Capítulo 6

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As manhãs de sábado eram as favoritas de Kenma. Não haviam obrigações. Sem trabalho. Sem reuniões. Nada urgente que ele tivesse para passar o dia. Ele abriu os olhos lentamente, o quarto banhado por um brilho suave e quente. O sol estava alto. Ele supôs que isso significava que ele deveria se levantar também.

  Kenma preguiçosamente estendeu a mão para Kuroo, mas em vez disso apenas sentiu lençóis frios sob sua mão. Ele deu alguns tapinhas ao redor por mais alguns momentos, como se tivesse errado onde Kuroo estava deitado, mas, infelizmente, não sentiu nada. Ele abriu os olhos inteiramente, tendo a visão completa da cama vazia.

  Kuroo costumava esperar Kenma acordar aos sábados, talvez hoje fosse uma exceção. A cama parecia fria e solitária sem ele, no entanto. Kenma achou que ele era ridículo por pensar assim.

  Ele arqueou as costas em um alongamento gratuito antes de puxar a colcha e rolar para fora da cama de uma maneira relativamente deselegante. Ele nunca foi conhecido por ser uma pessoa matinal.

  Logo depois, estava caminhando pelo corredor até a sala de estar e a cozinha, com sorte onde Kuroo estava.

  E lá estava ele, sentado na extremidade do sofá, olhando pela janela e segurando uma caneca com algo que parecia chá, completamente alheio à chegada de Kenma. Kenma não pôde deixar de notar os círculos escuros sob seus olhos, eles estavam tão proeminentes ultimamente. Kenma se aproximou lentamente, deixando Kuroo ciente de sua presença enquanto se sentava ao lado dele na sala, as pernas se roçando. Kuroo não o reconheceu.

  Algo estava errado. Muito, muito errado.

  "Kuroo?" A voz de Kenma era tão gentil quanto ele pode reunir.

  Kuroo balançou a cabeça, seus olhos parecendo vidrados, talvez um truque de luz. Ele ainda não se virou para enfrentar Kenma.

  Kenma podia sentir seu coração disparado no peito. Algo estava errado e ele não sabia o que poderia ser. Isso o fez sentir-se mal, seu estômago se contorceu em nós desagradáveis, a bile ameaçando escapar de sua garganta. Algo estava errado com Kuroo e Kenma nem sabia o que era. Não havia como ele ficar tão desanimado com seu doutorado, tinha que ser mais do que isso.

  Ele colocou uma mão hesitante na perna de Kuroo.

  "Kuroo? O que está acontecendo?"

  O aperto de Kuroo em torno de sua caneca aumentou, sua mandíbula ficou tensa. Kenma desejou poder levar embora o que quer que o estivesse preocupando. Seu coração doeu ao ver a pessoa singular mais importante de sua vida em tal angústia; angústia que ele nem entendia.

  "Você pode me contar qualquer coisa, sabe."

  "Kenma?" A voz de Kuroo estava rouca.  Outro mau sinal.

  "Oi," Kenma sussurrou, esfregando círculos na perna de Kuroo. "O que está acontecendo?" Kenma normalmente não pressionava tanto, confiando que Kuroo simplesmente diria a ele em seu tempo. No entanto, o comportamento estranho já vinha acontecendo há meses, e Kenma não podia mais apenas sentar e assistir Kuroo suportar o fardo sozinho.

  "Não sei como te dizer." A voz de Kuroo vacilou de uma forma que Kenma nunca tinha ouvido. Ele nunca pareceu tão inseguro.

  O coração de Kenma estava disparando dentro do peito. Não conseguia se lembrar de nada, ou mesmo imaginar um cenário que Kuroo teria dificuldade para lhe contar algo. Eles se conheciam a vida toda, a única coisa importante que Kuroo havia escondido dele era o fato de que eram almas gêmeas. A incerteza não era algo que Kenma já havia atribuído a Kuroo, e agora o estava aterrorizando.

A Galáxia é Infinita (Pensei Que Nós Também) | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora