Capítulo 6: Mabel e o misterioso encapuzado

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Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração/Terra do Futuro
Enquanto que Valente conversava com seus amigos na parte de baixo, Guiga aproveita para conversar com a irmã.
- Como está se sentindo? - pergunta Bel.
- Eu tô me sentindo um morto-vivo. - responde Guiga.
- Não exagere Guiga. Não é tão ruim ser humano. Você pode aprender alguma coisa sem usar seus poderes. - comenta Bel.
- Tipo o que? Eu não posso usar meus poderes, não posso ter mais raciocínio lógico e não sei se conseguirei sobreviver aqui na Terra do futuro sem poderes. - diz Guiga que chuta um toco.
Bel entende a raiva do irmão e diz...
- Se eu estivesse no seu lugar, também agiria assim e você faria o mesmo por mim, de tentar me ajudar. Por isso você não tem o menor direito de se culpar. Você me salvou do vírus reptiliano, usando seu corpo. - diz Bel.
- Mas, eu não quero que você use o seu para ser meu escudo. - responde Guiga.
Guiga e Bel se abraçam. Uma aura alaranjada cobre os dois irmãos.
- O que é isso? - pergunta Guiga.
Bel fica encantada. Sua mãe já tinha falado daquele poder. Era o Espírito de Fogo combinado com o poder do amor.
- Tenho que te contar uma coisa. Quando usei a Mente, eu encontrei a pessoa que nos ajudou no beco. E quer que eu volte lá. - diz Bel.
- Pode ser perigoso minha irmã. Ao menos deixe-me ir com você. - diz Guiga.
- É melhor não. Eu vou sozinha. Sei me cuidar. O que posso dizer é que, parece que esse misterioso encapuzado quer alguma coisa. E eu preciso descobrir. - diz Bel.
- É mais um motivo para que eu vá com você. Não querendo ser protetor, mas e se esse "misterioso encapuzado" abusar de você? - diz Guiga.
Bel se sensibiliza, já que o irmão dela tinha razão. Poderia ser uma armadilha. Por causa disso, a irmã o tranquiliza tocando o seu rosto.
- Eu sou uma Montenegro Menezes, como você. Eu vou ficar bem. Tá?

No andar de baixo, os outros percebem que tá um silêncio.
- Cadê Bel e Guiga? - pergunta Samirinha.
- Devem estar conversando. - diz Rony.
Foi quando Guiga apareceu.
- Guilherme. Cadê a Mabel? - pergunta Cris.
- Ela foi... Tomar um vento. - responde Guiga.

São Paulo/Terra do Futuro
Bel vai até o beco do lixão e contra o encapuzado.
- Tá atrasada. - diz ele.
- Um minuto a mais ou a menos não faz diferença. Estou aqui. O que quer de mim? Por que me ajudou? - pergunta Bel.
- Você tem muitas perguntas. Eu tenho algumas respostas. Um: aqui é a Terra do futuro. Quando mais tempo é perdido, um a mais ou a menos, mais os reptilianos crescem e mais o nosso planeta morre nas mãos desses lagartos do espaço.  - diz o encapuzado.
Bel notava que aquele misterioso parecia similar a ela. Em questões de impulsividade.
- Dois: eu te ajudei porque, muitos humanos e mutantes morreram nos campos.
- Campos? - pergunta Bel.
- São terrenos que os reptilianos usam para martirizar aqueles que os desobedecem, e, quando obedecem, para escravizá-los. E a última que queria era que você morresse, ou algum reptiliano te pegasse. - diz o encapuzado.
- Você tá falando de um campo de concentração, como os usados na época do Nazismo? - pergunta Bel.
O misterioso encapuzado nada respondeu.
- Por que choras? - pergunta Bel, ao ver lágrimas caindo do semblante do encapuzado.
- Por que se sensibiliza comigo? De onde você é? Porque eu sinto uma... conexão com você. - diz o encapuzado.
- O meu nome é Mabel. E eu sou uma mutante viajante do tempo. Estou aqui... atrás da cura. Meu irmão, Guiga foi contaminado por um vírus reptiliano, impedindo que ele usasse seus poderes.
- E de que período vocês vieram? - comenta o encapuzado.
- Agora você é quem está cheio de perguntas? - rebate Bel.
- Se quer que eu a ajude, viajante, também tem que me ajudar. - diz o encapuzado.
- Eu por quê? Eu não consigo nem ver seu rosto com esse capuz. Se eu soubesse quem está debaixo, pra não ser  enganada seria até possível eu tentar ajudar. - responde Mabel.
O encapuzado resolve tirar o capuz. E se revela.

Ao bater os olhos, Bel fica encantada. Seus olhos brilham, suas mãos ficam trêmulas. Era um rapaz, muito bonito. A sobrancelha bem detalhada, os olhos semelhantes aos de uma noite escura (castanhos muito escuros), e seu poder se assemelha ao dela, já que tinha telepatia.
- Meu nome é Gabriel. Mas pode me chamar de Gael. - diz ele.
- Você é um mutante? - pergunta Bel.
- Sou, assim como você. - diz Gael.
- Por que se isola? - pergunta Bel.
- Para me esconder dos reptilianos. Eles estão determinados a tomar a Terra por completo e matar toda a humanidade dessa vez, sem precisar da ajuda dos mutantes. Aliás, esses são suas primeiras vítimas, já que o passado dos reptilianos...
- Eu sei. Eles foram derrotados pelas próprias criações. - diz Mabel. - Por esse feito, os mutantes conseguiram anistia e o direito de viver com os humanos. Mas, só você é mutante aqui?
- Não. Muitos outros estão aprisionados nos campos com grande parte da humanidade. Como te disse, quem se rebela contra o governo reptiliano, é martirizando pelos Vigilantes. - diz Gael
Mabel percebe que seu novo amigo deseja vingança contra os reptilianos.
- Eles tiraram alguém de você? - pergunta Bel.
- Meu pai, minha mãe, meus amigos... Todos que um dia amei. - diz Gael.
Bel se sensibiliza novamente e, tomada de paixão, ela realmente o queria abraçar. Mas como ainda não o conhecia, ela tinha receios.
- Você diz que é uma viajante do tempo? - diz Gael.
- Sim. - reponde Bel.
- Por que veio para esta era apocalíptica? - pergunta Gael.
- Eu já disse: Estou aqui para procurar a cura para meu irmão que foi contaminado com o vírus. - diz Bel. - Se você tiver alguma coisa para eu saber, que me conte logo.
- Eu não tenho. - diz Gael.
Foi quando então que Bel sentiu uma pontada dentro dela.
- Ai!
- O que foi? - pergunta Gael preocupado. - Eu disse algo.
- Não. É que... sinto que alguém me chama.
Bel fecha os olhos, e Gael não entende nada.
- Mabel? Mabel? - perguntava ele preocupado.

Consciente de Tatiana/Mabel
Bel e sua mãe se encontram no mesmo lugar, graças ao Espírito de Fogo, através da fagulha que ambas tinham.
- Mãe.
- Bel. Você está bem? Eu preciso dizer uma coisa.
"Acredito que agora saiba da verdade, Tati." - diz a entidade que falava com as duas.
- É, eu sei. O João, ele vai fazer tudo aquilo. - responde Tati.
- Como assim? - pergunta Bel. - Do que está falando, minha mãe?
- O período em que você está, Bel, é fruto de uma vingança. Você lembra de quando falei que os reptilianos foram extintos? - pergunta Tati.
- Sim, eu lembro. Mas quem é João? E o que os ET's têm a ver com isso? - pergunta Mabel.
"Sua mãe e você estão ligados por um 'presente' que dei a ela. Eu sabia que ainda havia sombras na Terra, depois da derrota de Amael. E que algum dia elas se manisfestariam. Na Terra do Futuro, há uma derivação da profecia feita pela Janete Martinelli, onde um Salvador derrotaria o poder reptiliano. O seu destino Mabel, não é só curar seu irmão. Há mais uma parte nisso. Todos da Terra do Futuro contam com você. Use esse 'presente': essa chama que você tem de mim, por parte da sua mãe Tatiana."
- Quer dizer que... eu sou a Salvadora? - pergunta Bel.
" Você deve encontrar a cura, para então começar a Rebelião. Deus estará do lado da Terra, que pertence aos humanos e aos mutantes." - diz a entidade cósmica.
- Bel, você deve usar os poderes do Espírito de Fogo para vencer os reptilianos.
- Você também mãe. - responde Bel.
A entidade olha para as duas e se abaixa. Tati observa e acaricia o bico do Espírito de Fogo, que tem a forma de um pássaro.
- Vem. - diz Tati à filha.

São Paulo/Terra do Futuro
Bel acorda do lado de Gael.
- Você está bem? - pergunta ele.
- Você quer vingar todos que os reptilianos mataram? - diz Bel.

Bel e Gael se unem. Mas algo pode surgir entre esses dois.

Mutantes: Sonhos de um futuro perdido/Glórias de um passado lembradoOnde histórias criam vida. Descubra agora