Meu Doce Veneno-NaruHina (Concluída)

Só pra certificar? (25)

Hinata On.

Bati a porta depois de entrar e respirei fundo, trêmula. Esse encontro não deu certo. A pior parte é que tudo correra bem por um tempo. Eu me diverti com Naruto. Ri mais do que lembrava ter feito em muito tempo. Mas a maldita tensão sexual se instalou entre nós e arruinou tudo. E como eu fui capaz de duvidar que isso aconteceria? Era do Naruto Uzumaki que eu estava falando. Havia enganado a mim mesma porque queria sair para jantar com ele. Como eu era idiota! Eu o beijei. Ai meu Deus. Isso foi traição. Eu traí Shino. E Naruto estava certo, eu é que tinha pulado em cima dele. Pedi a Naruto que parasse e ele acatou. Então uma onda de frustração tão intensa me atingiu que eu praticamente o ataquei - foi como se eu estivesse sufocada e a boca de Naruto continha o oxigênio que eu precisava. Solucei.

Agora estava tudo arruinado. Eu havia chegado a um ponto muito confortável no que dizia respeito a Naruto. Tínhamos nos separado da primeira vez sabendo que não poderíamos ser parte da vida um do outro, mas, sob essas circunstâncias, nós havíamos nos separado nos melhores termos. E eu fora grata pelo papel que ele desempenhou na minha vida. Quando Naruto vinha à minha mente, eu pensava nele como... ternura, eu acho. Mas foi de forma amigável. Ele arruinou tudo. E, de repente, eu voltei a sentir coisas desagradáveis em relação a Naruto Uzumaki.

Fui até o sofá com as pernas bambas e afundei nele, sem nem me importar em tirar o casaco.
A raiva me dominou. Por que eu tive que esbarrar nele de novo? Por que ele tinha que morar em Vegas? Eu estava tão.... feliz, bem! E, de repente, Naruto estava de volta, abalando a minha vida, me fazendo questionar tudo, assim como na primeira vez. Fiquei furiosa. Peguei meu celular na bolsa. Ligaria pra ele e diria exatamente o que eu estava pensando. Quem Naruto achava que era afinal? Como uma pessoa podia ser tão arrogante? Como queria que eu desmanchasse meu noivado cinco minutos depois de estar de volta a minha vida? Sério? Fiquei olhando para o celular, mas logo o deixei cair no sofá quando eu me dei conta de que, de qualquer forma, eu não tinha o número dele. Respirei fundo. Talvez fosse melhor assim. Fazer uma ligação de cabeça quente poderia ser tão ruim quanto mandar uma mensagem bêbada. Fui para o quarto e me preparei para deitar. Esse dia precisava terminar.

[...]

O alarme tocou às cinco da manhã e me arrastei para fora da cama. Não dormi bem. Nada bem. Estava de mau humor e, Sim, ainda furiosa. Não conseguia identificar o que me deixava tão zangada, além do fato de Naruto ter conseguido tirar meu mundo do eixos.... outra vez. Eu deveria ter voado como um morcego para fora daquele hotel no instante em que pousei os olhos nele, parado ali, com todos aqueles músculos, aquele beleza máscula. Ele era o demônio. Um demônio as vezes doce, as vezes engraçado, é verdade. Mas o próprio Lúcifer não era assim? Era dessa forma que ele seduzia, que fazia a pessoa desistir da própria alma só para poder experimentar o sabor daqueles lábios pecaminosos, mostrando a maldita covinha só para piorar a situação.

Saí do chuveiro, enrolei uma toalha no cabelo e outra no corpo, então me deixei cair na cama. Estava sendo muito dramática. Ok, ele me tirou dos eixos. E daí? Tudo que eu precisava fazer era deixar claro para Naruto que eu era feliz com a minha vida, que não iria desmanchar meu noivado por ele, o homem com quem passei um único fim de semana muito tempo atrás.... um homem que eu nem conhecia de verdade, se eu parasse para pensar. Ou conhecia? Franzi o cenho.

O que realmente sabia sobre o Shino? Conhecia família dele. Eles moravam em São Francisco e nos encontramos várias vezes quando eles vieram visitar Shino em Las Vegas. Eram pessoas encantadoras. Eu sabia que Shino queria ser advogado desde garoto. Ele era bondoso, apoiava causas sociais e adorava ler livros de mistério e assassinato. Era um advogado brilhante. Nunca brigávamos, e ele era sempre cheio de consideração comigo. Será que Shino era chato como a Ino disse? Ok, talvez um pouco para ser sincera. E daí? Ele também era estável, sólido e não mantinha as minhas emoções em queda livre como certas pessoas. Eu não magoaria o Shino. Não poderia fazer isso.