Caso Inuzuka (21)

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Outubro, três meses mais tarde.

Hinata On.

Olhei para o diamante no meu dedo e abri um sorrisinho antes de pegar o relatório em que estava trabalhando.

Ouvi uma batida na porta do escritório.

-- Entre! - falei.

A porta se abriu. Shino apareceu e voltou a fechá-la.

-- Oi, minha noiva linda - disse ele.

-- Oi para você também. - falei, sorrindo, mas sem me levantar.

Ele deu a volta na minha cadeira, pousou a mão sobre os meus ombros e começou a massageá-los, enquanto se inclinava e beijava o topo da minha cabeça.

-- Ai.... - gemi. - Não para, está tão bom...

-- Já está terminando? - perguntou ele.

Franzi o cenho.
-- Acho que não. Preciso de mais uma hora.

-- Eu espero. Vamos jantar mais tarde?

-- Ok. Passo na sua sala quando acabar.

Olhei para ele por cima do ombro, ainda sorrindo. Ele beijouo topo da minha cabeça outra vez e saiu do escritório.

Fitei de novo o meu anel. Ainda estava me acostumando a vê-lo ali, já fazia apenas três dias que Shino me pediu em casamento. Recostei-me na cadeira, pensando no turbilhão que havuam sido os três últimos meses: me adaptar ao novo emprego que eu amava, e conhecer Shino, meu doce Shino. Só havíamos namorado por três meses, mas, como eu contei pra Ino e às minhas irmãs, sabemos quando encontramos a pessoa certa. Eu estava com 27 anos. Sabia o que queria. Por isso, quando Shino se ajoelhou durante um jantar no restaurante francês Joël Robuchon, eu aceitei na hora. Ainda não tínhamos marcado a data, mas eu estava pensando em fazer a cerimônia no outono. Olhei outra vez para o anel e voltei a trabalhar.

Hinata off.

Naruto On.

Bebi o restante da cerveja e pousei a garrafa no balcão do bar à minha frente. Lee, sentado à direita, com as muletas em cima do balcão, ao seu lado, gesticulou para o barman pedindo mais duas garrafas.

-- Aguenta firme cara - disse com um sorriso.

Lee olhou para mim.
-- Na última vez que ouvi isso eu estava em um helicóptero e meu corpo jorrava sangue- comentou com uma risadinha.

Sorri sem humor.
-- É. Não posso dizer que me lembro direito daquele voo.

Ficamos em silêncio por um instante, antes que o barman colocasse as garrafas diante de nós. Acenei com a cabeça em agradecimento ao homem.

-- E então Naruto, já decidiu se vai aceitar a dispensa por motivos médicos?

Lee me olhou com cautela e tomou outro gole de cerveja.
Fechei os olhos por um instante.

-- Acho que vou continuar. - falei.

Era grato à Marinha por ter me dado a chance de escolher. No fim das contas, a bala que acertou meu peito por pouco não atingiu meu coração. Um centímetro para a direita e eu teria morrido na hora. As queimaduras nas minhas mãos estavam quase curadas, a não ser por umas cicatrizes superficiais em vários lugares nos meus dedos e nas palmas. Mas o berço atingido demoraria um pouco para sarar. Levaria pelo menos um ano até que eu pudesse voltar a ser um soldado confiável com uma arma de fogo nas mãos. Ia ser muito chato ficar sentado na base, limpando armas, enquanto todos os meus parceiros ficariam indo e vindo, mas eu não tinha alternativa. Lee não teve tanta sorte. Os ferimentos internos provocados pelas balas haviam sido tratados, mas os ferimentos na perna foi sério o bastante para que ele fosse dispensado por motivos médicos, sem escolha. Mas, pelo menos, Lee  não perdeu a perna. Mancaria um pouco para sempre, mas conseguiria caminhar.

Meu Doce Veneno-NaruHina (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora