Simon tinha um plano. E o colocaria em prática naquela noite. Era o baile de lady Stephania, e ele sabia que Tessa e Neil iriam, o que era perfeito para que ele executasse o plano. Ele tinha pensado muito se faria mesmo aquilo, mas quando entendeu que tinha sentimentos pela doce jovem, soube que sim, o faria.
O conde foi até o quarto do filho, que estava com um livro nas mãos, tentando ler. O pai se aproximou e se sentou ao lado dele, que lhe deu um sorriso angelical.
— Estou conseguindo ler, pai. — contou o menino, feliz.
— Parabéns Charlie. — o lorde disse fazendo carinho na cabeça da criança.
E deviam tudo a jovem, pensou Simon, com o coração apertado.
— Pai eu posso visitar a senhorita Tessa? —pediu Charlie, com os olhinhos brilhando na direção do conde.
O homem queria poder dizer que sim, porque por Deus, como ele queria aquilo. Mas sua resposta tinha que ser não porque havia coisas demais acontecendo.
— Em breve você vai voltar a vê-la. — garantiu o pai.
O pequeno assim esperava. Tinha saudade dela, e não sabia o que estava acontecendo. Não compreendia por que ela tinha se despedido dele, mas ele poderia fazê-la mudar de ideia quanto a isso. Será que ainda havia alguma chance de fazê-la casar-se com seu pai? Quem sabe talvez ela descobrisse que amava seu pai e não o tal doutor. Nutriria esperanças quanto a isso.
— Jantará comigo hoje, pai? — o menino pediu esperançoso.
Simon sorriu para ele.
— Sim, irei, filho. — afirmou Simon
E os dois continuaram lendo, enquanto o coração e a mente de Simon estavam não muito distante ali.
**
Ela estava ansiosa. Passara os dias, desde o último encontro com Simon, angustiada. Àquela altura, quando devia ter ainda mais certeza de sua união com Neil, ela tinha um profundo sentimento de contrariedade, e de dúvida. Questionava-se aquilo era mesmo amor, e se o sentia pelo noivo mesmo.
Mas, mesmo que decidisse que não amasse Neil, ela havia firmado um compromisso com o homem, e não podia voltar atrás.
— Eu amo Neil. — disse para si mesma em frente ao espelho, enquanto passava um pouco de batom carmim.
Ela repetira aquela frase várias vezes nos últimos dias, como se estivesse auto-afirmando para si mesmo que o amava, o que seria suficiente para salvar tudo.
— Está pronta, querida? — a mãe dela disse ao entrar no quarto.
— Estou sim, mãe. — Tessa levantou para mostrar o vestido a ela.
A peça era rosa, com um bordado branco na frente e a baixo do busto uma fita de cetim na mesma cor. O cabelo estava preso no alto da cabeça com uma fita vermelha, que contrastava com as mechas loiras.
As duas foram para a sala, onde estava o pai, ansioso para ver a filha.
— Está linda. — ele elogiou docemente.
— Obrigada, pai. A carruagem está pronta? — perguntou a jovem nervosa.
— Sim, filha. Eu te acompanho até lá fora. Vamos. — o pai pegou na mão da filha, e a conduziu para fora.
Mas enquanto caminhavam até a carruagem, o homem parou para falar-lhe algo.
— Filha, é meu dever como pai dizer que você não precisa se casar com doutor Neil se não quiser. — ele disse calmamente.
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O calor dos teus beijos
Fiction HistoriqueSimon Comeford é o conde de Wessex, um viúvo que depois da morte da esposa decidiu viver apenas pelo filho. Em uma noite, quando deixava a casa da amante, ele salva duas mulheres de um assalto, mas a escuridão não o deixa ver seus rostos. Porém, ele...