Capítulo 5

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As reuniões eram oficialmente a ruína da existência de Kenma. Ele se sentia como se estivesse sentado na sala da diretoria por horas, ouvindo seu gerente de marketing falar sobre como as vendas haviam subido por mais tempo do que o necessário.

  Ele olhou para o relógio pela milésima vez. Poderia estar em casa agora. Era uma quinta-feira, dia de folga de Kuroo. Não havia dúvida na mente de Kenma de que ele tinha pelo menos 6 mensagens não lidas perguntando quando ele estaria em casa, então Kuroo poderia parar de trabalhar em sua dissertação e eles poderiam se divertir juntos.

  "Kozume-san? Você tem algo a acrescentar?" O gerente de marketing perguntou a ele, evidentemente chegando ao fim da apresentação mais prolixa que Kenma já assistira.

  Kenma sorriu para ele.

  "Não, obrigado, Watari. Isso foi excelente.  Terminamos o dia?"

  A sala deixou escapar sons e acenos variados em afirmação; tudo pronto para ir para casa. 

  "Isso é tudo então.Vejo vocês amanhã."

  Depois que todos os funcionários saíram da sala, Kenma tirou o telefone do bolso para testemunhar exatamente a enxurrada de mensagens que esperava.

Kuro: Eu sei que vc acabou de sair, mas já sinto sua falta (09:21)
Kuro: tá chovendo hj, pegue um guarda-chuva pro caminho de volta (10:33)
Kuro: vc sabe o q é uma cor de merda?  branco. é mto limpo. bruto (12:20)
Kuro: bokuto mandou um oi (12:25)
Kuro: isso vai soar ridículo, mas eu gostaria que vc estivesse aqui agr (13:18)
Kuro: <3 (13:37)

  Os olhos de Kenma se estreitaram enquanto ele lia os textos. Embora eles não fossem particularmente incomuns, havia algo estranho neles. Kenma não sabia que Kuroo se encontraria com Bokuto hoje, essa foi a única explicação que conseguiu dar.

  Mas isso não acalmou seu coração. Ele discou o número de Kuroo, deixando tocar algumas vezes, mas acabou sendo conectado a caixa postal. Era estranho, Kuroo sempre atendia.

  Sem qualquer hesitação, Kenma pegou sua bolsa e saiu do escritório para voltar para casa. Demorava uma hora para voltar ao apartamento em que ele e Kuroo moravam, mas Kenma geralmente não se importava. Normalmente era uma hora de silêncio em que ele conseguia apenas pensar ou jogar em seu telefone para entorpecer seu cérebro se não conseguisse parar de pensar.

  Mas hoje ele gostaria que fosse mais curto, pensou enquanto estava no trem. Ele queria voltar mais cedo.

  Ele tinha certeza de que bateu seu recorde de velocidade com que conseguia andar da estação de trem até o apartamento, mas estava enfiando as chaves na porta antes mesmo de processar que finalmente havia chegado em casa.

  Ele foi saudado com silêncio. Estava escuro lá dentro, todas as persianas estavam fechadas, a única luz parecia vir de uma lâmpada na cozinha.

  "Kuro? Você está em casa?" Kenma chamou depois de pendurar o paletó e a gravata no cabide ao lado da porta.

  O silêncio foi chocante.

  Enquanto continuava entrando no apartamento, ele procurou por qualquer sinal de Kuroo estar em casa. Havia páginas de tarefas que ele precisava marcar ainda espalhadas pela bancada da cozinha, mas isso foi tudo que Kenma conseguiu identificar.

  Até que ele notou Kuroo. Ele estava deitado no sofá, enrolado de lado, fora da vista da porta da frente.

  "Kuro?" Kenma chamou novamente, aproximando-se do sofá, o coração batendo forte de ansiedade. A TV não estava ligada, ele claramente não estava dormindo, então o que diabos estava acontecendo.

A Galáxia é Infinita (Pensei Que Nós Também) | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora