviou o olhar por alguns segundos, como fazia quando estava pensando.

-- Ela ainda...

-- Continua atuando?- completei. - Não. Minha mãe mora com um cara. Um idiota. A gente se desentendeu uns oito meses atrás, quando fui visitá-la, e não voltei lá depois disso. Mas pelo menos ela não estava usando nenhum tipo de droga... até onde eu sei.

Hinata manteve a expressão triste no rosto.
-- Sinto muito. - sussurrou. - Sei o que é não ter uma mãe por perto... ou uma que realmente faça diferença. Mas pelo menos tive a minha até os 11 anos.

Meu Doce Veneno-NaruHina (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora