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A terapia de Jungkook não fluiu como ele esperava. Quando questionado sobre suas lutas, o garoto travou, incapaz de pronunciar uma única palavra. Um sentimento angustiante invadiu seu corpo, enquanto ele se sentia impotente, incapaz de ajudar a si mesmo.

E depois de trinta minutos, um evento traumático ocorreu. O psicólogo que seus pais haviam escolhido era extremamente religioso, tão religioso quanto os próprios pais de Jungkook. Quando o garoto não conseguiu desabafar, a igreja e seus benefícios foram trazidos à tona durante a sessão.

Jungkook ficou enfurecido. Quando o psicólogo sugeriu que ele fosse à igreja, um surto de raiva tomou conta dele. Ele se levantou e desferiu um soco tão forte na parede que sentiu seu dedo deslocar, mas seu sangue estava fervendo, então ele socou a parede do consultório mais duas vezes, deixando um rastro de sangue.

— Vá se foder! — Jungkook gritou em ódio. — Eu não acredito neste caralho!

Ele simplesmente não conseguia acreditar que seus pais o colocaram para "se tratar" com uma pessoa ligada à igreja deles. O que mais queria era arrancar esse sufoco e aperto no peito de dentro de si, mas só piorou. O psicólogo disse a última frase que fez com que Jungkook saísse do consultório para evitar que quebrasse sua cara: "Quando eu contar aos seus pais o que você fez, você voltará para a próxima consulta mais calmo".

Esse foi o estopim. Jungkook saiu da sala se sentindo tonto pelas fortes emoções que sentiu, e foi para o banheiro da clínica, onde pensou em várias formas que poderia acabar com isso de uma vez por todas. Foi nesse momento que seu anjo da guarda o ligou, exatamente quando ele mais precisava.

Jungkook pegou o celular com as mãos trêmulas, soluçando de tanto chorar, e atendeu sem hesitar ao ver que era Taehyung.

— T-tae, me ajuda... — Jungkook falou com voz vulnerável, e Taehyung quase engasgou do outro lado da linha de preocupação.

— J-jeon? É você mesmo? O que aconteceu com sua voz? — Taehyung perguntou.

— Sou eu... — Jungkook fungou e tentou falar, mas nada mais saiu de sua boca. Está com um nó cego na garganta, seus esforços para conter as lágrimas e conseguir falar eram em vão.

— Onde você está? Eu vou te buscar agora mesmo!

— Vou te passar o endereço.

Jungkook encerrou a ligação e rapidamente compartilhou sua localização. Taehyung sentiu seu coração acelerar de preocupação ao ver que era uma clínica de psicologia e saiu de casa sem nem mesmo colocar uma cueca, vestindo apenas seu pijama.

Ao chegar, Taehyung percebeu que Jungkook estava tão abalado que precisava de apoio para caminhar. A expressão no rosto do amigo revelava uma dor profunda, e Taehyung não conseguia sequer imaginar o que teria causado um impacto tão avassalador. Assim que chegaram à casa de Taehyung, Jungkook teve a oportunidade de tomar um banho quente para se acalmar um pouco mais, e logo após, Taehyung o ouviu com atenção, ficou em choque.

Taehyung teme que Jungkook não consiga mais se ajudar, graças à esse episódio traumático, e também fica aflito ao pensar que seu vício em álcool pode se expandir pra outros níveis a partir de agora.

A crise de ansiedade que Jungkook enfrentou naquela noite foi tão avassaladora que Taehyung não pôde negar o pedido de seu amigo para passar a noite em sua casa. A noite foi difícil para Jungkook, e no dia seguinte ele permaneceu melancólico, incapaz de encontrar motivação para sair da cama. A abstinência do álcool era mais intensa do que nunca, e ele sabia que Taehyung não o permitiria beber tão cedo.

No entanto, a luta interna de Jungkook é intensa. A lógica diz a ele para voltar para a cama e evitar tomar decisões impulsivas, mas suas emoções o empurram em direção à geladeira de Taehyung, alimentando seu desejo ansioso por álcool às sete da manhã.

Sin ( Pjm + Jjk )Onde histórias criam vida. Descubra agora