Ding Dong

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...POV Regina...

Passo o dia inteiro tentando resolver ao menos uns detalhes do desfile do Jefferson, mas nem tudo é finalizado, ainda precisamos de algumas informações. Sendo assim, Zelena liga para a assistente dele e marca um almoço para amanhã, uma reunião na qual as duas possam discutir os interesses de ambas as partes e entrar em um consenso a respeito do desfile. Um simples encontro profissional.

Já de noite, chego em casa e sigo direto para um banho relaxante. Hoje, assim como na maioria dos dias, só me concentrei no trabalho e espero que um banho quente me acalme o suficiente para ter uma boa noite de sono. Entretanto, após essa tentativa, o banho acaba me despertando, então desço até a sala de estar.

Me surpreendo ao ouvir a campainha, uma vez que não estou esperando por ninguém. Me levanto do sofá, no qual estava deitada mexendo no celular, e vou atender a porta. Estou um pouco cansada, não muito animada, porém um sorriso invade meu rosto ao abrir a porta e me deparar com a loira mais linda que eu já vi.

Inicio um diálogo e ela parece estar apreensiva, não fala muita coisa, só me pede desculpas pelo silêncio e diz que precisa me contar algo. Pela entonação usada por ela, vejo que não será um assunto muito tranquilo, portanto, peço que ela entre e caminhamos em direção ao sofá. A cada segundo de silêncio dela, meu coração acelera um pouco em sinal de nervosismo.

Ela começa a falar e meu nervosismo se transforma em desespero. Eu sempre fui o tipo de pessoa que tenta guardar seus sentimentos pra si e é por isso que abaixo a cabeça, tentando conter minhas emoções, e peço para que a Emma vá embora, porém ela não aceita. Eu não queria que ela me visse tão frágil e tentei afastá-la, assim como faço com todos que estão prestes a ver que não sou essa mulher durona que as pessoas pensam. Então ergo a cabeça com olhos já vermelhos e insisto para que ela me deixe sozinha, mas ela se recusa a me deixar aqui, pelo contrário, se aproxima, numa tentativa falha de me acalmar. Como eu já não tinha tantas forças para impedir que ela ficasse, só ignoro meu ego e permito sua aproximação.

Lilith Page. Solta. Eu achei que essa mulher fosse morrer dentro daquele hospital. Não era ódio, nem tristeza, e muito menos alegria o que passava na minha cabeça ao lembrar dela. Era medo. O mais puro e sincero medo. Depois da morte do meu pai, todas as minhas barreiras foram destruídas, eu passei a me sentir fraca e comecei a duvidar se um dia havia, realmente, sido forte. Mas eu não dava espaço a essa fragilidade, eu tentava transformar todos os meus pequenos medos em força e as vezes até poderia parecer uma pessoa bem mais forte do que realmente sou. A questão é que esse não é mais um pequeno medo. É um medo enorme. Eu me sinto fraca sem meu pai, e pior, agora eu me sinto ainda mais fraca por saber que terei que manter minhas estruturas sem ele, e com ela por perto.

Desejaria que tudo isso fosse apenas pensamento, mas, na verdade, estou desabafando com a loira, como se nada importasse mais. E quando menos espero, um impulso me faz abraça-la. Eu já havia abraçado ela antes, mas dessa vez parece diferente. Esse é um abraço de consolo, como se ela me entendesse, como se eu não precisasse esconder nada dela, como se eu pudesse ser transparente com ela. Eu pedi por esse contato e ela não hesitou, sem pensar duas vezes, ela foi carinhosa. Eu precisava desse momento e ela simplesmente cedeu. E meio a uma promessa de que me protegeria de tudo que fosse preciso, eu peço para que ela fique, e mais uma vez, ela não pensa duas vezes antes de aceitar.

- Vamos começar de novo. - Me levanto ajeitando minha roupa e secando o rosto com as mãos, enquanto digo. - Aceita alguma bebida?

- Só um copo de água já está bom.

- Vinho? Ótima escolha! Me acompanha até a cozinha? - Digo abrindo um sorriso e ela faz o mesmo.

- Como quiser. - Diz se levantando e caminhamos até a cozinha. Pego duas taças, uma garrafa de vinho que estava na geladeira e os coloco sobre o balcão ao centro da cozinha.

A complicated beginning of a happy endingOnde histórias criam vida. Descubra agora