Pense em Las Vegas, adicione muitos shots de tequila e duas pessoas que se odeiam. Imagina o resultado? Um contrato assinado pela Marilyn Monroe em uma capela!
Trícia Torrez é uma mulher bem sucedida e independente, que luta todos os dias para esque...
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— Trícia! – Fecho o olho com força. Não, não, não. Ela não pode ter visto isso!
— Tá fazendo o que aqui, bebê? – Coloco as duas mãos na cintura, sentindo o gosto da humilhação amargar minha boca e a observo fechar a porta de correr atrás do seu corpo.
— Te ver. – Suas sobrancelhas estão unidas, e não gosto de como isso parece. Ela sabe.
— Eu estou ótima. – Passo as costas da mão no nariz e fungo, revirando os olhos. Tris sabe que estou chorando, é inútil tentar – Sabe como eu sou, me sinto ignorada e me comporto como uma mimada chorona. Provavelmente bebi vinho demais.
Ela concorda com a cabeça, mas não me responde, apenas tranca a porta.
— Que foi? Está tentando se esconder do loiro oxigenado? – A provoco, mas nenhum humor passa por seu rosto. Os olhos grandes e castanhos não desviam dos meus.
Ela definitivamente sabe.
Isso não está acontecendo!
— Eu te amo. – Ela fala de forma firme. – E eu nunca vou julgar você sobre isso.
Minha boca abre e solto todo o ar dos meus pulmões. Sei que minha cara é de desespero, sei que as lágrimas voltam, então aceito a derrota e começo a soluçar como uma louca.
— Tudo bem, está tudo bem. – Trícia me puxa para um abraço e sinto minhas pernas falhando. – Eu vou estar aqui, sempre. – Ela me aperta enquanto senta no chão comigo.
A abraço como um bote salva vidas e deixo o choro sair, com uma mistura de angústia e alivio. Não é a primeira vez que choro por Robert, mas é a primeira vez que não preciso fazer isso sozinha. Ela sabe que traí a confiança de Cameron, que venho mentindo por anos, que sou egoísta e horrível.
— Tris. – Me afasto para olhar seu rosto, que me sorri fraco. – Por favor, eu imploro, não conta para a Cameron, ela vai me odiar, eu não... Eu estou com tanta vergonha. — Minha voz sai falhada pelos soluços, mas eu não me importo.
— Não. – O quê? Ela vai contar! – Não tem que sentir vergonha. – Seus polegares secam minhas lágrimas. – Cameron já fez muita merda para ficar com quem ela ama. E eu vi a conversa, você ama o Coronel.
Sei que meu rosto se contorce e não consigo sustentar seu olhar.
— Eu acho... Acho que nesse momento eu o odeio! Odeio por me manter em segredo, odeio por sempre jogar toda a culpa nos meus ombros, por fazer eu me sentir inferior, pelo ciúme doentio que sinto cada vez que ele está acompanhado. Eu o odeio por me transformar no esboço da mulher que eu poderia ser.
