Sabrina tinha certa resistência para bebida e sempre se vangloriou disso, por isso estranhou quando começou a falar arrastado e rir à toa, vendo as Ruínas ao seu redor girarem. Deduziu que a mistura no copo de Thiago não caíra bem com os engradados de cerveja.
Para sua surpresa, a conversa com o moreno que a fitava deu mais certo do que o esperado. A chuva já não a incomodava mais, passando de um temporal a uma garoa fina em instantes, como se os céus quisessem que ela se sentisse mais confortável ali, encostada em um Chevette velho e sem rodas, enquanto o homem - que apresentou-se como Gabriel - aproximava-se mais e mais.
O papo se desenrolou bem e ela via de canto de olho que Thiago também tinha se entendido com uma garota.
Não conseguiu deixar de pensar consigo mesma que talvez o filho da mãe que era seu amigo tinha razão sobre ela se divertir um pouco.
Gabriel sorriu com os lábios muito próximos dos de Sabrina, o que a faz abrir um sorriso travesso.
- Quer sair daqui? - O moreno propôs.
Ela selou os lábios de ambos em resposta. Pegou na mão do universitário - a que não segurava a lata quase vazia de cerveja - e o puxou dali, em direção ao bosque.
Não deixou de dar um sorriso travesso à Thiago antes, que já o esperava.
Sabrina perdeu-se no calor dos amassos de Gabriel. Não se importou com o bosque escuro ou com a garoa que insistia em assolá-los. Não se importou por suas costas estarem apoiadas no desconfortável tronco daquela árvore velha e majestosa.
- Sorte a minha ter encontrado uma garota como você essa noite. - Ele murmurou entre os beijos, quase sem desencostar os lábios dos dela. Aproveitou para erguê-la e acomodá-la sentada nas extensas raízes daquela árvore, cúmplice dos dois universitários que fugiram das Ruínas para se conhecerem melhor.
- Não precisa mais ficar me cantando. - Sabrina sorriu, sabendo que ali encontrava seu charme. - Já conseguiu a garota.
- Vamos pra minha casa.
Sabrina surpreendeu-se com a proposta inesperada, não sabendo se tratava-se de um pedido ou uma afirmação.
Ela parou de beijá-lo tempo suficiente para olhar para o relógio em seu punho - 6:21.
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Corpos Ébrios (Pausada)
HorrorComo qualquer outra noite de novembro, a Sra. Moon preparou um chá de camomila levemente adoçado com mel e fechou as janelas da cozinha assim que as primeiras gotas de chuva caíram do céu. Como qualquer outra noite de novembro, Sr. Moon a esperava c...