•𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 41•

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(𝑱𝒆𝒇𝒇 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)---ꕥ---

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(𝑱𝒆𝒇𝒇 𝒏𝒂 𝑴𝒊́𝒅𝒊𝒂)
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𝑯𝒆𝒂𝒓𝒕𝒇𝒊𝒆𝒍𝒅, 14 𝒅𝒆 𝑭𝒆𝒗𝒆𝒓𝒆𝒊𝒓𝒐 𝒅𝒆 2003

Observo atentamente a senhora Janet dando vários chutes na roda do seu carro velho.

Acho que ela precisa de ajuda.
Desço do pequeno muro e começo a caminhar até a senhora Janet.

___ Precisa de ajuda?

Ela levanta os olhos e me encara de forma surpresa.

___ Essa lata velha não tem mais jeito, terei que arrumar esse carro imediatamente.

___ Eu entendo bem de lata velha, minha caminhonete é o exemplo disso. ___ Sorrio e aponto em direção a minha caminhonete. ___ Acho melhor você comprar outro carro.

A senhora Janet acompanha o meu olhar e depois sorrir de mal jeito.

___ Obrigada pela preocupação, mocinha. Você quer entrar e tomar um chá?

___ Claro.

Ela caminha de forma graciosa até a porta da sua casa e a abre, me deixando entrar primeiro.

Sua casa é muito organizada. Parece que cada móvel está em perfeito lugar, todos os quadros alinhados e todos os objetos em ordem de tamanho.
As paredes de sua casa são brancas e a casa transmite uma vibe tranquila.

Ela aponta para o pequeno sofá marrom ao meu lado e sorrir.

___ Eu conheço muito bem o seu pai, ele é um cara bem versátil. ___ Ela diz. ___ Ele estava bem solitário nessa cabana antes de você chegar.

Mal humorada ou não, a senhora Janet é bem observadora.

___ Ele lutou muito para chegar onde chegou. ___ Digo.

___ Nós somos o que temos.

Ela caminha até a sua cozinha, que da sala dar para ter uma visão bem panorâmica das coisas conservadas que tem em seu armário.

___ Já faz um tempo que ninguém vem à Heartfield.

___ Quanto tempo? Desde quando esse mundo ficou em desequilíbrio?

___ O desequilíbrio só foi a cereja do bolo. As pessoas estavam deixando Heartfield antes mesmo do mundo entrar em desequilíbrio.

Ela anda pela cozinha e pega um bule, o colocando sobre o fogão.

___ Pretende ficar na cidade, garota?

___ Sim. Eu nunca devia ter questionado isso.

___ Já passei por isso. Um único momento de fraqueza nos faz pensar que somos incapazes.

Ouço um pequeno murmúrio vindo do fundo da casa.
Olho para trás e vejo uma garotinha passando correndo pela porta de algum quarto e indo para a cozinha.

A garota é linda. Seus cabelos são bem cacheados e ruivos. Seu rostinho é alegre e ela parece uma bonequinha de porcelana.
Seu vestido é rosa e bem chique. Ela está com um pano preto em mãos.

___ O que você está fazendo sua garotinha esperta? ___ A senhora Janet diz enquanto pega a criança no colo.

Eu não sabia que ela tinha uma filha. Nunca vi a garota saindo de casa.

___ Eu estava brincando de cabra cega. Você não veio brincar comigo.

___ Eu estou com visitas.

Ela desce a garotinha do seu colo e a menina me espiona pelo balcão. Ela me olha de forma tímida e se esconde de novo.
Eu sorrio pela sua atitude fofa.

A Janet empurra gentilmente a garota, que caminha lentamente até mim.
Ela força um sorriso bem estranho e depois me encara de forma calma, com seus olhos castanhos claros.

___ Qual é o seu nome? ___ Pergunto.

___ Ariely. ___ Ela diz sorrindo.

Ela solta uma risada e se senta no enorme carpete que tem no centro da sala.

___ Espero que goste do chá de gengibre, era o único que eu tinha. ___ Diz a Janet ao meu lado, com a xícara estendida em minha direção.

Eu pego-a de bom grado e a bebo lentamente. O gosto é bom.

A Janet pega sua xícara e se senta ao lado da Ariely. As duas sorriem divertidas.
Eu me junto a elas, me sentando atrás da garota.

Inspiro o ar e não sinto a presença da garota. É bem estranho uma aura alegre e cheia de vida não ser tão explícita.

___ Eu vou pegar meus brinquedos para mostrar para a Lizzie.

Eu me assusto quando ela diz meu nome. Eu nunca disse meu nome para a Janet e muito menos para a Ariely.
Eu escondo minha surpresa e quando a Ariely vai se levantar, ela esbarra em meu braço, me fazendo derramar o chá no carpete branco.

A Janet coloca a mão sobre a boca para esconder sua surpresa. A Ariely faz uma cara de choro e se afasta do carpete de forma rápida.
Eu não fiquei surpresa por ter derrubado o chá, mas sim na reacão da pequenina.
Parece que está com medo de algo...

___ Meu Deus, o carpete! ___ A Janet grita e começa a esfregar a região que está molhada.

Eu me levanto e começo a olhar ao redor, a procura de algum pano.
Eu corro até a cozinha, pego o pano de prato e volto para a sala.

A Janet pega o pano da minha mão com um gesto ignorante e furioso. Ela passa o pano insistentemente de forma rápida na mancha.

___ Isso sai. É chá, é só lavar. ___ Digo baixo.

___ Não, isso não resolve. Só lavar não resolve. ___ Ela quase grita.

Parabéns Lizzie, você estragou ainda mais a situação.

Ela puxa o pequeno carpete do chão e o tira, levando-o para o fundo da casa.

Fico imaginando se fosse alguma bebida que mancha, tipo vinho.

A garota está imóvel no canto da sala, ainda em choque por algo mínimo.

___ A mamãe é muito conservadora com as suas coisas.

Até demais...

Vejo que atrás de mim tem alguns porta retratos com fotos.
Eu observo as fotos uma a uma e vejo em uma delas a Janet mais jovem, com seus cabelos curtos e ruivos. Ela estava em uma época boa com o seu cabelo.
Ao seu lado está a Ariely, com seus cabelos bem cacheados e sorriso forte.

A Janet está morena hoje em dia, essa foto deve ser antiga. Olho para a garotinha e vejo que ela não mudou nadinha. O cabelo continua do mesmo tamanho e seu rosto continua do mesmo jeito.

Olho para outras fotos e vejo mais uma em que a Janet está com seu cabelo diferente, dessa vez, um preto mediano.
Ela com certeza é uma mulher de fases. Observo novamente a Ariely, que continua igual. Para falar a verdade, ela está igual em todas as fotos.

___ Em que ano você nasceu? ___ Pergunto.

___ 1994.

Olho para as fotos novamente e volto a olhar para a garota.

___ E quando você morreu?

P.s.: Não estou conseguindo fazer upload das fotos na mídia, reconsiderem... kkkkkk

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