Por que?

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"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz "

João de Barro

Termino de analisar, assinar e carimbar os últimos papéis, um pouco depois do término da última aula.

- Arf!

Me espreguiço, levanto e começo a me preparar para sair. Guardo os últimos papéis que haviam sobrado em cima a da mesa, pego o álcool, limpo as mesas e subo as cadeiras; varro o chão recolhendo o lixo e o pó que havia ali, logo após isso desço as cadeiras novamente. Pego minha mochila e me retiro da sala.

"Não posso me esquecer que ainda tenho lição de casa para fazer".

Passo pelos corredores verificando se não havia nenhum aluno dentro da escola ainda, afinal era proibido ficar após o horário (é claro que o tomate e o Lysandre ficavam ensaiando no porão após as aulas, mas quem cuida do horário deles é o segurança e não eu). Depois de verificar todas as salas e ver que não sobrará ninguém, decido ir embora.

"Hoje o dia foi realmente cansativo, não aguentava mais ler aqueles papéis".

Enquanto esperava o ônibus, lembrei que hoje é sexta então ele não estaria lá, enfim, eu poderia estudar em paz, jantar em paz, dormir em paz, respirar em paz. Pego o ônibus e vou para casa um pouco mais calmo.

"Minha cabeça ainda dói, acho melhor tomar mais alguns comprimidos".

Começo a procurar pela cartela que Melody havia me emprestado, acho e pego dois comprimidos. Melody havia ido me avisar que iria para casa um pouco antes de eu sair, aproveitei naquela hora para agradecer pelo remédio e dizer mais uma vez que não estava bravo com ela. Ela me pareceu ficar aliviada ao ouvir isso.

Ao chegar em casa, dou de cara com Amber que estava procurando alguma coisa em sua bolsa, me parecia ser importante, pela forma desesperada que ela jogava os objetos que haviam dentro em cima da mesa.

- Quer ajuda?

Ela olha para mim assustada. Como se não esperasse, que mas alguém além dela estaria em casa.

- O que você está fazendo aqui? Não era para você estar no grêmio ainda? - sua voz estava um pouco trêmula.

- Pelo que eu saiba eu moro aqui. E sobre o grêmio, eu terminei as coisas mais cedo hoje, agora vai me responder: você precisa de ajuda ou não?

- Não. Eu não preciso da sua ajuda Nathaniel - guarda os objetos de volta na bolsa e sai correndo da sala.

Resolvo ignorar essa pequena conversa que tive com Amber e vou em direção às escadas, subindo direto para o meu quarto. Adentro o quarto e tranco a porta atrás de mim, deixo a minha mochila perto da escrivaninha e vou em direção ao guarda-roupa, pego uma toalha e escolho uma roupa confortável, logo indo em direção ao banheiro.

Je vous prometsOnde histórias criam vida. Descubra agora