- Mas o que... – o mais velho ouviu os passos pesados do pai subindo as escadas.
Temendo que o mesmo pudesse voltar a fim de dizer-lhe mais desaforos, Louis pegou o mais novo pelo braço e o puxou sem nada a dizer até virar a esquina mais próxima.
- O que você tá fazendo aqui? – perguntou irritado, mas controlando o tom de voz para não chamar atenção dos moradores ao redor - Já não fodeu o suficiente com a minha vida? Tem que vir até a minha casa? Sabe que horas são? Isso não é hora de garotos estarem na rua se metendo na vida particular dos outros!
- Não eu...
- Eu sei que você tá puto comigo! Eu não presto, fodi com seus sonhos e parti seu coração. Já entendi, tá legal? – disse impaciente - Sou mesmo tudo isso que você pensa e tudo o que você falou aquele dia e mereci a surra que me deu, mas se quiser bater mais espera pelo menos eu voltar pra escola. Não vem na minha casa fazer isso, caralho. Qual o seu problema?...
- Louis, me estuca, porra! – gritou o menino, cortando a fala do mais velho. – Eu não vim pra isso. Nem pra me meter na sua vida. Digo, eu ouvi a conversa com o seu pai, mas não foi de propósito, só queria...
- Queria o que? Me analisar? Descobrir o que leva um cara como eu ter essa vida? Beleza, agora você já sabe! Meu pai é um filho da puta, minha mãe é a puta e eu sou um merda fodido. Pobre Louis sofrido e injustiçado. Escreva um livro sobre mim, ganhe milhões e me deixa em paz! Quando puder, mande lembranças pra tua mãe.
- Sabe quem minha mãe é? – perguntou Harry, ignorando todo o resto que Louis falou.
O impaciente mais velho revirou os olhos.
- Claro que eu conheço a sua mãe! Anne Cox. A melhor pessoa que já conheci nessa porra que chamo de vida. Como poderia esquecer a única pessoa que se importou comigo? Eu sei quem é ela e... – a mente do garoto fez um clique - Aposto que você só tá aqui porque ela te contou a tragédia da minha vida, não é? E você só veio porque ficou com pena. Acertei? – perguntou com um sorriso amargo. Pena é um dos piores sentimentos para se receber dos outros. Só lembrava o quão miserável ele era.
- Não! – respondeu Harry ofendido – Digo... ela me contou sim a sua história, mas eu não vim aqui por pena!
O mais velho cruzou os braços incrédulo.
- Jura? Então se você não veio por pena, nem pra me bater veio para pedir desculpas. Desculpas aceitas, pode ir embora. – fez um gestou com a cabeça.
- Não, eu não vou embora! – insistiu Harry – Que saco, dá pra me escutar? – nada saía conforme o planejado do mais novo, era de frustrar qualquer um que esse começo de conversa seja infinitamente mais estressante do que foi com Liam.
Sem ter nada a perder depois de tudo, Louis ergueu as mãos como rendição:
- Vá em frente. Sou todo ouvidos. – disse com certa petulância.
Se não fosse sua paciência invejável e a discussão repugnante entre pai e filho que ouvira a pouco, Harry já teria mandando Louis pro inferno e voltado para casa. Mas, ele foi ali com um objetivo e tinha ido longe demais para desistir por qualquer coisa.
- Primeiro de tudo, eu quero sim te pedir desculpas. Não só por que quer que minha mãe tenha me contado, mas porque eu estava errado. Não devia ter te batido daquele jeito. Nada justifica aquilo.
- Claro que justifica. Eu menti pra você, te enganei desde o inicio...
- Violência nunca justifica nada! – reforçou - Não pra mim, eu não sou esse tipo de pessoa. O que aconteceu ontem foi errado, eu estava errado independente de tudo e ponto final.
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Incondicional (LS|ZM)
FanfictionHarry é estudante do ultimo ano colegial e desde os 11 anos é apaixonado por Louis, que estuda na mesma escola. Descobre que ele é um garoto de programa um dia depois de ficar com ele em uma festa. Mas, apesar o coração partido, Harry descobre segre...