Tudo Novamente...

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 Minha cabeça dói, abro os olhos lentamente e tento entender onde eu estou e como vim parar aqui. Sento na cama de solteiro massageando a têmpora tentando amenizar a dor. Como um flash as memórias explodem em minha mente me fazendo ficar zonza. Scar... Uma dor me acerta no peito, preciso ter noticias dela preciso saber se está viva. 

Levanto da cama tendo que me apoiar nela novamente para não cair, começo a procurar um jeito de sair desse lugar e ver se estão todos bem. Procuro por janelas e há apenas uma pequena mas muito alta e impossível de passar por ela, tento abrir a porta mas como eu já suspeitava está trancada. Me viro e analiso o quarto, muito diferente do ultimo que eu fiquei da primeira vez, esse possui uma cama, uma mesa com um abajur e uma cadeira com uns cinco livros em cima da pequena mesa. As paredes são em tons de cinza claro e tudo o que há aqui também é em variações de cinza, olho para um espelho estreito e comprido que há no canto do quarto e só então percebo minhas roupas. Eu não estou mais suja de sangue, e meu vestido verde escuro foi substituído por um cinza longo, bem soltinho e com mangas compridas que terminam em meus pulsos.

Não estou mais com meus saltos e sim descalça mas ao lado da cama tem um par de sapatilhas pretas. Caminho pelo quarto até chegar na mesa e analiso os livros, são todos histórias de romance, dois eu já li mas os outros três são novos. Ouço passos se aproximando perto da porta e me afasto ficando com o livro em mãos para usar como arma caso necessário. A porta se abre e uma senhora baixinha entra trazendo uma bandeja com uma tigela com um cheiro muito bom.

- Quem é você? - pergunto quando ela apoia as coisas na mesa. 

- Sente-se querida, coma um pouco. Ajudará na sua dor de cabeça. - ela diz e se prepara para sair. 

- Por favor me diga onde eu estou.

- Está segura aqui. - sem dizer mais nada ela vai embora. Estou segura aqui? Eu estava em perigo por acaso? E onde raios é aqui? Minha barriga ronca em reação ao cheiro que vem daquela tigela, com cautela me aproximo lentamente e me sento. Pego a colher e provo um pouco, espero alguns minutos para ver se não irei morrer ou nada do tipo. Quando estou convencida de que é apenas uma sopa eu como rapidamente. E não é que ela tinha razão, minha dor de cabeça desapareceu. Será que eu morri?

- Se lembra de mim? - me viro em um pulo derrubando a colher no chão, essa voz... - Você a tirou de mim. - só tive tempo de me levantar antes de um tapa de acertar em cheio na bochecha e me jogar no chão, coloco minha mão sobre o local em chamas. O pai de Zafira. - Se ela não voltar, tirarei ele de você. - prendo a respiração assim que outro tapa acerta minha bochecha novamente, sinto um gosto de ferro na boca. Com um puxão em meu cabelo ele me põe de pé em sua frente. - Não é por que você é a protegida dos dois que eu deixarei barato o que você fez, cadelinha da realeza. - o desdém em sua voz é mais que evidente. 

- Já chega, saia. - aquela voz... eu sinto que conheço mas não consigo raciocinar com os latejos constantes em meu rosto, o aperto em meu cabelo desaparece e sem a força que ele usava para me manter em pé caio sobre meus joelhos. A porta se fecha e eu fico sozinha novamente, e sem conseguir controlar eu choro, por mim, por Jack, por Scar e por todos que saíram feridos no meio dessa confusão. Nem eu sei por que estou envolvida nisso mas tem gente inocente que se machuca toda vez que os Lobos aparecem, isso precisa acabar. 

 Não sei o que aconteceu mas eu acho que dormi chorando, o mais entranho é que eu me lembro de ter ficado no chão mas agora estou na deitada na cama. Olho pela janela e vejo que está escuro, não sei dizer se está de noite ou de madrugada, mas arriscaria que já esta bem tarde devido ao frio que estou sentindo. Caminho até a porta e tento abri-la novamente.

- Com licença, eu preciso ir ao banheiro. - digo na esperança de ter alguém ali. - Ei tem alguém ai? Eu preciso usar o banheirooo! - dou algumas sacodidas na maçaneta da porta. - Banheirooo!

Princesa?Eu?Onde histórias criam vida. Descubra agora