Capitulo 17 - Você é como uma droga e eu estou viciada!

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Quando entrei no carro de Ricardo senti que a noite seria longa e iria decidir muita coisa na minha vida.

Ele estava incrivelmente lindo para mim e me senti envergonhada por não estar a altura com um vestidinho básico amarelo uma sandália branca e os cabelos soltos como sempre, confesso que minha franja já estava grande o suficiente ao ponto de me incomodar, mas tentei não me estressar com coisas supérfluas como essas.

Ele foi um verdadeiro cavalheiro, abriu a porta do carro para mim, deu o braço para eu segurar e puxou a cadeira para me sentar.

O trajeto até  a pizzaria foi quieta com apenas um comentário dele de como eu estava bonita e um agradecimento meu. Muito diferente do que aconteceu durante o jantar.

Conversamos e sorrimos tanto que minhas bochechas estão doendo até agora. A noite foi incrível a melhor da minha vida e ela vai ficar marcada assim: como a melhor da minha vida.

A conversa começou com ele dizendo que a pizza preferida dele também era a minha, de calabresa claro e com muuuuito queijo. Descobrimos várias outras coisas em comum, como músicas, livros, filmes, cores e brigas dos pais.

Ele me contou que veio para Porto Alegre para tentar fugir um pouco do caos que era a casa dele com todas aquelas brigas e com expectativas de que quando voltar seus pais estejam em uma segunda lua de mel ou separados. Juro que vi algumas lágrimas molhando suas bochechas mas não fui indiscreta ao ponto de falar. Já ele viu várias inundando o meu rosto, eu e essa minha barda de chorar em momentos inoportunos.

Mas até  que foi bom já que ele aproximou sua cadeira da minha e me abraçou, o abraço mais puro que já havia sentido e mal sabia eu que o melhor abraço ainda estaria por vir.

Depois disso falamos vários assuntos aleatórios e ele me contou várias histórias dele e perdi as contas de quantas vezes peguei outras pessoas olhando para ver o que estava acontecendo. É sério eu rindo sou um desastre parece que estou tendo um infarto kkk.

Eu me sentia tão bem com ele. Ele me dava uma liberdade tão grande sem ter que fazer quase nada, a presença dele já parecia libertadora para mim e resolvi desabafar com ele sobre o que eu vinha sentido, des de o começo, de quando eu era vaca, até as faltas de ar e as dores no coração. E ele mais uma vez se mostrou perfeito, tenho até medo dessa perfeição.

- Bia, o importante é que você mudou e agora ouvindo você falar isso me sinto muito mais atraído por essa guria forte linda e decidida do que quer. Você errou, admitiu que errou e ainda tentou se redimir o mais importante agora é você conseguir se perdoar porque é claro que você ainda não conseguiu e essas faltas de ar e aperto no peito mostram isso em forma de ansiedade, seu subconsciente está implorando para que você se perdoe e está fazendo seu corpo transmitir isso. Você devia falar sobre isso com Jonas ele vai conseguir te ajudar. Promete pra mim que vai tentar?

Eu já estava como o rosto encharcado de novo e apenas confirmei com a cabeça  então ele fez uma pergunta:

- E esse Diego? Você ainda ama ele? Não por nada mas você disse que ele tá namorando e você já conversou com a namorada dele e tudo, mas você não está tentando me usar pra esquecer ele né?

Eu comecei a rir de nervoso mas já sabia a resposta para essa pergunta.

- Se eu estivesse, já teria conseguido sem nem me esforçar. Mas não! Eu vim para esse jantar com o meu coração me preparando para uma nova paixão ou uma linda amizade, em nem um momento pensei em te por na posição de "esquece ex". Eu acho que esse meu amor por Diego foi mais uma coisa de não querer perder, como se meu cérebro não aceitasse que um cara que esteve toda vida ao meu alcance escolhece outra e não a mim. E graças a Deus percebi isso a tempo antes de fazer mais uma besteira.

Falei isso tão séria e olhando tão profundamente para os olhos dele que senti que não seria só mais uma paixão e sabia que não era só eu que pensava assim. Vi que a partir daquele encontro, Ricardo e eu estaríamos ligados para sempre. Mesmo que seguindo caminhos diferentes, casando com outra pessoa, tendo filhos... sempre estaríamos presentes um na memória do outro como "o grande amor da minha vida" mesmo que por enquanto ainda não tivesse surgido esse sentimento (Ainda).

Quando entramos no carro pedi que ele não me levasse para casa, precisava de mais tempo com ele, parecia que a noite tinha sido  tão curta e já era quase meia noite.

Ele concordou e me levou para uma cabana, era linda. Simples como se fosse uma casa na árvore só que no chão. Era pequena e tinha apenas uma cama, uma mesa, uma geladeira e algumas cadeiras. Ficava um pouco distante da cidade e era rodeada por árvores eu podia até ousar dizer que ouvia o som de uma cachoeira bem distante... Ele disse que o Jonas havia apresentado aquele lugar a pouco tempo para ele. Disse que Jonas costumava ir lá para escrever e cedeu a cabana para que ele pudesse estudar.

- A gente pode sentar aqui e conversar mais, tem alguns salgadinhos e coca se você quiser... ou podemos só ficar quietinhos aproveitando o silêncio. Aquela cidade é um caos. Aqui é uma paz!

Concordei e antes que eu pudesse me sentar ele me puxou para o melhor abraço da minha vida, se eu fechar os olhos agora e me concentrar parece que consigo sentir o seu braço na minha cintura. Ele me puxou com tanta suavidade que pareceu que eu havia flutuado até ali e depois me apertou de um jeito tão gostoso. Parecia que já era o objetivo dele eu nunca mais esquecer. Retribui e ficamos ali, encostados na parede em pé abraçados por não sei quanto tempo. O cheiro dele é tão gostoso e forte que está na minha blusa até agora, inclusive estou segurando ela nesse exato momento próxima ao meu rosto, é o típico clichê de : "Você é uma droga, e eu fiquei totalmente viciada".

Depois de muito tempo abraçados sem falar nada, tirei coragem não sei de onde e cheguei minha boca próxima ao seu pescoço e comecei a beijar de leve, sentia necessidade de encontrar seus lábios, mas ele é  mais alto que eu, muito mais alto e isso só aconteceria se ele quisesse e graças aos céus ele quis! O beijo foi tão suave e marcante como o abraço e pensei que não podia ficar melhor, até que ele começou a acariciar minhas costas e descer para minha bunda, eu nunca havia dado essa liberdade a ninguém mas com ele estava sendo tão especial que continuei o beijo e assim permissão para que ele continuasse.

Começamos a dar passos lentos até a cama e sentamos, ele começou a acariciar minha coxa e pôs a mão em baixo do vestido, repousou ela ali e perguntou com aquela voz gostosa num sussurro se podia continuar, eu estava tão  inebriada com aquele momento que nem consegui responder com palavras, o beijei novamente, só que com mais vontade, eu procurava sedenta por sua língua e quando elas se tocavam era como se raios estivessem caindo sobre as nossas cabeças dando energia para o que viria a seguir. Eu jamais pensei que perderia minha virgindade daquele modo, pensava em flores na cama, velas perfumadas, com alguém que eu já estava a muito tempo.

Mas ali estava eu, numa cabana minúscula com alguém que tinha acabado de ter o primeiro encontro, mas que parecia já ter vivido uma vida inteira junto.

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