Tá tudo dando errado.

750 70 166
                                    

Jessica estava arrumando sua mochila para ir para a escola, assim como qualquer outro dia. Caminhava de um lado para o outro pegando coisas completamente aleatórias, como sempre fazia antes de ir para a escola, já que nunca dava importância para as aulas. A menina dava pequenos pulinhos por ali e pequenos pulinhos para lá, enquanto ouvia a música em que estava viciada no momento. De tanto que Tiffany insistiu para a menina ouvir a música que ela não tinha um pingo de interesse em ouvir, acabou dando uma chance para Shawn Mendes. Por mais que a castanha não seja uma louca apaixonada por ele como a amiga.

Jessica era lésbica assumida desde seus doze anos, quando começou a gostar de Tiffany no ensino fundamental. Agora que tinha dezoito anos, vivia indo ao banheiro feminino da escola para ver se conseguia alguma coisa interessante antes das aulas tediosas. Diferente da Jung, Tiffany nunca sentiu atrações por meninas, mas nunca negou que, talvez um dia, pudesse experimentar algo diferenciado.

Tiffany eram uma das meninas mais bem faladas da escola, sempre envolvidas em um grupinho de fofoca ou em um grupinho de brigas escolares típicas. Mas, Jessica era completamente o contrário da amiga, pois sua fama era um pouquinho diferente e nem um pouco clichê. Pura ironia.

Jessica era conhecida como "A garota que só dorme". Os alunos da escola sabiam que a menina tinha o dom de dormir em qualquer tipo de aula, seja ela interessante ou não. A verdade é que Jessica nunca foi de estudar muito, ela nunca foi aqueles tipos de aluna que abrem o livro para ler em casa ou que simplesmente se identificava com alguma matéria específica, por mais que gostasse um pouco de artes.

Jessica era aquele tipo de aluna que, quando tirava um cinco em alguma prova, ficava feliz como uma criança que ganhou doce. Por mais que ela dormisse muito, ela também tinha um pouquinho de fama por matar muitas aulas e fazer trote com os novos jogadores de futebol e basebol da escola, uma vez que já era uma veterana.

– JESSICA! – A menina ouviu seu pai gritar do andar debaixo. Odiava quando o mesmo fazia isso.

– QUIÉ?! – Ela respondeu tentando fechar sua mochila, mas estava com bastante dificuldade.

– VOCÊ ESTÁ ATRASADA, DESÇA AQUI AGORA QUE VOU TE LEVAR PARA A ESCOLA! – A garota bufou ao ouvir as palavras do pai, ela detestava receber carona do mesmo. Pegou sua mochila e quase caiu para o lado com o peso da mesma, ela estava parecendo uma tartaruga com aquela mochila nas costas. – JESSICA!

– EU TÔ INDO, INFERNO! – A garota respondeu pegando seu celular e seus fones em cima do seu criado mudo ao lado da cama. Pegou sua jaqueta no apoio da porta e saiu de seu quarto.

Assim que fechou a porta de seu quarto, colocou as mãos nos bolsos de sua calça para ver se tinha pego o dinheiro que devia à Tiffany desde semana passada e viu que estava ali, em um de seus bolsos. Suspirou pesadamente ao descer suas escadas, observando e repudiando completamente as fotografias que sua mãe fazia questão de deixar expostas para todas as visitas verem o quanto ela era esquisita quando era mais nova, balançando a cabeça negativamente e terminando de descer as escadas.

Viu seu pai a esperando na porta juntamente de Krystal, que mexia em seu celular sem esboçar preocupação alguma com o horário. Krystal era como Jessica, só que a única diferença é que ela só tirava notas altas e conseguia enganar todos com seu falso moralismo. Era como um pequeno diabinho criado em sua casa, mas a Jung mais nova a amava.

Seu pai a olhou como se fuzilasse a mesma com os olhos, tendo apenas um sorriso amarelo de Jessica como resposta. As duas meninas foram até a cozinha se despedir de sua mãe e voltaram para a porta, saindo pela a mesma enquanto via o seu pai destravando o carro com as chaves.

Jessica desceu os dois degraus da porta de sua casa lentamente vendo o tempo aberto logo de manhã, fazendo a mesma ficar com uma careta de decepção em seu rosto. Quando abriu a porta do carro de seu pai, instantaneamente pegou seu celular e seus fones de ouvido, pois sabia que lá vinha sermão do cara rabugento do banco da frente.

Minha Professora ParticularOnde histórias criam vida. Descubra agora