Você já sentiu como se tivesse sozinho no mundo? Como se você estivesse cercado por varias pessoas, mas mesmo assim, sozinho? É assim que me sinto.
Ontem eu estava deitada aqui nessa mesma cama que estou agora, com esse meu pijama cheio de estrelinhas do mar, branco e laranja quando comecei a pensar na futilidade que sou aqui nesse mundo. Da futilidade que tantos outros são, e o pior é que eu sei que posso fazer algo pra me sentir útil e ser realmente útil. Mas não Fasso. E isso me torna 1.000 vezes mais fútil.
Foi ali que me vi sozinha. Sozinha de alma, corpo e espirito. Todo esse tempo procurando status, reconhecimento, poder, pra que? A vida vai tão além disso. Vai além de reconhecer que isso não vale a pena. Vai além de pedir perdão, vai muito além de fazer um trabalho pra aumentar o ibope do perdão.
Ser alguém nesse mundo, inclui ser alguém para alguém!
Fazer alguém ver que tudo é possível se ela quiser, assim como eu quis ser popular e fui, alguém pode querer ser médico e ser.
Determinação e força de vontade fazem seus sonhos se realizarem. Faz você se sentir importante no mundo; quando eu quis ser popular e consegui, foi assim que me senti, infelizmente isso me fez querer mais e mais ser poderosa, estar no topo. Para mim aquilo era ser importante e graças a Deus hoje reconheço que eu estava sendo mesquinha e hipócrita.
Depois de pensar essas coisas eu marquei o encontro com meus amigos e todos confirmaram, bom quase todos, Diego não pode comparecer e eu já esperava por isso.
Marcamos na pizzaria italiana "Forneria D'Itália" no centro de porto alegre. Ela era muito aconchegante com a decoração toda rústica. Era pouco iluminada com apenas um lustre pequeno e um pouco baixo em cada mesa.
Estávamos eu, Renata, Jaque, Vitor e o melhor integrante do grupo, Heitor meu irmão e amigo mais fiel e verdadeiro que poderia ter.
Com apenas algumas palavras Jaque se enturmou com os outros o que eu tinha certeza que aconteceria. Renata e Vitor eram pessoas que não ligavam para quem tinha dinheiro ou não, para quem era negro ou branco, hetero eu gay. Aliás Renata como a boa e confusa bissexual que é adora.
- Mas vocês também tem o quarto do tamanho da minha sala e cozinha juntas? - Jaque pergunta depois de rir ate chorar depois de ouvir Vitor contar uma piada. - Não! Porque a da Bia é, eu fico abismada com tanto fru-fru que tem naquela casa.
- Bom, eu não sou rico como elas e Heitor. - Vitor fala. Ele realmente não era tao rico. Morava com seus avos e viviam bem com as aposentadorias. Ele trabalhava numa lanchonete no shopping para pagar os materiais não inclusos na bolsa de estudos que havia ganhado graças a sua inteligencia extraordinária e os avós pagavam o uniforme. Tenho tanto orgulho dele que não cabe dentro de mim. Ele é negro e sempre lutou para que todos soubessem que nada tem a ver com a cor da pele e sim com o caráter e a dedicação de cada um. Mas eu sempre reforcei a ele que ainda temos muito o que lutar pra acabar com todo esse privilégio branco que a sociedade impõe. - sou bolsista naquela escola de playboys, mas eu considero meu quarto grande sim, cabe minha cama meu roupeiro e eu!
Jaque começa a gargalhar de novo e todos nos encontramos rindo contagiados por ela. Peguei meu irmão dando algumas olhadas pra ela e me senti desconfortável, alias ela é uma das minhas melhores amigas seria estranho a ter como cunhada. Ela tem vinte e um anos, quatro anos mais velha que eu e dois anos mais nova que Heitor. Ela é sensacional, esta cursando atualmente história e a idolatro por isso, até peço pra ela me ensinar o que aprende, mas ela sempre da um jeito de adiar as aulas shahsh. Ela tem o cabelo crespo e a pele um pouco mais clara que a minha. Não é tao bonita como Renata mas ainda sim é linda de morrer. E se olhar bem ela combina com Heitor mas nunca vou admitir isso.
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Mudando O Roteiro
Teen FictionAna Beatriz é uma garota de 17 anos que sofreu muito no ensino fundamental, mas decidiu que não sofreria mais. Ela faria sofrer! Tudo o que fizeram de mal para ela no ensino fundamental, ela transmitiu para outras pessoas no ensino médio. Mas nunca...