Bam! Bam! Bam!
Acordo do meu ‘pequeno’ cochilo com fortes batidas na porta, percebendo ali que acabei dormindo sobre os livros sobre os quais eu deveria estar lendo. Procuro meu celular e encontro em baixo de um livro de sociologia, vejo as horas e acabo por suspirar...
- Oof... parece que ele já chegou né!
Era 19:50 faltava apenas 10 minutos para o jantar. Ainda ouço insistentes batidas e parecem que não vão parar tão cedo. Me levanto para abrir e avisar que já desceria para o jantar, mas antes mesmo de chegar a ela a pessoa do outro lado acabou por se pronunciar:
- Nathaniel dessa para jantar, nossos pais estão esperando.
- Já vou Amber.
- Ótimo! Não demore, sabe que papai odeia atrasos.
Ouço seus passos se afastando e volto para arrumar os livros na escrivaninha, pego um por um coloco o marcador na parte ao qual parei; por fim colocando em seu devido lugar na estante. Ao colocar o último vou em direção ao espelho no canto do quarto e me arrumo, tentando parecer o mais apresentável possível, ao terminar acabo por olhar para minha cama e deixo um suspiro escapar mais uma vez.
- Definitivamente hoje não é o meu dia.
Pego meu celular em cima da escrivaninha e desço para jantar, chegando na sala de jantar vejo Ambre mexendo no celular e do outro lado da mesa nossa mãe que por algum motivo estava encarando o vaso de flores, me sento ao lado de Ambre e espero o último integrante da nossa família chegar. Não demora muito até que possa ouvir os passos daquele homem à quem tenho que chamar de pai, ele descia a escada olhando ao redor com um olhar que tentava demonstrar superioridade, chegando a mesa ele se sentou diretamen-te na ponta pois afinal “era onde o chefe da família deveria se sentar”.
- Boa noite.
- Boa noite. – respondemos em uníssono.
- Já pode servir a mesa Josy. – disse a minha mãe.
Josy começou a servir a mesa, mas ninguém ousou dizer uma única palavra até ela terminar.
- No cardápio de hoje teremos de entrada: Vieiras gratinadas, de prato principal foi preparado um: Penne ao curry com azeite de trufas brancas e por fim de sobremesa temos: brownies de chocolate e sal marinho, desejo-lhes um bom jantar. – dito isso, ela faz uma reverência e se retira.
Começamos a comer em pleno silêncio, a única coisa à ser ouvida naquela sala era o som dos talheres que se chocavam com a porcelana de vez em quando. Era sempre assim mesmo sendo uma das únicas chances que tínhamos de ficar os 4 juntos no mesmo dia, ninguém ali possuía assunto pra falar ou talvez estivessem com medo de um certo alguém.
"Francis"
Com certeza ele nos repreenderia por quebrar uma das regras da casa. A grandiosa regra que diz que: nunca devemos falar a mesa, sem a permissão dele. O que (em suas palavras) seria "extrema falta de educação” algo que um Renouard Blanchet nunca faria.
"Uma das regras mais estúpidas, da grandiosa e magnífica lista de regras dele"
Mas é claro, toda lista de regras possui as suas exceções, e uma delas é a minha irmã! Ela pode fazer diversas coisas que seriam vistas como ‘falta de educação’ e ele simplesmente ignoraria, mas falar na mesa sem a permissão daquele homem? Nem mesmo ela cometeria tal loucura. Já a outra exceção é ele próprio, afinal ele é o homem da casa e pode fazer isso, ele pode até mesmo gritar na mesa, socar ela, pegar as louças, talheres e copos acima dela e tacar-lhes a qualquer direção, puxar a toalha de mesa e respectivamente levar tudo acima dela diretamente de encontro ao chão e ainda assim ele estaria com a total razão.
- Adelaide como foi o seu dia hoje? – ele perguntou em um tom totalmente desinteressado.
- Foi ótimo. Conversei com meu manager e conseguimos um contrato com uma revista que vai fazer o sua nova coleção de inverno, vamos tirar as fotos semana que vem. – a sua voz parecia tão estática quanto seu rosto.
- Entendo, e você Amber?
- Hoje meu dia foi totalmente estressante papai. A professora Delanay ficou implicando comigo, por algo que eu nem fiz! Depois o professor Hugo ainda passou uma prova surpresa que era em dupla mas eu terminei fazendo sozinha porque não havia ninguém para fazer comigo. – ela me olhou com um sorriso sarcástico enquanto falava as últimas palavras.
Nesse exato momento o clima da sala que já era ruim poise a piorar, Francis me olhou com uma cara de quem comeu algo estragado e que mesmo depois de escovar os dentes mais de 10 vezes o gosto persistia em estar lá.
- Posso saber o porque a sua irmã fez a prova sozinha, sendo que ela tem você como irmão mais velho? Você não deveria ajudá-la?
- Eu estava na sala do grêmio na hora da prova. Então não poderia ajudá-la mesmo se eu quisesse.
- É o que você estava fazendo na sala do grêmio ao invés de estar na sala de aula? – se olhar pudesse matar, estaria morto agora.
“Só talvez , eu estivesse um pouco
cansado e quisesse dormir por pelo
menos 5 minutos já que o senhor se
divertiu bebendo demais ontem e
descontando o seu estresse em mim. Mas
só talvez mesmo”.
- A diretora me entregou alguns papéis que deveriam ser olhados com estrema urgência, então como eu não poderia dizer não. Passei o dia no grêmio revisando e corrigido, para que na hora de entregar não houvesse nem um único erro.
- Da próxima vez, tente fazer o seu trabalho mais bem feito! Porque se você fosse bom mesmo teria terminado e ido ajudar a sua irmã – disse completamente sério – Não vou me esquecer que você tirou uma nota baixa bimestre passado, é bom que o seu boletim esteja completamente azul dessa vez! Ou eu e você teremos uma conversa, entendeu?
- Sim, pai.
- Ótimo! Termine seu jantar e volte a estudar, não quero quedas em sua nota.
- Sim. – disse com completo desânimo.
Terminei meu jantar e pedi licença para me retirar, subo as escadas e vou direta-
mente para o meu quarto, tranco a porta e vou para a estante, começando a escolher os livros ao qual irei utilizar. Depois de escolhe-los vou em direção a escrivaninha e me arrumo pra começar a estudar.
- Essa vai ser uma noite longa, mas por algum motivo sinto que amanhã vai ser pior.
...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ......
(Eu pesquisei alguns sobrenomes e resolvi colocar sobrenomes diferentes em alguns deles (que talvez combinem ou não). Eu pesquisei mas não quer dizer que realmente significa aquilo, então caso você saiba o significado do nome/sobrenome, pode colocar nos comentários)
(Renouard: Esse sobrenome é derivado das palavra alemãs 'ragin', que significa "conselho", e wald significa "regra".)
(Blanchet: (pronúncia: Blan-shay) Significado: trata-se de um sobrenome francês descritivo de quem tem cabelos louros.)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Je vous promets
Fanfiction"Se um dia quiser chorar, me chame. Não prometo que te farei sorrir, mas posso chorar com você. Se um dia quiser fugir, não hesite em me chamar. Não prometo que irei pedir pra você parar, mas eu posso fugir com você. Se um dia...
