Você? Pt2

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POV ELÍDIO

  Eu estava me sentindo um adolescente, eu nunca tinha feito aquilo com ninguém antes, mas não sei o porque o Daniel mexeu comigo.

  Chegando em casa fiquei olhando para o meu celular e nada do Dani ligar, pensei que ele devia estar me achando um louco, então fui fazer algo para comer e escutei meu celular tocando, peguei e nem olhei quem era.

  - Oi Lico.

  - Que droga é você Andy, quer dizer me perdoa Doutor Bizzocchi.

  - Você ficou chateado? E aliás você estava esperando quem ligar?

  - Fiquei não eu te chamei pelo apelido no hospital pela força do hábito e eu estava esperando o Daniel me ligar.

  - Daniel é o moço do acidente? Vocês tem alguma coisa? Eu não sabia.

  - É do acidente, e eu conheci ele no dia que batemos o carro, quando eu levei ele em casa eu dei um beijo e entreguei o meu número para ele.

  - Que estranho eu nunca vi você fazendo as coisas desse jeito.

  - Ele tem algo de especial, mas ele deve me achar um louco.

  - Eu estou ligando porque eu termeinei o meu plantão agora, e ontem você tinha ficado de se assumir para sua família, como foi?

  Eu não consegui me segurar para não chorar, embora eu não gostasse de demonstrar fraqueza, com o Andy eu consegui me abrir.

  - Respira fundo Lico, se não quiser falar, eu entendo.

  - Eu quero e preciso conversa com alguém, ontem foi corrido e eu nem parei para pensar em tudo que aconteceu.

  - Eu estou disposto a te escutar.

  - Ontem foi um dia normal, todos estavam muito felizes, então depois do jantar eu contei que era gay e a minha mãe não falou nada só chorou muito e o meu pai me odeia.

  - Lico eles precisam de um tempo, eles vão te aceitar, eles te amam muito.

  - O Gustavo falou isso, mas eu não sei lidar com isso, eu nunca briguei com os meus pais.

  - Eles estavam de cabeça quente, e eu te aconselho ir conversa com seu pai.
  - Mas e se ele me humilhar?

  - Vai preparado para isso, mas se você não fazer nada, você vai ficar com a consciência pesada, se ele não quiser conversar você pelo menos tentou.

  - Eu vou amanhã na empresa dele.

  - Fica tranquilo que eu vou estar aqui para te apoiar no que você precisar, agora eu vou dormir, até amanhã.

  - Obrigado, eu não sei o que eu seria sem você, boa noite e até amanhã.

(...)

  Eu acordei hoje, fui até minha empresa e resolvi tudo o que eu precisava, deixei tudo pronto para ir falar com meu pai.

  Nunca fiquei tão ansioso, meu coração estava acelerado, mas eu precisava tentar.

  Eu fui o caminho todo no automático, provavelmente tinha pego multas, quando cheguei na empresa fiquei horas olhando para tentando entrar, mas não tive coragem e estava indo emboras mas escutei uma voz familiar.

  - Elídio?

  Quando eu me virei para ver quem era, vi um homem branco e cabelos pretos, ele estava ainda mais lindo, então fui na sua direção e o abracei.

  - Dani.

  - Ai! Que surpresa te encontrar.

  - Me desculpa esqueci que você está ferido, eu digo o mesmo Daniel.

  - Tem nada não Lico, eu vim assinar meus papéis de demissão.

  - Você trabalhava para o meu pai? Que mundo pequeno.

  - Espera, você é filho do Senhor Sanna? Que coincidência, ele e meu pai são amigos de muito tempo e como eu nunca te vi?

  - Eu não sou muito de vir aqui e eu nunca fui de sair com os amigos da família.

  - Eu sabia que ele tinha outro filho, mas eu só conhecia o Gustavo.

  - Parece que temos muito assunto para conversar, vamos até a cafetaria.

  - Vamos sim.

(...)

  Nós entramos em uma cafetaria perto da empresa, e sentamos na mesa em um canto mais afastado para conversar.

  - Como você está se sentindo Dani?

  - Sinceramente não sei dizer.

  - Meu pai pode ser um pouco difícil, eu estava indo resolver um problema com ele.

  - E por que você não entrou?

  - Porque eu te encontrei e depois eu converso com ele.

  - Eu vi que você estava indo embora antes da gente se encontrar, você está bem?

  - Muito observador você Daniel, mas eu não sei se estou preparado para falar com ele, sábado antes do acidente eu assumi para a família que eu sou gay e o meu pai não aceito muito bem.

  - Bem-vindo ao clube de quem tem problema com o pai.

  - Você também é e o seu não aceitou.

  - Na verdade eu sou bi, mas meu problema é outro, nesse sentindo meu pai me apoiou, mas o problema é que eu perdi meu emprego e ele quer que eu volte para casa para ajudar nos negócios da família.

  Bi? Eu tinha esperanças com ele, mas ele provavelmente não falou do beijo porque ele odiou.

  - Eu acho que posso te ajudar.

  - Como?

  - Você pode trabalhar na minha empresa, o que você faz mesmo?

  - Eu sou advogado, mas não precisa fazer isso.

  - Olha o universo agindo de novo, eu estou precisando de um advogado, vamos fazer assim quando seu tempo de repouso acabar você começa trabalhar.

  - Elídio você é um anjo, obrigado de verdade.

  - Daniel eu estou precisando também, vai ser bom para os dois.

   - Lico, seu pai vai repensar o que ele te falou, você é muito especial para ele te perder.

  - Obrigado Dani, antes que eu me esqueça me passa seu número, porque eu te passei o meu ontem.

  - Ontem nem deu tempo de ligar para agradecer, esse aqui é o meu número.

  - Salvei Dani.

  Passamos aquela tarde toda conversando, e era realmente agradável ficar perto dele.

O encontro improvávelOnde histórias criam vida. Descubra agora