Com os meus olhos esbugalhados fixos naquele ser tão minúsculo, finalmente eu percebia o porquê dele me ter passado despercebido antes. Era um elfo minúsculo, um pouco maior que um inseto. Ele tinha o seu cabelo loiro platinado e comprido. Duas madeixas verdes se sobressaíram do seu cabelo a frente. E sua roupa era verde com alguns efeitos dourados. Mas acima de tudo, o que realmente chamou a minha atenção eram as delicadas asas com penas douradas nas suas costas, e com alguns riscos verdes a sobressair do meio de cada pena.
Ele voou até mim e parou a centímetros da minha cara e fixou os seus olhos verdes nos meus. Aproximou-se e tocou na minha testa com o seu dedo minúsculo, e o mesmo iluminou-se com uma luz verde cintilante e um calor emanou-se para a minha cabeça e desceu pelo meu corpo aquecendo-me até à alma. Quando ele retirou o dedo da minha pele, toda a raiva que eu sentia antes foi substituído por uma sensação de paz e euforia.
- O que fizeste comigo? Que luz verde é essa na minha testa. - perguntei desconfiada.
- Calma, é só a minha magia curativa. Tu parecias precisar dela. - respondeu
- Eu não estou doente. Logo, não preciso da tua magia curativa. - disse sem rodeios. Eu não o conhecia de lado nenhum, obviamente, mais vale prevenir do que remediar, quando se trata de pessoas desconhecidas.
- Eu só tentei ajudá-te a acalmar. - retrucou - A minha magia também serve para acalmar as pessoas. O stress e o nervosismo faz mal à saúde.
Ele continuou a falar o quanto era importante eu ser uma pessoa calma para o bem da minha saúde. Enquanto isso, eu estava fascinada pela beleza do pequeno ser a minha frente que não parava de tagarelar. Confesso que por um momento fiquei enfeitiçada por ele. Tanto que sem me aperceber eu já estava demasiado perto, e eu podia jurar que tinha baba a escorrer do canto da minha boca.
- Uau! És tão pequeno e tão fofo. - disse embasbacada.
Ele parou o que estava a dizer até então e olhou me com uma mistura de aborrecimento e curiosidade.
- Pequeno e fofo? Não tens elogios melhores? - questionou ele ligeiramente aborrecido.
- Não entendo. Eu estou a elogiar-te e tu ficas chateado.
- Chama-se de fofo aos animais. Eu sou um elfo muito poderoso. - ele cruzou os braços. - Não gosto de ser confundido com um animal
- Eu juro que não era essa a minha intenção. Mas ficas ainda mais fofo quando estás chateado. - tentei tocar nas suas asas mas ele fugiu para longe das minhas mãos.
- Não te atreves a tocar nas minhas delicadas asas. - ele voou o mais alto possível e ficou inacessível para as minhas mãos. - Fica longe.
- Eu só queria sentir o toque das tuas asas. Elas são tão lindas!
- Eu quero essas mãos longe de mim e das minhas asas. - Era a minha vez de cruzar os braços aborrecida.
- Tu podes tocar-me na testa, usar a tua magia em mim sem pedir a minha autorização. Mas eu não posso fazer o mesmo? Tu achas isso justo? - Eu podia ver claramente que ele estava a pensar no assunto. Ele hesitou antes de me responder.
- Está bem, podes tocar nas minhas asas. - ele voou até mim e parou à minha frente com os olhos hesitantes fixos em mim. - Mas promete-me que não vais apertá-las e nem amassa-las.
Um sorriso iluminou o meu rosto e tenho a certeza que os meus olhos brilharam de empolgação.
- Eu prometo!
- Estica uma mão, eu vou pousar nela e poderás tocar as minhas asas.
E assim fiz. Quando ele pousou delicadamente na minha mão, as suas asas roçaram ligeiramente no meu dedo indicador. Uma sensação de tranquilidade e euforia tomou conta do meu corpo. A mesma sensação de quando ele tocou na minha testa.
Ele fechou os olhos e esperou pela minha outra mão tocar nas penas douradas. Mas demorei a fazer isso. Eu estava tão maravilhada por ver as penas de perto, que me deixei ficar quieta, apenas a observar todos os detalhes das suas asas. Era a coisa mais bonita que eu tinha visto na minha vida. Levantei a mão e o levei para mais perto dos meus olhos, afim de ver melhor todos os pormenores das penas. Apercebi-me que a linda cor dourada, era nada mais do que várias tonalidades de amarelo misturado com castanho. A luz fazia aquela mistura das duas cores parecer dourado de longe. Levantei a minha outra mão com intenção de tocar nas penas e recuei. Uma sensação de medo entranhou-se em mim. E fiquei na dúvida se deveria tocar nas penas ou não. O medo de estragar aquela obra de arte natural aumentou e com um suspiro deixei a minha mão cair ao lado do meu corpo.
Ele abriu os olhos confusos, e virou a cabeça na minha direção.
- Por que hesitas?
- As tuas asas são tão bonitas. Mas tenho medo de as estragar com o meu toque.
- Não te preocupes. Desde que não sejam apertadas, o seu toque não irá estragá-las.
- Tens a certeza disso? - questionei mais uma vez.
- Sim tenho. Podes tocá-las.
Com mais confiança, levantei a minha mão e toquei em cada asa com o meu dedo indicador. Eram suaves como se fossem feitos de algodão. E isso deixou-me admirada. Nunca tinha tocado numa pena com aquela sensação.
Continua...
Olá minha linda ou meu lindo, aqui está mais um capítulo.
Sabemos finalmente de quem era a voz do estranho no capítulo anterior. Continuaremos a aventura da Risya no próximo episódio que será continuação desse capítulo. Tive que dividir por ter ficado grande.
Algo me diz que esses dois se tornarão inseparáveis. Saberemos o nome dele no próximo episódio.Ficarei ansiosamente a aguardar o seu comentário e voto.
Beijinhos 😘 😘
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AS CRÔNICAS DE ANTALYA [Em Pausa ⏸]
PertualanganO que farias se fosses sugada para dentro de um livro de fantasia? Sobre o olhar atento de Risya, uma adolescente de dezoito anos, o pôr do sol se desenrola como uma história a ser contada apenas a ela. A garota mal sabia que aquele seria o último...