Abrindo a mente

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De volta à Konoha, Hinata despediu-se de Gaara e Temari. Fora um ótimo fim de semana com a família Sabaku. Já era tarde, então conversou um pouco com Tenten e depois foi dormir.

No dia seguinte, após o almoço com as amigas, Hinata decidiu visitar seu pai e irmã.

Naquele horário Hanabi já teria voltado do colégio e seu pai provavelmente estaria em casa, vendo o telejornal.

Gaara ofereceu carona, mas a morena disse que iria de táxi. Precisava de um momento a sós com a própria família. O motivo era seu primo. Precisava falar com seu pai sobre isso e adiou por muito tempo.

Foi atendida por uma Hanabi sorridente.

— Lembrou da gente! — brincou a irmã.

— Não me esqueço de vocês. Eu estive fora da cidade, você sabe.

— Como foi lá? Suna é bonita?

— Bonita e quente. Pensei que ia derreter. Passei a maior parte do dia na piscina.

— Ai, que inveja. — Torceu a boca num biquinho.

— Prometo levar você lá um dia. Os Sabaku são bem hospitaleiros.

— Vou cobrar essa promessa. — Sorriu.

— Cadê o papai?

— Onde mais? No sofá. — Revirou os olhos.

Foram até a sala onde o velho Hiashi estava. Trocava de canal incessantemente sem ao menos prestar atenção.

— Pai. — Hinata pigarreou e se anunciou, chamando-o.

— Hina, minha filha. — Ele levantou-se depressa, abraçando-a.

— Você devia arranjar algo melhor para fazer. Um passatempo mais agradável...

— Eu só estou tentando me distrair. — Deu de ombros.

— Poderia jogar golfe. Ou algo assim. Não gosta?

— Nunca tentei. Vou pensar nisso.

— Pai, eu vim aqui para falar sobre o Neji.

— Ah, isso. — Bufou. — Ainda não acredito. Aquele garoto sempre foi tão especial para mim. Como se fosse meu próprio filho.

— E o que mudou? — Franziu o cenho irritada. — Ele ainda é o mesmo!

— Não diga isso. — Fez uma careta.

— Hinata tem razão! — Hanabi falou de braços cruzados. — Neji ainda é o mesmo.

— Vocês não entendem...

— O quê? — Hinata gritou. — Explique!

— Não é tão simples...

— Como não? O que há de mais em Neji ser gay? Qual o problema de ele gostar de homens? Hã?

Hiashi suspirou.

— Crescemos ouvindo que isso era errado. Um pecado terrível. De uns tempos para cá, foi se tornando mais comum. Mas não é fácil se livrar de um conceito enraizado na mente. Para mim foi um choque quando Akemi me contou. Não tive coragem de falar com meu irmão. Imaginei a decepção que ele sentia.

— Mas não é algo decepcionante. É algo trivial — Hinata replicou.

— Sua mãe diria o mesmo se estivesse aqui. — Ele deu um sorriso triste. — Sabem, eu ainda sou um velho severo e arcaico, eu sei. — Olhou para as filhas. — Mas acho que meu irmão precisa dar uma chance ao garoto. Ele ainda é um Hyuuga, não importa... Nada importa. Neji é nosso garoto. Sempre será.

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