Capítulo 2

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  Quando acordou , o mar balançava com um pouco mais de maestria e o barquinho ao qual estava alojado , estava preso a um barco um tanto maior , que se possível ver descreveria como um grande barco forjado no coração da era barroca , e com características indiscutíveis da idade gótica , suas laterais saltavam os olhos para os detalhes . Contavam histórias de tempos ancestrais , eram talhados santos e deuses de culturas que a muito se extinguiam . Ventura via que o rapaz se mexeu .

—já acordou criança - disse em tom jocoso - .

—Eu não sou criança , e imagino que sim ... já que eu não enxergo nada como saberei se não estou dormindo .

—Deves saber pequeno , deverá saber - falou Lucca que já recolhia os remos e os prendia nas laterais do pequeno barco .

Ventura se virou , e contemplou a criatura , semelhante a um verme bebê que não sabia se queria crescer ou continuar comendo folhas para o resto da vida , terrivelmente um adolescente

—amarre as cordas nos cantos do bote .

Com muito esforço e ainda custoso Apollo tratou de ajudar na tarefa .

-Iris , peça para que puxem !! - bradou Ventura

-tudo bem .- disse um voz distante , mas não muito , não o suficiente para erradicar a curiosidade de Apollo .

Foi uma simples frase , mas incrivelmente fascinante para despertar a curiosidade de Apollo parecia uma voz jovial , de tons médio aveludada . Ele logo a associou a voz de uma mulher , mas não tinha certeza afinal tudo aqui era um tanto escuro . Apollo olhava os reflexos deles enquanto subiam o barquinho , no grande espelho negro , e tudo que mostrava era silhuetas , e como eram semelhantes , tão incrivelmente semelhantes .

A luz azul destacou , algumas coisas , Iris estava com um chapéu imenso que cobria-lhe quase a totalidade do rosto .

O barquinho chegou a posição lateral do barco , e já estava sendo providenciada ajuda para descer as malas do rapaz , Noah e Elis se mostravam muito dispostos a ajudar , e trataram de carregar os materiais para o aposento do rapaz , que era como um cão cego .

-vamo pule - ordenou Iris

-Não sei pra onde , não me sinto bem , estou deveras fatigado .

-Melhor assim , você vai se acostumar - pegou a mão de Apollo - vamos de um passo você consegue .

Foi um passo desastroso , não sabia se era pelo toque ou se era por não ver ,como aparentemente tudo que faz desde que tinha seus 13 anos de idade , foi um tropeço e quase caiu , mas íris o segurou e olhou nos seus olhos , como qualquer drama romântico prediz . Apollo ficou lisonjeado ali nos braços de íris .

-Vamos , se disponha , não sou sua muleta !

-A angústia ... a angústia é a muleta da vida - uma voz um tanto quanto rouca veio de trás deles -

-Bom di..; Olá , senhor ?

-olá , rapaz . - existia um certo grau de empate na voz .

-Você parece um pouco triste - olhando para um lado onde aparentemente não havia ninguém .

Um trovão estrondoso , que seria ouvido a distância pelo próprio Beethoven soou quando ele afirmou tal sentença .

-não tenhas tanta certeza , isso é perigoso por aqui , a Angustia é a única coisa que se pode confiar , ou melhor , deveria ?

-Não sei , deveria ?

-Hahahah - uma risada um tanto acolhedora , que Apollo logo identificou a um idoso .

Das Angústias do Mar NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora