Eu confio em você

463 23 13
                                    

Em uma das poucas vezes que Lindsay deixou Halstead dirigir, sem ele pedir ou eles começarem uma leve discussão, eles foram em silêncio para o apartamento dela. Ela estava com sua cabeça apoiada contra a porta olhando para a rua enquanto o vento batia em seu rosto, ela estava refletindo sobre tudo o que aconteceu e no momento não queria falar nada.

Halstead batia o olho nela a cada 2 minutos, intercalando seu olhar para a estrada e pra ela, ele não fez nenhuma pergunta e nem iria, queria deixá-la com seus pensamentos e esperaria ela dar o primeiro passo. O caminho todo foi em um silêncio completo, o rádio estava desligado, ninguém conversava, era apenas a respiração de ambos e o vento que invadia a janela do carro mas mesmo assim não era constrangedor, era aconchegante. Erin gostou de se sentir segura e confortável ao lado de Jay, ele a apoiava sem exigir nada em troca.

Eles finalmente chegaram no apartamento dela, ela não precisou pedir pra que ele subisse pois ele queria ter a certeza de que ela ficaria bem. O caminho até a porta de entrada seguiu com ambos caminhando em silêncio e sem se encostar, Lindsay abriu a porta e se virou para Jay antes que eles seguissem pelo corredor.

"Obrigado" ela agradece, seus olhos estão vermelhos, não de chorar mas sim de segurar o choro, ela se recusava derramar uma lágrima por causa daquele homem. Sua voz foi calma e doce, quase inaudível quando ela disse a primeira palavra desde que saíram do distrito e antes que Jay pudesse dizer que não era necessário tal agradecimento, ela fechou o espaço que havia entre eles e selou os seus lábios ao dele, um beijo tão calmo mas cheio de significado, terno e de agradecimento. Ela se afastou lentamente mas sem tirar as mãos que repousaram em cada lado do rosto dele quando ela o beijou. "faça amor comigo" ela pede, quase como um sussurro e o encara. 

Jay apoia uma de suas mãos na cintura dela, a outra apoia em seu rosto suave e com o polegar ele faz carinho em sua bochecha após colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha. Seus olhos se fixam no dela antes de responder a pergunta dela. "Eu adoraria" ele sussurra de volta, sua voz no mesmo tom que o dela e ele continua. "Mas não assim" ele diz mais firme em suas palavras. "eu quero fazer amor com você mas não quero que seja porque você está triste ou com raiva, quero que você saiba o que estamos fazendo, por nós" ele diz com um tom doce em sua voz. Talvez a recusa de se deitar com ela a faria ficar com raiva mas pelo contrário, lágrimas se acumularam nos olhos delas pois nunca nenhum homem foi tão gentil, Jay não queria usar ela, ele queria ama-la e isso era algo novo pra ela e trazia bons sentimentos.

"Tudo bem" ela concorda com ele sem questionar "mas fica comigo, eu não quero passar a noite sozinha" ela pede e Jay aceita e então eles entram no apartamento dela. "eu preciso de um banho, você me espera aqui?" Ela pergunta depois de oferecer que ele se sente no sofá e se acomode.

"Claro" ele sorri pra ela e antes dela ir pro banho ela vai até a cozinha e pega um cerveja "minhas cervejas estão acabando" ela comenta quando entrega a cerveja pra ele "mas fica a vontade pra pegar outra quando quiser" ela oferece e vai para o banheiro de seu quarto. Jay percebeu que além das cervejas estarem acabando ela não comeu quase nada durante o dia pois na hora do almoço eles deixaram a comida na metade por terem descoberto uma pista do caso que estavam trabalhando, então enquanto ela toma o banho ele sai e vai comprar bebidas e algo para comerem.

"Que cheiro é esse?" Ela termina o banho e sai estranhando o cheiro de comida que exala por toda a casa. "onde você conseguiu essas coisas?" Ela pergunta ao ver sua bancada cheia e Jay tirando as coisas da sacola.

"Bom, o cheiro é de tacos." Ele sorri tirando eles do saco e mostrando pra ela e antes de continuar ela o interrompe.

"Tacos? Não acredito" ela pergunta animada e feliz, sua feição mudou totalmente do que ficou o dia inteiro, além de estar morrendo de fome ele comprou a comida favorita dela. Ao ver aquele sorriso genuíno estampado de orelha a orelha ele prometeu mentalmente a si mesmo que tentaria ao máximo nunca ser o motivo dele se apagar.

Linstead - SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora