Capítulo 14 - Teimosia

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Em uma tarde, Daniel e Julie estão em uma lanchonete, há um bom tempo conversando. Entre risos e um copo de suco, falam sobre a última peripécia, a peça de teatro, da qual Julie e Thalita participaram juntas. Thalita conseguiu driblar Julie e ficar com o papel principal, a garota aceitou a ajuda inicial oferecida pelos fantasmas, conseguindo dar uma lição em Thalita sem estragar a peça.

- Foi simplesmente genial

- É, eu dou uma ótima atriz também!

- Eu vi muito bem. – Seguem-se outros risos. A garota para e diz algo.

- Sabe, eu nunca acreditei em fantasmas. Já senti medo de vampiro, lobisomem. Mas fantasma? Sempre achei bobo

- Então você me acha bobo – O cacheado arqueia a sobrancelha.

- Não. – Ele parece satisfeito. O sorriso que tinha se desfez por conta de algo. Ou melhor, alguém. A cantora soube o que era quando se virou. Ninguém menos do que Nicolas. Ele a nota e segue em sua direção. Ele pergunta se está acompanhada, o que não responde, meio constrangida

- Diz que tá – Daniel fala. Nicolas senta na cadeira aparentemente vazia, fazendo Daniel sair. Julie não contou, mas, no final da peça, Nicolas foi falar com ela. Elogiar sua atuação e principalmente, a tranquilizar sobre o acidente com o bolo, a avó dele que talvez demorasse uns seis meses para deixar de lado. Estavam bem novamente.

- Ah eu tenho que ir.

- Vai fazer o que?

- Ah, escutar música. – Pensa rápido.

- Você, escutando música? Que novidade. – Dito isso ela ri sem jeito. Daniel irritado com aquele papo derruba o copo de suco no garoto, caminhando para fora em seguida. Julie pede desculpas pelo ocorrido e sai atrás do fantasma.

- Daniel, fica visível – pede, mas não há resposta.

...

Na casa da Bia, Martim e ela assistem O Rei Leão.

- Como que alguém pode achar isso ridículo. É uma OBRA-PRIMA.

- E eu não sei? O Simba sozinho – Martim pega um lencinho e assoa.

- Não me deixa sair com ninguém que não compreenda essa perfeição.

- Tá falando do filme ou de você?

- Ah, Martim, como você é uma graça! – Joga uma almofada no fantasma.

- Tá bem, eu prometo que ficarei de olho. Mas não sei, não. Você é bem teimosa.

- Não me deixa sozinha, só isso.

- Pode contar comigo.

- Ei, e aquele cara que vocês conheceram? Ele é confiável?

- Confio nele, quem cuida de cachorros como ele cuida não é ruim.

...

Julie volta para casa e vai direto pra edícula. Ela sabe que ele está lá, pois, antes de abrir a porta, ouve o som de sua guitarra. Calmamente ela entra, fechando a porta atrás de si.

- Aquela hora na lanchonete, você ficou com ciúmes do Nicolas? – Questiona, curiosa pela resposta.

- Claro que não – Responde sem tirar a atenção da guitarra. Não satisfeita com a resposta, a garota continua.

- Então, por que você derrubou suco nele?

- Porque ele tá na lista das coisas que eu acho ridículas. – Continua sem olhar para a ela. A garota se aproxima do guitarrista tentando chamar atenção para si, coloca sua mão sobre as cordas, parando o som delas. Finalmente seus olhos se encontram.

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