4. Estrada

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A pequena Luana estava encolhida no abraço de Caubi, segurando um choro que precisava sair

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A pequena Luana estava encolhida no abraço de Caubi, segurando um choro que precisava sair. Caubi olhava fixamente para frente, para as costas do banco de Lúcio, que dirigia a toda velocidade em direção à extremidade da cidade.

- Pra onde está indo? - Nádja perguntou, segurando-se ao banco do carona com tamanha força que poderia rasgar o estofamento. - Tem que voltar pro meu pai!

- Seu pai mandou vocês até mim e eu vou mantê-los em segurança, Nádja.

- Não pode deixá-lo!

- Nádja. - A voz de Caubi a fez voltar-se para trás. - É o papai. Ele sabe o que está fazendo.

- Você viu como ele tava, Caubi, ele não sabe o que ele tá fazendo, ele não...

- Ele sabe. - Lúcio a cortou, focando apenas em andar a toda velocidade nas ruas do bairro de Ouro Cinza. Ele passava rápido demais para ter certeza do que se tratavam as figuras que passavam por eles. Se eram corpos ou criaturas. Se queriam socorro ou arrancar-lhes a garganta. Ficou feliz por Luana não estar olhando para fora.

- Disse que tinha algo pra nos contar, Lúcio. - Caubi pediu calmamente, como se o desespero o tivesse anestesiado. Seus braços envolviam Luana. - Agora é uma boa hora.

Lúcio Valmir suspirou profundamente. Era o momento de finalmente desenterrar uma história que há muito enterrara.

 Era o momento de finalmente desenterrar uma história que há muito enterrara

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- Faz quase vinte anos agora. Eu servia o país ao lado do pai de vocês, nenhum dos dois era nascido ainda, seu pai tinha acabado de conhecer sua mãe. Não era nossa primeira missão, mas não nos deram muitas informações sobre aquela em especial. Nenhuma, na verdade.

"Tínhamos que exterminar os corpos estranhos e hostis da cidade de Gerânio, a menos de uma horas daqui. Gerânio já era uma cidade fantasma naquela época, isolada do resto do mundo. Só não sabíamos o porquê e, acreditem, eu queria que não soubéssemos".

"O governo de Gerânio tinha certos planos impróprios... desumanos, diga-se de passagem. Estávamos aos pés de uma Terceira Guerra e eles decidiram usar a ciência a favor próprio".

"Dentro do laboratório deles, carregavam os presos condenados à morte e trabalhavam sua parte genética, tentando transformá-los em perfeitas armas de combate, obedientes e sem importância, feitas para lutar, matar e morrer".

Corpos Ébrios (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora