Você? pt1

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POV DANIEL

  O Elídio me beijou, ele fez isso do nada, eu não consiguia tirar a mão dos meus lábios, fazia muito tempo que não sentia uma coisa assim.

   Eu estou me sentindo um adolescente, com a Giovana não tinha essa mágica, nós dois nós acostumamos em um relacionamento que a família queria.

   O elevador chegou no meu andar, sentei no sofá com um pouco de dor e fiquei encarando aquele cartão, passei horas pensando em ligar para ele, mas eu havia acabado de sair de um relacionamento.

   O Elídio era um cara bacana, bonito e tinha algo que sempre me encantou, pessoas que fazem as coisas que querem, mas eu estava muito machucado e isso era ruim, eu precisava me curar antes de me envolver.

   Eu sempre acreditei em que tudo acontece por um motivo, e eu sei que se fosse para ser o universo daria um jeito de arrumar as coisas.

  Amanhã já era segunda-feira e eu teria que ligar para o senhor Sanna, explicando minha falta, dessa vez pelo menos era um machucado real.

(...)

  - Bom dia senhor Sanna.

  - Nascimento você está atrasado e provavelmente irá faltar de novo.

  - Sábado eu me acidentei e o médico passou um atestado de trinta dias.

  - Daniel eu mantenho você aqui por causa da minha amizade com sua família, mas você está faltando muito depois do seu termino.

  - Eu entendo o senhor desconfiar, mas dessa vez é a verdade.

  - Daniel eu não posso manter aqui dentro da empresa, eu preciso do seu serviço, mas eu irei ter que contratar alguém mais responsável.

  - Senhor Sanna, eu preciso do emprego.

  - Daniel eu já tomei minha decisão, quando puder venha assinar os papéis, tchau.

  - Tchau.

  Que merda, minha vida estava indo de mal à pior, perdi minha namorada de anos e agora meu emprego, e para completar ainda estava morrendo de dor.

   Diante dessa situação, eu irei ter que cumprir minha promessa feita ao meu pai, mas isso séria horrível.

  Enquanto eu estava me afundando mais em meus pensamentos, meu celular tocou e é claro que ele sabia de tudo.

   - Daniel, eu te dei uma oportunidade de conseguir sua independência longe dos negócios da família, porque você não queria ser um mimado e queria mostrar que era capaz, mas você falhou e mostrou ser um moleque.

  - Pai me entenda, eu não queria ter feito o que eu fiz, mas eu estava frágil e outra eu quase morri sábado em um acidente.

  - Isso só mostra o quão irresponsável você é, eu não duvido que você estava bêbedo Daniel, você estava bebendo não era?

  - Eu não tive opção e acabei passado do meu limite e bebi muito.

  - Ainda bem que sua mãe não está mais aqui para ver o homem que o filho dela se tornou.

  Nessa hora o choro entalou na garganta, minha mãe morreu quando eu tinha quinze anos, ele morreu com uma doença sem cura, e nessa época meu pai se atolou nos trabalhos do escritório, meu irmão mais velho foi embora de casa e eu comecei namorar com a Giovana.

  - Você não vai falar nada Daniel, nem tentar se explicar.

  - Pai me dá mais uma chance.

  - Se você fosse como seu irmão, ele foi embora e criou suas próprias coisas sem ajuda.

  - Pai esse é meu primeiro erro.

  - Você sabe que não é, eu te eduquei da melhor maneira, você estudou nas melhores escolas e me apronta isso.

  - Pai ...

  - Daniel vai resolver os papéis da sua demissão e eu vou te dar mais um tempo para tentar ajeitar sua vida.

  - Obrigado pai, eu prometo dar um jeito.

  - Daniel você tem seis meses.

  - É o suficiente, eu vou te provar que eu mereço essa chance, tchau pai.

  - Eu espero não me arrepender, eu te amo, isso é para seu bem, tchau.

(...)

  Fui na empresa no mesmo dia, porque eu queria começar minha tortura o quanto antes, o senhor Sanna era empresário na área de construtora, então eu como advogado era responsável pelos papéis de contratação.

  Cheguei na empresa e já fui direto para a sala do senhor Sanna.

   - Daniel você é um excelente profissional, mas esses erros são inadmissíveis, pode ficar despreocupado que eu irei dar boas recomendações sobre você.

  - Obrigado.

  - Sorte do seu pai ter um filho HOMEM como você.

  Não entendi porque ele falou aquilo, mas assinei os papéis e fui embora.

  Eu desci aquele elevador muito mal, passei pela aquela recepção e em pensamento dei adeus a empressa em que estava trabalhando à três anos.

  Mas quando estava na porta indo embora, vi alguém conhecido.

  - Elídio?

O encontro improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora