Como qualquer outra noite de novembro, a Sra. Moon preparou um chá de camomila levemente adoçado com mel e fechou as janelas da cozinha assim que as primeiras gotas de chuva caíram do céu.
Como qualquer outra noite de novembro, Sr. Moon a esperava c...
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O caos era contagiante, dobrando cada rua e canto da pequena cidade.
Os Moon atravessaram o córrego e apenas seguiram seu caminho em direção à casa de Lúcio, tentando não pensar no elefante branco na sala.
Nádja mal percebeu quando tomou a frente do irmão, seguindo o tão conhecido caminho para a casa de Lúcio Valmir. Quando alcançou a cerca de madeira quebrada, atravessou pela rachadura que já estava ficando pequena para ela e o irmão. Eles estavam no terreno baldio. Bastava atravessar a rua para chegar ao prédio do homem.
Nádja deu um passo à frente, mas Caubi a puxou, fazendo-a se abaixar ao lado dele.
- Está maluca?!
- O que foi?
- Não sabemos o que tem lá fora.
- E acha que estamos seguros aqui? - Nádja podia ser mais nova, mas sempre fora corajosa. Corajosa demais. Caubi se perguntava se não beirava à estupidez. - Vamos encontrar Lúcio e Luana. Vamos voltar pro nosso pai e vamos dar o fora daqui. Se não estiver de acordo, é melhor me dar a arma.
Caubi viu seu queixo cair. Não sabia se estava ofendido, com medo, ou inspirado. Não esperou nem mais um segundo para atravessar o terreno em direção à rua, seguido pela irmã.
Estavam ambos próximos demais do prédio de Lúcio.
Foi quando Caubi viu.
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Incontáveis foram as noites em que Caubi acordou com a imagem na cabeça.
No fim daquela rua, há menos de trinta metros dele e da irmã, um beco escuro escondia uma figura comprida, de pele tão pálida que parecia transparente. Tinha o corpo de um humano, mas definitivamente não era parecido com ninguém que ele já tenha visto. Com seus pelo menos dois metros de altura, os dedos longilíneos destacavam-se na escuridão. Estava nu.
Caubi sentiu os pelos da nuca se eriçarem. Petrificado de medo, tentava se mexer, mas não conseguia. Algo não o deixava se mexer, ele lembra. Ele lembra de como o maxilar tremia, se lembra de como sentiu as lágrimas brotarem nos olhos com o medo, se lembra de querer correr, gritar, atirar, e se lembra principalmente da sensação de seu corpo não lhe responder.