Meu Doce Veneno-NaruHina (Concluída)

(23)

Hinata On.

De alguma forma, mesmo com as pernas bambas, consegui voltar ao meu carro no estacionamento. As emoções me sufocavam. Estava com a sensação de ter tomado sete xícaras de café de uma vez e depois ter sido esbofetada. Afundei no assento do carro, fechei a porta e soltei um longo suspiro. Naruto Uzumaki. Caramba! Era como se uma bomba tivesse sido detonada na minha frente e eu precisasse me examinar para saber onde os estilhaços haviam me atingido.

Parecia que a minha vida que tinha acabado de se explodir em chamas, mas eu não sabia bem como ou por quê.
Tentei clarear a mente. Ok, eu esbarrei sem querer em um homem com quem passei um fim de semana quase cinco anos atrás. Ele me ajudou a descobrir algumas coisas a meu respeito que acabaram influenciando positivamente a minha vida. Ótimo. Nós dois havíamos seguido em frente. Agora estava noiva de um homem que era bom pra mim, um homem que me amava. Naruto se alistou na Marinha, se tornou um SEAL. Caramba! Uma onda de orgulho subiu pelo meu peito. Espera, o quê? Por que eu estava orgulhosa de Naruto? Balancei a cabeça devagar, tentando clarear a mente. Seguindo em frente.

Quando ele me contou que tinha ido me ver em Washington, a tristeza me dominou. Eu ainda achava difícil pensar a respeito. As coisas teriam sido diferentes? Mordi o lábio. Não podia ficar pensando nisso. Se Naruto houvesse aparecido naquele dia, talvez eu não tivesse a vida de agora. Talvez não estivesse com Shino.

Endireitei o corpo, me olhei no retrovisor e franzi o cenho.

-- Recomponha-se, Hinata. - sussurrei para o meu próprio reflexo.

Enquanto dirigia de volta ao trabalho, minha mente permaneceu fixa em Naruto. Minha nossa, assim que eu o vi, achei que ia desmaiar. Fiquei torcendo para que a detetive Kurenai não tivesse percebido o quanto o encontro inesperado me afetou. Que vergonhoso... Eu tinha perdido totalmente a linha.
E agora havia combinado de jantar com ele? O que eu iria dizer pro Shino? Tentei sair rápido da sala do Naruto... Estava tão atordoada com as emoções que me atingiam que mal consegui pensar direito. Mas ele me deteve e eu fui fraca. Meu Deus, depois de todo esse tempo eu ainda era afetada por Naruto. Mas que mulher não seria? Eu achei ele gostoso cinco antes? Pois agora ele estava delicioso, um inferno ardente. De alguma forma, o jeito moleque que ele tinha na época ficou um pouco mais rude, não desapareceu por completo, mas se partiu um pouco... E ele agora mostrava uma tensão que não existia antes. E aquela maldita covinha ainda tinha a sua magia, me deixando trêmula todas as vezes que aparecia quando Naruto sorria.

O cabelo estava mais curto e, embora Naruto continuasse lindo, eu percebi que seus músculos estavam mais definidos, embora escondidos sob o terno. E havia algo no fundo dos olhos dele que eu não encontrei quase cinco anos atrás... será que uma certa sofisticação intelectual? Eu queria saber mais. Que Deus me ajudasse, mas eu queria. Não deveria estar pensando no Naruto dessa forma. Era muito imoral.

Sem mencionar que ele conhecia o homem que eu estava indiciando. - parecia mesmo que eram amigos. Será que haveria um conflito de interesses se eu juntasse com ele? Não, eu acho que não. Naruto não estava envolvido. Ainda assim, eu não mentiria para mim mesma dizendo que seriam apenas dois amigos saindo para um jantar rápido. Éramos duas pessoas que haviam passado um fim de semana fazendo sexo... muito sexo... muito sexo bom.

Minha mente começou a divagar por lugares onde eu não deveria voltar e me controlei. Aí minha nossa senhora das mente poluída! Hinata! Qual é o seu problema?

Sim, talvez não fosse certo mesmo eu sair para jantar com Naruto. Mas queria muito saber como a vida o levou até onde ele estava agora. Queria saber como ele andava. Pensei tanto nele ao longo dos anos... Jantaria com Naruto, colocaria o papo em dia é seguiríamos nossas vidas. Ele morava na mesma cidade que eu. Tudo bem. Sem problemas. Continuei dirigindo e me forcei a não pensar no Naruto durante o resto do caminho até a Promotoria. Tinha ainda o resto do dia de trabalho. Precisava me concentrar.
Shino ficaria fora do escritório pelo resto do dia, preso no tribunal, e agradeci por isso. Eu não conseguia evitar a sensação de culpa por ter feito planos para jantar com Naruto.