A mão de Jessica estava gelada e a sentia tremer levemente, eu olhava para a sua barriga e acariciei a mesmo por cima da sua roupa, mais foi ao ouvir o suspiro dela que olhei em seu rosto novamente.
_Tudo vai ficar bem. _Ela disse novamente e gostaria de entender o que exatamente ela queria dizer com aquelas palavras. _So preciso que cuide fique do meu lado e assim ficaremos seguros.
_Temos que conversar.
_Sim sim, temos, mas eu lhe perdoou de tudo, só pra proteger nosso bebê, pois se mais alguma coisa aconteceu eu sinto que posso perdê-lo. E eu não posso perder ele Miguel, eu já o amo mais do que a mim mesma, e eu sou muito azarada pra confiam que nada vai dar errado vai acontecer, pois a cada vinda nesse hospital é um medo imenso que eu... _Mais uma vez ela chorava, e sentia seu medo daqui, a sua mão apertou a minha mais firme e quis instantemente abraçá-la, mas não fiz. _Eu posso perder ele, mas as coisas vão melhorar com você ao meu lado, agora terei sorte novamente.
_Jessica, eu... eu não sou a sua sorte, eu sou um homem comum.
_Nao você... você não entende, você é sim a minha sorte, Miguel antes de te conhecer eu já era acostumada com a minha vida, eu tinha a minha rotina, meu modo de viver em segurança, mas daí você surgir me fazendo fazer milhares de coisas, me dando um pouco de esperança e coragem, mas quando foi embora toda a sorte também se foi, e eu vivo com medo desde aquele dia, agora ainda mais com o bebê, eu sou um perigo pra ele, mas mesmo assim o quero, o quero muito Miguel.
_Porthos. _Falei e vi ela abrir os olhos um pouco mais do que o costume, como se tal coisa a deixasse chocada. _Meu nome é Porthos.
_Nao foi um sonho?
_Se tivesse sido um sonho eu não estaria aqui.
_Porthos... _Ela pronunciou o nome lentamente como se isso a fizesse se acostumar com o nome. _Entao você é seus irmãos...
_Sim, todos nós temos o nomes dos personagens do livro os três mosqueteiros.
_Então quando disse que tinha dois irmãos e que os nomes deles...
_Era mentira Jessica, eu tenho três irmãos e tenho uma convivência muito boa com eles. Eles tão tudo que tenho.
_Athos, Aramis, Porthos e D'Artagnan.
_Athos e eu somos os mais velhos, temos pouco anos de diferença, depois veio Aramis e por último D'Artagnan. Somos unidos e sinto muito ter mentindo sobre isso, mas foi necessário, não se deve misturar trabalho com família, foi por isso que mentir sobre tudo, sobre a minha família, minha vida e...
_Sua esposa. _A sua frase a fez soltar a minha mão. _Eu te vi no shopping com uma mulher loira e uma... _ela soluçou antes de completar a frase e novamente as lágrimas estavam ali, e olhando preocupado vi o seu monitor cardíaco e vi que ele estava anunciando alta. _Uma menina, você... você...
_Eu não tenho uma esposa ou uma filha, Jessica por favor se acalme. _Pedi realmente preocupado segurando sua mão novamente. _Nao existe ninguém.
_Mas... mas o homem do telefone disse... disse que... você tinha pegado o roubando e...
_Homem no telefone? _Perguntei e vi ela respirar fundo algumas vezes antes de me responder
_O da agência, eu te procurei, eu tentei de encontrar pra dar a notícia do bebê, mas você...
_Eu não trabalho mais lá, na verdade já tinha parado algumas meses antes de você pedi pro um acompanhante.
_Entao porque...
_Por você pedi alguém perfeito e eu devia algo para o dono da agência, você foi minha última cliente.
_Então você não o roubou? _Eu apertei meus lábios. _Roubou!?
_Nao, eu apenas não entrei o dinheiro que você me pagou e o devolvi.
_Devolveu?
_Entreguei pra sua mãe o chegue. _ela se encontrou no travesseiro que tinha na cama e fechou os olhos.
_Ela não é a minha mãe Miguel... Porthos. _Ela se corrigiu e afastou o fino lençol das suas pernas e ameaçou se levantar.
_O que vai fazer? _toquei seu ombro antes que ela descesse da cama.
_Ligar pra o meu advogado, eu fui roubada. Por que deu o dinheiro pra ela?
_Bom, na verdade meu irmão entregou e a maneira que ele descreveu deixou claro que era Gabriella, como assim ela não é sua mãe?
_Longa história. _Ela disse passando a mão no rosto. _Eu... eu tenho que mandar mensagem para Rose, ou para a Débora. _Ela disse ainda olhando a direção da sua bolsa e me afastando dela eu peguei a mochila pesada que ela tinha mania de usar. _Obrigada. _Abrindo uns dos bolsos ela tirou o celular e antes de fazer qualquer coisa me olhou novamente. _Você mentiu sobre tudo então?
_Nao, tudo não, eu... bom, tem muitas coisas pra se esclarecidas. Talvez aqui é nesse momento não seja o certo.
_Vai sumir novamente? _A pergunta a fez ficar com os olhos cheios de lágrimas, eu podia ver o quanto ela estava apavorada, com medo e sua reação deixava claro isso, Jessica estava no limite e eu não poderia permitir que ela continuasse dessa maneira, ela nunca mereceu algo parecido com isso que está vivendo agora, ela era delicada demais pra isso.
_Nao Jessica, eu não irei sumir, dessa vez eu ficarei com você, se você quiser é claro. _O suspiro de alívio fez ela deixa a lágrimas escorrer mais dessa vez um pequeno sorriso estava em seus lábios e sentia e sabia que tirei um grande peso do seu corpo com a minha resposta. _Eu vou proteger vocês dois.
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