ZAYN
Harry ainda segurava minha mão, seus olhos verdes me pedindo pra ficar com ele assim como o pedido dito em alta voz. Segurei a mão dele de volta, dando um sorriso leve.
A real era que eu meio que esperava pra ele me impedir de ir. Já não era novidade alguma que eu queria mesmo ficar com ele. A outra extrema verdade era que eu me sentia apavorado por isso também. Mas eu sempre fui muito bom em em ignorar meus medos ou simplesmente mandá-los para a puta que pariu.
— Tá. Mas vai ser agora mesmo que a gente vai fazer aquela expedição. — abri um sorriso ansioso e sugestivo. Ele arregalou seus olhos e negou com a cabeça.
— Ah Zayn...— resmungou, soltando um muxoxo.
— Anda logo, malinha. Vai ser divertido. Vamos ficar juntos. — entrelacei nossos dedos, o puxando para ele se levantar e sair da barraca.
Bem relutante Harry acabou me seguindo. Mas antes peguei as duas lanternas que eu tinha conseguido. Nossos dedos ainda estavam entrelaçados e isso me causou um arrepio. Nunca tinha andado de mãos dadas com outra pessoa. Era bom... muito bom.
Passei a língua nos meus lábios, entrando no lugar bizarro que ficava mais assustador à noite mesmo. Harry apertou meus dedos e deixou seu corpo perto do meu. Isso me fez rir baixinho. Ligamos as lanternas e começamos a caminhar pelos corredores bizarros. Algumas salas estavam trancadas e eu fiz questão de abaixar pra olhar por baixo, pela fresta que tinha embaixo.
— Você tá maluco? Não faz isso! — tentou me impedir, mas eu ri e fiz mesmo assim. Era uma sala abandonada. Não tinha nada. Só reformada e vazia. Harry estava aflito, me implorando pra levantar dali.
— Harry! Socorro! Algo entrou nos meus olhos! — fechei meus olhos e comecei a me debater no chão.
— Aí meu Deus! Zayn! — ele se ajoelhou, totalmente desesperado. Tentando segurar meu rosto. Sua respiração forte. — O que aconteceu? Meu Deus do céu, você tem que ficar bem!
Tentei não rir. Ainda continuei atuando como se estivesse com muita dor nos olhos. Choraminguei. Gemi de dor e abri bem levemente meus olhos e parei de brincar na hora que vi seus olhos com lágrimas.
— Ei, eu estou bem. Estava só brincando. Não precisa chorar! — toquei seu rosto, vendo ele respirar forte, praticamente sem ar.
— Não... não... — puxou o ar, deixando sair mais lágrimas. — Faz mais isso. — terminou se embolando nas palavras. Fiquei tocando seu rosto, sem saber o que fazer.
— Fica calmo. Respira! Eu estou bem, foi uma brincadeira idiota. — olhei em volta, tentando procurar o que fazer porque o garoto estava realmente sem ar.
Então ouvi ele gargalhar, jogando seu corpo pra trás. Estreitei meus olhos na direção dele e ele riu ainda mais.
Que malinha ridículo!
— Achando que era só você que sabe atuar aqui? — balançou as sobrancelhas em puro deboche, rindo ainda mais.
— Quem é você e o que você fez com o meu malinha? — cruzei meus braços. Harry foi parando de rir aos poucos, transformando sua risada em um sorriso tímido.
— Seu malinha? — perguntou baixinho.
Não respondi. Levantei dali, estendendo a mão para ele fazer o mesmo. Assim que ele segurou minha mão, entrelaçou nossos dedos de novo e prosseguimos com a expedição no lugar escuro. Era um lugar bem maneiro mesmo, digno de um filme de terror. Mas não vimos nada de bizarro, até ouvir grunhidos e coisas se arrastando. Nos entreolhamos no mesmo instante. Harry me puxou para longe do barulho, mas eu quis ver o que era. Então o puxei de volta, levando ele comigo até uma das últimas salas. No entanto, dei uma bela freada antes de chegar na porta.
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Feel Me - ZARRY
Hayran KurguAinda se crê que o bom pode converter o mal. Transformar o que é ruim em bom. O pecado em perdão. Zayn é colocado em um internato pelo próprio pai porque realmente desistiu do filho absurdamente rebelde. O diretor tem a ideia de colocá-lo como cole...