Capítulo 9

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Kenma olhou para o relógio em seu pulso.  Eram quase dez da noite, uma hora decente para parar de trabalhar. Ele fechou seu laptop, colocando-o na mesinha ao lado da cama de Kuroo.

  Ele tinha passado mais tempo no hospital ultimamente, muitas vezes optando por dormir lá em vez de ir para um apartamento vazio. Não houve um momento exato que Kenma pudesse identificar quando este quarto de hospital se tornou mais um lar para ele do que sua casa real era, mas ele não se importou. Não quando significava estar perto de Kuroo.

  Ele ergueu a mão de seu assento para a janela, puxando as cortinas. O céu claro da noite o encarava de volta, uma série de estrelas enchendo o tecido escuro.

  Isso deu a Kenma uma ideia quase tão brilhante quanto cada estrela que pontilhava o céu. Ele virou sua cabeça para Kuroo, que estava assistindo algo em seu próprio laptop, olhos imóveis. 

  "Kuro, você se lembra daquela promessa que fizemos uma vez?"

  Kuroo se virou para olhar para ele ao mesmo tempo, confusão evidente em seu rosto. 

  "Qual?"

  "Você disse que um dia iríamos observar as estrelas," disse Kenma com naturalidade. "Naquela época-" Kenma teve que se impedir de adicionar um 'quando tudo estava normal'.  "Na época em que estávamos sob a cúpula pela primeira vez."

  Parecia há muito tempo agora. Kuroo, embora ainda confuso, acenou com a cabeça de qualquer maneira. 

  "Sim?"

  "Você quer observar as estrelas agora?"

  Os olhos de Kuroo se arregalaram de surpresa por uma fração de segundo, antes de um sorriso cruzar seu rosto, alcançando seus olhos. 

  "Eu gostaria muito disso."

  Esse foi todo o incentivo de que Kenma precisava. Ele se levantou da cadeira com um gemido, demorando um pouco para se esticar.  Ele tinha um plano agora, ele apenas precisava executá-lo. 

  "Espere aqui, volto em um segundo."

  Kenma saiu rapidamente da sala e começou a navegar pelo labirinto que eram os corredores do hospital, decidido a chegar a sua localização. Ele sempre odiou os corredores, eles eram quase idênticos. Durante as primeiras duas semanas em que Kuroo ficara lá, Kenma havia entrado no quarto incorreto pelo menos cinco vezes, deixando-o em algumas situações embaraçosas.

  Ele tinha aprendido desde então, no entanto. Podia muito bem ser um residente, ele sabia onde quase tudo estava. Foi assim que conseguiu chegar à recepção da enfermaria com o mínimo de esforço e sem desvios.

  Ao se aproximar, uma das enfermeiras de plantão ergueu os olhos e sorriu para ele. Ele a conheceu nos últimos meses, o nome dela era Ito Akari, e ela se apegou a Kuroo cinco minutos depois de conhecê-lo (como muitas pessoas costumam fazer). Kenma ficou aliviado ao saber que Kuroo estava em boas mãos aqui.

  "Boa noite Ito-san," Kenma a cumprimentou, encostando-se na mesa.

  "Boa noite, Kenma. Não percebi que você ainda estava aqui, indo para casa?" Sua voz era sincera, ela empurrou gentilmente a papelada que vinha fazendo antes, um jeito de mostrar que estava envolvida na conversa.

  Kenma, no entanto, balançou a cabeça.

  "Eu vou ficar aqui esta noite."

  O sorriso de Ito se alargou.

  "Aquele seu garoto adora quando você faz isso, sabe, sempre fala sobre você como se você pendurasse as estrelas no céu no dia seguinte."

  O comentário dela fez Kenma lembrar por que ele foi até lá em primeiro lugar.

A Galáxia é Infinita (Pensei Que Nós Também) | Tradução Onde histórias criam vida. Descubra agora