Capítulo 8: O paradoxo de Valente

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Sede Reptiliana/Terra do Futuro
Os líderes reptilianos do governo que atemorizava a Terra conseguiu fontes dos mutantes que estão se preparando para a batalha.
- O que? Mas isso é uma estupidez. Como nossos guardas no Brasil não conseguiram dar cabo de apenas jovens? - diz Armagedon.
- Ao que parece senhor, dois mutantes estão com eles. O principal inimigo dos reptilianos, o viajante do tempo Valente Matoso, e um jovem chamado Gabriel Menezes. Eles estão aliando-se a esses mutantes estranhos. - diz Érigor, general da força reptiliana do governo.
- Se me permite Armagedon, um deles não está perfeitamente bem. Ele é muito parecido com o mutante fujão do Gabriel. - diz Érigor.
Armagedon tem uma cartada.
- Bem, acho que é hora de usar nossa nova arma. João. - chama Armagedon.
- Sim?
- Monitore nossos "vizinhos", e se tiver uma posição exata, ordeno o ataque. - diz Armagedon.
- Agora mesmo. - diz João.
Érigor sempre teve um pé atrás do João e pergunta:
- Armagedon, será que realmente devemos confiar nele?
- João é mutante que nos deu a nossa era. Depois de acabarmos com esses mutantes malditos, e com os humanos, Davi será o último a dizer adeus e teremos esse belo planeta nas nossas mãos. - diz Armagedon, completamente maligno.
~som de risos malignos

Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração/Terra do Futuro
Valente tinha um mapa da planta do laboratório que se encontrava a cura para o vírus do Guiga.
- O laboratório é cheio de armadilhas, implatadas pelos reptilianos. Para chegar ao centro farmacêutico, onde está a cura precisamos fazer muitas coisas. - diz Valente.
- Deixa eu adivinhar... Desativar as armadilhas, descobrir a senha para entrar no centro e assim obter a cura? - pergunta Samirinha.
- Exatamente. - diz Valente.
- Fácil demais. - retruca Rony.
- Fácil? Esse lugar tá uma fortaleza para ser chamado de laboratório. E você diz "fácil"? - diz Samirinha preocupada.
- Se o negócio é invasão podem deixar grande parte comigo. O resto, precisamos dividir. - responde Rony.
Ele dizia isso, não só por confiança, mas também por experiência. Rony já roubou joalherias, bancos e outras coisas que um bandido comum não conseguiria fácil, isso antes.

Passado umas horas, Samirinha encontra seu amigo Valente, enquanto todos estavam dormindo.
- Valente, tem uma coisa que eu quero conversar com você. - diz Samirinha.
- Eu acho que sei. Mas diga. - diz Valente.
- Você se lembra de quando escreveu uma carta? E que me pediu para que eu guardasse? - pergunta Samirinha.
- E lembro que o Benjamin disse que eu não podia lê-la aqui nesse tempo. Ou causaria um grande colapso temporal. - diz Valente.
- Eu sei. Mas é a sua carta. Feita a sua mão, que eu, curiosa, nem tive coragem de abrir. Afinal, é uma carta feita por você, para você mesmo.
Samirinha tira o envelope contendo a carta de Valente, o entregando ao próprio no futuro.
- Eu vou sair para que você leia em paz. - diz a mutante.
- Obrigado Samirinha. - responde Valente.
Samirinha deixa Valente sozinho, e vai dormir, deixando o viajante com sua carta do passado. Ele a abre.
"Caro Valente
Se essa carta chegar as suas mãos, então estou feliz em te ver por essas palavras. Ouvi falar de suas grandes façanhas. Sobre como você salvou o passado e sobre seu forte afeto com nossos pais, que na época eram muito jovens. Eu aprendi a desenvolver nossos poderes, e com a ajuda de meus amigos, inclusive a Samira, conhecida como Samirinha, posso dizer que me sinto feliz, por você ter dado um novo tempo para seu eu do presente. Eu me sinto feliz, uma coisa que você fez por mim e pelos nossos pais, Juno Ficher Matoso e Lúcio Figueira Rodrigues.
Sabe, eu queria muito ver o futuro de onde voce é, no entanto eu sei das consequências para você e para mim. Por isso decidi ficar aqui para cuidar dos nossos pais, ja que eles também são seus. Também chego a namorar, uma linda garota, chamada Nati Palmieri. Espero que você esteja bem, e viva longos anos no futuro.
Valente. "
Valente sentiu uma pontada no coração. A carta que ele mesmo escreveu anos atrás agora estava nas suas mãos, e ele lia e lia de novo.

Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração/Terra do Passado
Enquanto observava o sol ir embora, no alto da sacada, Valente sente uma pontada em seu corpo.
- Ai!
Seus membros sentem fortes dores, sua visão fica turva. Valente agita a cabeça para que ele não desabe. Foi quando Tati apareceu e viu o menino quase desabando. E usando sua telecinese, Tati segura ele.
- Valente. Valente, o que aconteceu? - pergunta Tati.
Os efeitos passam bem rápido e logo Valente se sente bem.
- Samirinha entregou a carta que fiz ao meu eu do futuro. - diz Valente.
- E o que isso significa? - pergunta Tati.

Na sala de física...
- Significa que o Valente criou um tipo de paradoxo, que não nos afeta, mas afeta o eu dele do futuro. - responde Benjamin.
- Como assim Ben? - diz Valente.
- É. Dá pra você explicar melhor. - sugere Tati.
- Digamos que o Valente - Ben aponta para o seu amigo - diga na carta que está namorando uma pessoa que o eu dele, o do futuro, não namorou. A história do Valente teria vírgulas e vírgulas criando um paradoxo bem complexo e ele seria bem difícil de ser entendido, em questões históricas. - responde o aprendiz do Geninho.
- Isso quer dizer que o meu registro pode ficar bagunçado? - pergunta Valente.
- Poder até pode. A única alternativa viável que posso sugerir é que o seu eu descubra algo de você desse tempo, para que sua história não tenha danos. Uma coincidência se assim posso dizer. - diz Benjamin.

Mansão Mayer/Escola Caminhos do Coração/Terra do Futuro
Valente lia e relia sua carta. Foi quando ele viu o nome de Nati nela e sentiu alguma coisa. Algo perpendicular à sua viagem ao passado.
- Samirinha. Vi uma coisa na carta. Mas isso quero debater com você e com Rony, porque eu não lembro muito. - diz Valente.
Samirinha não conseguia entender o que o amigo queria dizer.
- Por que não me conta logo? - pergunta a mutante.
- Eu não sei. Ainda.
O paradoxo temporal tem um preço muito importante. Conforme o que acontece no passado de alguém, esse alguém no futuro perde suas antigas memórias e criando novas linhas temporais. E isso Valente começa a sentir ao ver um nome na sua carta. O nome de alguém que ele conhecia. De alguém que ele amava: sua esposa Nati.

Mutantes: Sonhos de um futuro perdido/Glórias de um passado lembradoOnde histórias criam vida. Descubra agora