Capítulo Nove

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Alguns dias depois, Tessa decidiu que veria Charlie.

— Filha, você vai ver aquele menino de novo?

A jovem pensou por um momento se devia mentir para a mãe e lhe dizer que não, mas logo descartou a ideia. Tentava sempre ser sincera com as pessoas.

— Vou, mãe. Charlie precisa de mim. Eu volto logo. — disse a moça, indo para a porta.

Lá fora, a moça abriu sua sombrinha e se misturou com os outros andantes, caminhando tranquilamente pela rua principal para chegar a rua do conde. Ela sabia que havia decidido se afastar de Simon e do filho, e que faria isso em breve. E ela não mentia, faria mesmo, mas aquela era uma exceção para poder ver Charlie mais uma vez. Precisa terminar de ensiná-lo a ler.

Alguns minutos depois ela estava em frente a casa do conde, e bateu a porta, sendo atendida novamente pelo mesmo criado. Ele sorriu ao lhe ver, e abriu-lhe a porta.

— Obrigada. — ela falou ao passar por ele.

Dentro da casa, Tessa notou que havia uma mulher de vestido vermelho escuro sentada no sofá, e que, quando a viu, levantou-se, encarando-a dos pés a cabeça.

Devia ser a amante do conde, pensou ela, assustada. A mulher Ra linda, mas parecia bem brava também.

A jovem cumprimentou a mulher, que não devolveu o gesto.

Simon apareceu descendo as escadas, e sorriu ao ver a moça ali. Foi até ela e a tocou no braço. Ela se afastou sutilmente.

— É bom vê-la novamente, senhorita — ele disse quase sussurrando para que a outra não ouvisse.

— Vim ver Charlie. — explicou a jovem em alto e bom som.

— Ele está no quarto. Vamos, eu a levo. — Simon pousou a mão sobre o ombro dela, e a conduziu escadas a cima.

Enquanto isso, Susan mal podia se controlar de tamanha raiva do conde e da mocinha intrometida. Ela que mal pudesse esperar pelo que viria.

Quanto a Simon e Tessa, subiram para o segundo andar, e chegaram ao quarto de Charlie. Ele abriu a porta, ela estava pronta para ir até a criança, mas o conde a segurou pelo braço, e impediu.

— Ele está doente, senhorita. Varicela. — alertou Simon.

A jovem o fitou com pena, e se aproximou mesmo assim.

— Eu já tive quando era criança, não pego mais. — garantiu ela.

Sentou ao lado de Charlie na cama. O menino tinha centenas de bolhas vermelhas na pele, mas sorriu quando olhou para a moça.

— Senhorita, veio me ver? — ele perguntou feliz.

Tessa assentiu.

— Sim, querido. Estou aqui por você.

E por mim, mentalizou Simon.

— Eu estou aprendendo a ler, senhorita. Dê-me um livro pai. — o menino pediu.

O conde entregou um livro sobre animais, em que havia a figura, e uma descrição em baixo. Charlie passou o dedo pelas palavras e parou em uma, a qual recitou:

— Girafa. — leu devagar.

Empolgada, Tessa bateu palmas. Era isso mesmo que ela queria ver, o menino lendo, e aprendendo a ser mais independente em relação a isso. Eles tinham ido pelo caminho certo, e agora só faltava ele treinar.

O calor dos teus beijosOnde histórias criam vida. Descubra agora