Capítulo 7

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"Tem certeza que quer ficar em casa esta noite?" Kuroo perguntou do quarto. Kenma não conseguia vê-lo de dentro do guarda-roupa, mas ele podia imaginar o olhar questionador no rosto de Kuroo. Era sexta-feira à noite, a suposta noite em que saiam.

  Kuroo sugeriu que eles fossem observar as estrelas, assim como havia prometido meses atrás, quando o apocalipse ainda não estava no horizonte. Parecia uma vida atrás. Mas o tempo estava muito frio para isso agora, o meio do inverno trazendo uma geada inabalável com ele. Ele não podia levar Kuroo naquele tempo, não quando ele estava tão sujeito a sentir frio ultimamente.

  Kenma tentou não pensar no fato de que nos meses mais recentes Kuroo estava ficando frágil, tremendo aos primeiros sinais de uma corrente de ar mais gélido. O termostato em seu apartamento estava constantemente ajustado para aquecer, não havia por que tentar o destino por não ser cauteloso.

  Manter a noite de encontro na familiaridade calorosa de seu próprio apartamento era uma opção muito mais segura. Para a saúde física de Kuroo, bem como para a saúde mental de Kenma.

  "Sim, eu tenho uma ideia. Podemos observar as estrelas de verdade em um momento diferente." Uma época em que Kuroo estivesse melhor. No verão, pelo menos.

  Kenma continuou a vasculhar as caixas e prateleiras de seu guarda-roupa compartilhado, encontrando bugigangas estranhas que ele nem sabia que possuíam, mas não aquela que estava procurando.

  "Dê-me mais alguns minutos."

  "Quer ajuda para procurar?"

  "Não! Eu posso fazer isso sozinho, você fica aí," gritou Kenma, abrindo mais uma caixa de papelão. Esta cheio de equipamentos antigos de streaming, como câmeras e microfones, que Kenma pensou ter jogado fora enquanto estava na universidade.

  "Sabe, se você me dissesse o que está procurando, provavelmente saberei onde está." A voz desencarnada de Kuroo gritou mais uma vez.

  Kenma revirou os olhos. Não havia como todas essas caixas serem navegáveis.

  "Está tudo bem." Ele abriu outra caixa, a da segunda prateleira, seus olhos imediatamente atraídos para o objeto de seu desejo. "Eu encontrei de qualquer jeito! Feche seus olhos."

  Depois de pegar seu bem precioso e colocar a caixa de volta onde pertencia, ele saiu do guarda-roupa. Com certeza, Kuroo ainda estava sentado na cama, os olhos bem fechados e batendo os dedos contra o colchão.

  Kenma não conseguiu evitar e aproximou-se dele e deu um beijo suave em seus lábios. Ele realmente era a pessoa mais fofa que Kenma já havia visto.

  "Foi essa a surpresa?" Kuroo murmurou contra a pele de Kenma quando eles se separaram. "Posso abrir meus olhos agora?"

  Kenma colocou seu objeto embaixo do braço para liberar as mãos, colocando-as em cada lado do rosto de Kuroo, os polegares acariciando levemente suas pálpebras.

  "Mantenha-os fechados."

  "Ok," a voz de Kuroo era um sussurro, mas o sorriso brincando em seus lábios foi o suficiente para informar Kenma que ele estava livre para continuar sua preparação.

  Ele deu um passo para trás de Kuroo.

  "Mais cinco minutos. A propósito, não é uma grande surpresa."

  "Você sabe, qualquer coisa vinda de você é ótimo." Kenma sorriu enquanto vasculhava o móvel ao lado da cama em busca de baterias. Ele sempre as guardava aqui, para o caso de um de seus controles remotos acabar. Restavam algumas baterias, Kenma pegou três para colocar no dispositivo, ligando-o uma vez para revelar que de fato ainda estava funcionando.

A Galáxia é Infinita (Pensei Que Nós Também) | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora