capítulo 8 - perdido

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Deidara narrando

Não acredito que estou mesmo refazendo o caminho só para encontrar aquele imbecil, mas fazer o que, não tenho outra opção.

- eu vou matar ele depois, hm - bufo andando pelos corredores

Como se já não bastasse ter que ir atrás dele, ainda tenho que procurá-lo sozinho nessa escola totalmente vazia. Os outros alunos, diferentes do Tobi, não se perdem do nada.

- ok... eu só preciso seguir o barulho, Tobi não consegue ficar em silêncio nem por um minuto - raciocino enquanto paro no meio do caminho para olhar em volta

Ele não estava na sala de aula e nem no pátio, então só havia um lugar em que aquele cabeça oca poderia estar.

- ...é óbvio, só assim para ele calar a boca - volto a andar apressadamente em direção a cozinha da escola

Se ele não estiver aqui provavelmente foi sequestrado. Sorrio com a hipótese de me livrar dele finalmente. Porém meus sonhos logo se desfazem ao ver que ele realmente estava ali.

- TOBI! - berro totalmente irritado

- AAAAA - ele dá um pulo se encolhendo pelo susto

- o que você está fazendo aqui ainda!? - me aproximo dele

- ahm... aceita bolinhos? - ele me oferece o que estava em sua mão, logicamente já mordido

Olho para o pequeno bolo e depois para ele novamente. Coloco as mãos na cintura e o vejo engolir em seco suas palavras.

- larga isso e vamos logo - o encaro profundamente

- então você não quer? - ele dá um sorriso amarelo tentando me acalmar

- eu vou enfiar esse bolinho em um lugar nem um pouco agradável se você não por ele de volta hm

Ele ameaça rir, mas logo é cortado pela velha senhora que cuidava da cozinha. Ela ficou parada bem atrás de mim, me causando calafrios.

Apertei os olhos e me virei bem devagar, qualquer movimento brusco e sabe se lá o que ela faria com a gente.

- você por aqui? - dou um sorriso nervoso a fim de contornar a situação

Em compensação Tobi fica completamente paralisado, ótimo vou ter que resolver tudo sozinho como sempre. Grande dia.

- quem deixou vocês entrarem aqui? a escola já fechou sabiam? - aquele olhar era de arrepiar qualquer um

Não disse nada por conta do medo que me dominou dos pés a cabeça e apenas olhei para o Tobi. Mesmo sem dizer nada ele entendeu o que tínhamos que fazer, então contamos até três mentalmente e demos as costas para ela, passando a correr como loucos pela escola.

O Tobi pode ser um completo inútil, mas somos tão próximos que nos entendemos apenas com o olhar. Acredito que seja pela convivência diária.

- você tem merda na cabeça? - esbravejo e continuo correndo ao lado dele

- Tobi estava com fome

- já disse que odeio quando fala em terceira pessoa? hm

- você fica falando "hm" sempre e eu não reclamo - ele simplesmente para no meio do caminho e cruza os braços

Arregalo os olhos e seguro a imensa vontade de socar a cara dele ali mesmo. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa aquela mulher aparece de repente.

Então a primeira coisa que penso é em correr, mas como não podia deixa-lo para trás, tratei de agarrar seu braço e fazer com que ele viesse junto.

- para de fazer manha, depois a gente resolve isso - franzo as sobrancelhas o encarando com raiva

Corremos tanto que quando chegamos do outro lado da rua, Tobi se soltou no chão totalmente ofegante assim como eu.

- levanta daí infeliz - me encosto na parede de uma das casas ali

- Tobi está morrendo

- eu vou chutar você e não estou brincando hm

Ele levanta apenas o tronco se sentando próximo a mim e ficamos em silêncio enquanto a respiração ia voltando ao normal aos poucos.

Então me lembro que ainda há um pouco de água na minha garrafinha. Quando a pego vejo que está praticamente vazia, mas dá pro gasto.

- me dá um pouquinho? - Tobi sorri com os olhos fazendo charme

Balanço a cabeça negando e continuo bebendo, parece maldade, mas não quero beber a baba dele depois.

- tabom... - ele se finje de inocente e dá um tapa em baixo da garrafa, fazendo com que quase me afogasse

No entanto me molhei todo e encontrei mais um motivo pelo qual eu deveria rever minhas amizades.

- corre garoto, corre - respiro fundo perdendo a paciência - por que eu vou te matar

- f-foi sem querer - ele põe as mãos na frente do corpo, agora está arrependido né

- sabe o que mais vai ser sem querer? - assim que termino a frase vejo que ele quase soava frio

Então começou a se rastejar devagar para trás e eu o segui como um maníaco prestes a cometer um crime.

- AAAAAAAA - ele se vira e começa a correr pela calçada como se não houvesse amanhã

Antes de tentar alcança-lo o acerto com minha garrafinha, fazendo com que ele abaixasse a cabeça com dor. Mas ainda não me vinguei totalmente.

- DESCULPA DEIDARA-SENPAI - ele salta todos os degraus e desvia das pessoas pelo caminho, faço o mesmo aumentando a velocidade

- JÁ DISSE PRA NÃO ME CHAMAR ASSIM - não estamos no Japão, mas ele insiste em me dar esses apelidos ridículos

- SENPAAAAAAAI - ele levanta as mãos e continua correndo como um retardado

- CALA A BOCA!

- iih ta brabo

Nesse momento meu ódio por ele chegou no limite, por sorte estava próximo o bastante para o agarrar por trás nos derrubando no meio da rua. Aproveito a oportunidade e o prendo no chão tentando enforca-lo.

- aaaaaaaaaaaa - ele faz o maior escândalo

As pessoas em volta nos olham estranho, mas nem se importam a final somos apenas crianças não é mesmo?

- filho de uma rapariga, pede desculpa!

- eu estou morrendo... - ele tosse fazendo drama

- PEDE DESCULPA HM

Ele vira a cabeça de lado e fecha os olhos colocando a língua para fora como se estivesse desmaiado. Obviamente não acredito em sua péssima atuação e bufo rindo.

- para de graça e pede logo - volto a encará-lo com todo meu ódio

Ele não diz nada e continua sem mover nem mesmo um dedo. Então começo a suspeitar que seja verdade a partir do momento em que o cutuco e ele não responde.

- Tobi... oh Tobi... Tobi? - fico o chamando

E quando começo realmente a me preocupar ele vira o rosto e faz a pior coisa que alguém poderia fazer nesse momento. Ele simplesmente olha para mim e começa a rir.

Agora sim ele passou dos limites. Começo a bater nele sem parar,mas nada que eu faça vai pagar a humilhação que acabei de passar. Não acredito que realmente me preocupei com esse idiota por um segundo.

E como se não bastasse, ele ainda tem a ousadia de revidar meus tapas. Depois de alguns longos minutos, chegamos a casa da Konan. Ambos acabados como se um caminhão tivesse nos atropelado.

Anjo de papel - yahikonanOnde histórias criam vida. Descubra agora