Prólogo

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   31 de Outubro de 1980

      Cora Ravenclaw encarou o bebé nos seus braços, as lágrimas escorrendo livremente pela sua face abaixo.

      A pequena Laurel fitava a mãe, curiosa.

- Desculpa, meu amor... - pediu a mais velha, os olhos safira decorando cada pormenor do rosto da filha - Minha Laurel...

      Remus aproximou-se delas, incapaz de olhar para a mulher que amava diretamente nos olhos. O rosto desgastado e coberto de cicatrizes de Lupin estava desfigurado pela dor, obrigando-o a ajoelhar-se ao lado de Cora, que o fitou com os olhos marejados de lágrimas.

- James... E Lily... - Remus esfregou o rosto, num gesto desesperado - Eles...

      Cora soltou um gemido, pressionando Laurel contra o seu peito.

- Voldemort... Dizem que ele morreu... Que Harry matou-o...

- Voldemort não está morto. - afirmou Cora, abanando suavemente o bebé nos seus braços - Não seria assim tão fácil...

      James morrera.

      A Herdeira de Ravenclaw escondeu o rosto nas pequenas mãos de Laurel, que encarava a mãe como se tivesse muito intrigada com todas aquelas lágrimas.

      O Encantamento já não podia ser realizado.

      Cora estava ciente da profecia dos Herdeiros. Fora a única a ouvi-la diretamente da boca da mulher com a Visão e sabia que a batalha final entre o Herdeiro de Slytherin e o de Grinffindor seria o fim de Voldemort.

      Se retirasse a magia ao Senhor das Trevas, James teria tido hipótese nessa batalha final. Essa magia ficaria em Cora e Voldemort estaria fraco o suficiente para ser confrontado.

       E a Herdeira de Ravenclaw quebraria o seu coração.

       Mas James Potter fora-se.

      O Herdeiro de Grinffindor morrera.

      Não iria haver confronto. O Encantamento de nada serviria.

      E Voldemort voltaria, mais cedo ou mais tarde.

       Remus soluçou. Sequer tinha coragem para dizer a Cora o que acontecera a Sirius naquela mesma noite. A expressão dela era tão devastada que tudo o que Lupin queria era abraçá-la e prometer-lhe que tudo iria ficar bem.

- Remus...

        Os olhos safira de Cora fitaram-no, a seriedade neles assustando-o.

- Se algo me acontecer... Se eu morrer...

- Isso não vai acontecer. - afirmou Remus, abanando a cabeça furiosamente - Não vou permitir...

- Escuta-me, por favor. - pediu, segurando-lhe o braço - Há um testamento na primeira gaveta da minha mesinha de cabeceira. Tem o teu nome lá. Remus... Se algo me acontecer... Quero que sejas o tutor legal de Laurel. Quero que sejas tu o pai dela.

      Remus pestanejou.

- Tu não podes estar a falar a sério.

- Remus, não há mais ninguém em que confie para criá-la! Dumbledore está velho demais para o fazer e Narcissa... - prensou os lábios, incapaz de pensar na melhor amiga que a traíra em nome de um amor tóxico - És o meu melhor amigo, Rem. Por favor, tu amas a Laurel como se fosse tua desde que ela nasceu...

- Porque te amo a ti! - exclamou Remus, pondo-se de pé - Porque sou apaixonado por ti há anos!

- E-eu sei disso e por isso mesmo...

DIAMOND [6] ⚡ MARAUDERS ERAOnde histórias criam vida. Descubra agora