Capítulo 26

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- Pronta?

Hero me perguta, quando eu abro a porta do carro do seu irmão e me sento no banco do passageiro.
Depois que Hero saiu do meu consultório eu recebi mais alguns pacientes, concluindo assim mais um dia de trabalho.

- Sim, estou pronta.

Eu digo para Hero, ao mesmo tempo em que lhe dou um sorriso confiante e tranquilo, muito embora eu não sinta nenhuma das duas coisas.
Eu direciono o meu olhar para a janela, e fico torcendo para que Hero demore o máximo possível para nós chegarmos no endereço que a minha mãe me deu e que eu falei para Hero.

- A propósito, quando nós chegarmos lá, mantenha aquela cara seria que você fez quando nós nos conhecemos, e que você faz toda vez que encontra alguém que não conhece!

Eu digo, depois de alguns minutos de silêncio.

- Você sabe que não precisa me pedir isso, não sabe?

Hero perguta, com somente uma das suas covinhas aparecendo, e eu concordo com a cabeça, porque sei que Hero nunca tira a sua " cara de mau" quando conhece alguém pela primeira vez.

- Eu sei, mas nós estamos prestes a entar em um bar de um menbro de gangue, então é melhor estarmos preparados para tudo. Eu, por exemplo, trouxe uma faca por precaução .

Eu comento, e Hero me olha extremamente assustado, e até divertido com a ideia de eu estar com uma faca.
Eu levo minha mão até o meu tênis de cano alto, e tiro de dentro do mesmo um canivete suíço, que eu abro e mostro a Hero a minha faca.

- Olha, eu sei que parece engrassado, mas eu passei dezenove anos com a minha mãe, então acredite, isso pode ser necessário.

Eu digo enquanto volto a guardar o canivete no meu tênis, e Hero concorda com a cabeça, muito embora eu sei que ele pensa que eu realmente não preciso de uma faca .

- Eu também pensava que isso não era necessário, mas uma vez, quando eu tinha uns dezessete anos, eu entrei no meu quarto e vi o namorado da minha mãe na época parado de frente para a minha gaveta de roupas, cheirando as  minhas calçinhas!
Eu gritei para ele sair do meu quarto, e ele veio para cima de mim. Por sorte, eu fui mais rápida, corri até a cozinha e peguei uma faca.
Até hoje eu não sei se foi a expressão no meu rosto, ou a faca afiada na minha mão, talvez os dois, mas o homem se afastou de mim. Então, a partir desse dia, sempre que eu vou ver a minha mãe eu levo uma faca comigo!

Eu conto, mas Hero não me olha nos olhos, ele apenas concorda com a cabeça e continua dirigindo.
Eu olho para a janela, e fico admirando as casas e prédios de Chicago, enquanto meu namorado dirige até o bar do novo namorado da minha mãe.

- Chegamos!

Hero diz, quando estaciona o carro do seu irmão mais velho na calçada do outro lado do bar.
Eu saio do carro, e respiro fundo enquanto encaro o bar caindo em pedaços.
Eu e Hero atravessamos a rua, e assim eu o último abre a porta do bar o cheiro de tequila e maconha invadem as minhas narinas, mas o que é pior, é que nenhum dos dois odores me surpreende.
Eu vasculho o bar com os olhos, mas não demoro muito para encontrar uma mulher atrás do balcão, com cabelos loiros sujos e  bagunçados, agora cortados na altura da sua orelha.

- Quem é o gostoso ?

Minha mãe perguta, quando eu me aproximo do balcão sujo, com Hero nos meus calcanhares.
Eu olho para a mulher na minha frente, e não me surpreendo com seus olhos vermelhos, e suas roupas sujas e apertadas. Minha mãe sai de trás do balcão, e eu tento não reparar no seu top preto, que mostra descaradamente os seus seios, e na sua calça verde escura toda manchada. 

A Psicóloga Onde histórias criam vida. Descubra agora