enquanto Lana com seus amigos estavam tentando achar uma maneira para chegar até o Castelo do Reino Morto.
— Não está dando certo isso de irmos de sala em sala! — Disse Lana. — Desse jeito vai voltar a escurecer e nem vamos ter chegado ao muro do Reino Morto!
— Está bem! — Disse Toni. — Mas mesmo assim vamos economizar qualquer tipo de poção que temos! Vou usar o meu plasma, ver tudo a nossa volta e achar a melhor saída para saímos em segurança!
— Combinado! Faça do seu jeito! Mas ache logo uma saída desse lugar! — Ela respondeu. — E nisso, Toni senta no chão com as pernas cruzadas e, em poucos instantes, uma fumaça começa a sair de todo o seu corpo e se transforma em um clone dele mesmo, só que praticamente transparente que voa em direção da parede e a travessa sem dificuldades.
— Quanto tempo isso demora? — Perguntou Gamabray.
— Eu não sei! Mas melhor ficarmos atentos para proteger o Toni caso os orcs nos achem. — Disse Niara.
— É só achar uma saída que ele retorna! — Disse Lana e, enquanto eles esperavam, os minutos iam parecendo horas, até que, depois de um tempo, Toni retorna.
— E aí? Achou alguma coisa! — Perguntou Lana.
— Você está bem? Quer uma poção de recuperação? — Perguntou Niara procurando em sua carteira um frasco de poção de recuperação.
— Não precisa, Niara! Agradeço! Guarde para uma emergência! — Respondeu Toni. — Agora vamos sair daqui! Todos fazem o que eu mandar, eu vou na frente, o Gamabray vai no meio e Lana e Niara protegem as costas do pequeno aí!
— Eu não preciso de proteção! — Disse Gamabray. — Posso me virar sozinho!
— Olha aqui, garoto! Eu entendo sua vontade de ser um guerreiro e de proteger todos ao seu redor, mas querendo ou não, eu sou mais treinado para proteger pessoas e eu não quero em meus registro a morte de um inocente em missão, e minha missão aqui é levar vocês em segurança para o castelo e salvar o senhor Nicolas dos sequestradores que ainda não sabemos quem são, como diz o relato da Lana. Estamos na base 4 de defesa dos muros do Reino Morto e, ao lado está a floresta viva, vamos ter que chegar ao muro sem sermos percebidos.
— Mas nós já não fomos percebidos quando aqueles orcs nos atacaram? — Perguntou Gamabray.
— Eles provavelmente já nem se lembram de nós e com certeza o corpo dos orcs mortos ontem foram o jantar deles! — Ele respondeu.
— Credo! Que nojo! — Disse Niara.
— Melhor eles serem o jantar do agente! — Disse Toni dando um sorriso. — Agora chega de conversa e vamos!
— Gamabray! Vamos fazer o que ele e a Lana mandarem! — Disse Niara. — O portal que viemos não funciona desse lado e, mesmo que funcionasse, não poderíamos voltar por causa do crocodilo, não sabemos como sair daqui e não conseguiremos enfrentar os orcs sozinhos. Então vamos ajudar eles a encontrarem o pai da Lana e uma saída daqui o mais rápido possível!
— E o mais importante! Sem sermos percebidos, principalmente lá fora! — Disse Toni.
— Mas o que tem lá fora? — Perguntou Niara.
— Nada, Niara! Só alguns orcs e mais nada! — Respondeu Toni, meio trêmulo nas palavras.
— Você está bem?
— Sim, Lana! Eu estou bem! Agora me escutem! Não usem nenhum tipo de magia que reflita luz ou barulho, lembrando que os orcs morrem se forem atingidos em seus pontos vitais com uma simples flecha ou um golpe de espada, então só usem magia se for muito necessário mesmo! — E então ele abriu a porta e todos seguiram pelo corredor. — É o seguinte aqui! — Disse Toni abrindo uma porta do corredor. — No fim desse corredor vai haver uma escada sem corrimão e no final dela é a saída onde há dois orcs de guarda. Eu com Lana vamos subir as escadas enquanto Niara e Gamabray ficam no começo para protegerem a nossa retaguarda.
— Pelo menos me chamou pelo nome! — Disse Gamabray.
— Lana! É muito importante que a gente consiga matar os dois guardas sem chamar a atenção do guarda que está na torre de vigia bem á frente da saída, porque se ele nos vir e tocar a trombeta, vamos ter que abortar a missão e correr para o deserto.
— Não podemos abortar a missão por hipótese alguma! — Disse Lana.
— Não duraremos 5 minutos vivos se o orc tocar a trombeta! — Respondeu Toni olhando sério para Lana, que respondeu
— Deixa comigo! Se o problema for esse, os orcs não vão ter tempo nem de respirar! — Ela respondeu. Então os dois subiram as escadas enquanto Niara e Gamabray ficaram esperando.
— Consegue avistar o seu orc?
— Está na minha mira! Você tem certeza que só tem esses três orcs aí fora?
— Sim! O resto deles está na parte da frente da base e dentro da floresta Viva. — Respondeu Toni.
— E como vamos matá-los sem chamar a atenção do orc que está na torre?
— Vamos usar as adagas! Ao meu sinal! — Disse Toni encostado na parede, observando os orcs andando de um lado para o outro do lado de fora.
— Combinado!
— Agora! — Disse Toni, e os dois saem e cravam suas adagas no pescoço dos orcs. Na hora em que estavam arrastando eles para dentro da base, um dos orcs derruba sua espada que cai em cima de uma frigideira de ferro e o som que surgiu acabou chamando a atenção do orc que estava no torre de vigia.
— Toni! O guarda! — Diz Lana, mostrando o orc os observava e, sem dar tempo para reação, Lana vê o orc erguer uma marreta. Nesse instante, a esperança de salvar seu pai passa diante dos seus olhos enquanto a marreta se aproxima da enorme placa de metal, as frações dos milésimos de segundos poderiam ser calculadas em minutos, até que a distância entre os dois parecia inevitável não haver uma colisão e o pensamento de Lana já era “o que fazer após o som soar no ar?” Então o orc deixa a marreta cair no chão antes de tocar a placa de metal e, cambaleando, cai da torre de cabeça no chão, fazendo com que a flecha que atingiu seu olho esquerdo termine de atravessar o seu crânio.
— O que aconteceu? — Perguntou Lana olhando para Toni, que solta no chão o corpo do orc que ele estava segurando.
— Quem atirou a flecha? Ele perguntou.
— Estão todos bem aí? — Perguntou Niara, subindo as escadas com seu arco em punho.
— Você acertou o orc que estava na torre disparando a flecha lá de baixo? — Perguntou Lana olhando para a escada e avistando Gamabray, que acabara de começar a subir os primeiros degraus dela.
— Realmente você é boa em distância com o arco e flecha! — Disse Toni, impressionado.
— Sou sim! — Ela respondeu. — Consigo até acertar alguém que esteja espionando eu com o meu irmão de cima de uma árvore, em uma distância muito longe, e fazer uma marca na calça dele igual essa sua aí! — Disse apontando uma flecha para o furo na calça de Toni.
— Você anda espionando a Niara com o Gamabray? — Perguntou Lana.
— E pra que eu iria ficar espionando o esquisito aí! — Disse Toni apontando para Gamabray que acabara de subir as escadas.
— Então você estava espionando a Niara? — Perguntou Lana.
— Então, eu estou aqui para salvar o seu pai e não para ficar jogando conversa fora. — Ele disse pegando o corpo do orc e colocando em seu ombro. — Peguem os outros dois orcs e me sigam! — Disse caminhado com o orc até uma pequena sala de dois metros quadrados que ficava ao lado da torre de vigia e, assim que ele abriu a porta, arremessou o corpo do orc lá dentro. Em seguida Lana trouxe o outro corpo e fez o mesmo, Niara e Gamabray trouxeram o último corpo arrastado.
— Pronto! — Disse Toni, fechando a porta.
— Agora vai nos contar porque você estava espionando a Niara? — Perguntou Lana.
— Eu não estava espionando ninguém! Essa marca aqui na minha calça eu fiz quando me enrosquei em um ferro no corredor de algas, fugindo do crocodilo! Por qual motivo eu seguiria a Niara?
— Não sei! — Respondeu Lana. — Era exatamente isso que eu gostaria de saber!
— Logo após esse morro está o muro do Reino Morto, vamos por aquele caminho para não sermos percebidos por ninguém! — Disse Toni.
— Como você sabe tudo isso? — Perguntou Gamabray, desconfiado.
— Eu fiz a varredura e olhei tudo ao redor, por isso escolhi esse caminho e não o outro lado que seria mais perto da entrada que vamos usar!
— Você já sabe por onde vamos entrar? — Perguntou Niara.
— Sim! Agora chega de perguntas e me sigam! — Disse Toni correndo em direção ao morro e Lana, Niara e Gamabray, sem saberem o que fazer, acatam a decisão de Toni e, em pouco tempo, eles estão diante do muro do Reino Morto. — — Encostem-se ao muro! Para não sermos percebidos.
— Onde fica a entrada? — Perguntou Lana.
— Antes de o muro entrar na floresta!
— Mas ali fica o outro lado da base que estávamos! Por que demos toda essa volta? — Perguntou Lana.
— Os orcs estão na parte da frente do quartel, ali está o seu refeitório e do outro lado está o quarto de descanso deles!
— E na parte em que estávamos é o que? — Perguntou Gamabray.
— Ali não tinha serventia para eles, estavam só tomando conta!
— E você não achou que seria mais rápido se enfrentássemos eles e invadíssemos o castelo por ali? — Perguntou Lana.
— Enfrentar um orc é muito fácil! Enfrentar dois, três, já dão trabalho, mas pelo o que me deu para perceber, ali na floresta existem milhares de orcs!
— Milhares de orcs? — Perguntaram Lana e Niara ao mesmo tempo.
— E o pior não é isso! — Disse Toni. — Vi dragões com sela presos em jaulas e o que mais me chamou a atenção foi que parece que eu vi um Unicórnio amarrado dentro de uma baia
— Unicórnios? — Perguntou Lana, espantada. — Mas eles existem? Você tem certeza que eram unicórnios?
— Não consegui ver direito, pois apareceu um cavaleiro negro de dentro do celeiro olhando para a floresta.
— Cavaleiro negro? Mas eles não existem mais! Desde que a princesa derrotou Rainelf, os Cavaleiros Negros viraram pó!
— Posso ter ficado na dúvida se era ou não era um Unicórnio o que eu vi dentro da baia, mas uma coisa eu tenho certeza, era sim um Cavaleiro Negro que saiu de dentro do celeiro, por isso decidi vir por esse caminho e tentar entrar no castelo sem ser percebido.
— Estou ficando mais preocupada com o meu pai! Será que ele está bem?
— Ou vivo?
— Não fala besteira, Gamabray! — Disse Niara. — Desse jeito você vai deixar a Lana mais preocupada ainda!
— Me desculpe!
— Vamos andar encostados no muro e, assim que entramos nas tubulações de rede de esgoto do castelo, usamos uma poção de COEGI para achar uma entrada para cima com segurança! — Disse Toni
— Tubulação de esgoto? Crocodilo? De novo não! — Disse Niara levantando uma de suas sobrancelhas.
— Fique despreocupada que não vivem crocodilos nas tubulações desse castelo. — Disse Toni. — As tubulações são todas redondas, então não tem como um crocodilo descansar ali, é só água.
— Você está querendo dizer que vamos entrar literalmente no esgoto? — Perguntou Lana. — E posso saber como vamos chegar até a entrada sem sermos percebidos?
— É por isso que temos uma alquimista na nossa equipe que pode nos manter protegidos do esgoto e nos levar até a entrada sem sermos percebidos, ou será que ela só é boa com as flechas? — Ele disse olhando para Niara.
— Será que eu sou boa mesmo com as flechas? Deixe me ver se eu consigo acertar o seu olho nessa distância!
— Calma, Niara! Só estava brincando!
— Você tem umas brincadeiras muito sem graça! — Ela respondeu.
— Tudo bem então! — Disse Lana. — Vamos para a entrada da tubulação, ou melhor, para a saída dela!
— E como vamos chegar até lá sem sermos vistos? — Perguntou Gamabray olhando para o muro que parecia não ter fim.
— Vamos ver a sua irmã em ação! —Respondeu Toni.
— Sai da frente! — Disse Niara dando um pequeno “chega pra lá” em Toni e indo até a muralha, lá ela começa a passar a mão pelo muro, como se estivesse desenhando algumas formas geométricas nele e, depois de um tempo, ela ativa seu DREXTAL. Após tocar a tela várias vezes ela recolhe seu DREXTAL e repete todos os símbolos que desenhou na parede, no chão e depois no ar, como se estivesse desenhando em uma lousa invisível. — Venham todos aqui e encostem-se ao muro! — Todos obedeceram e então ela coloca sua mão no chão e, assim que as ergue em direção ao céu, um espelho surge na frente de todos.
— Mas eu estou me vendo no espelho. Como isso vai nos levar até a entrada? — Perguntou Gamabray.
— Desse lado vemos o nosso reflexo e quem estiver do outro lado vê o reflexo que está atrás de nós, que nesse caso seria o muro! — Disse Toni.
— Mais isso qualquer um percebe! — Disse Lana desconjurada com a ideia.
— Exatamente! — Disse Toni. — Qualquer um é capaz de reconhecer essa camuflagem, mas nem para isso presta um orc. — Ele disse dando risada.
— Toni, Toni, Toni, não subestime assim os orcs que um dia você pode ser surpreendido por eles, precaução é um dos melhores remédios para sobreviver.
— Ta bom! — Respondeu Toni, ignorando as palavras de Lana. — Vamos logo para entrada achar um jeito de subir para o castelo e, se algum orc descobrir nossa camuflagem, você, Lana, atira uma flecha normal nele e resolve o caso enquanto Niara leva a conjuração do espelho até a entrada. — E assim seguiram os quatros para a saída do esgoto do castelo e Gamabray nem deu o seu terceiro passo e parou de andar.
— O que ouve? — Perguntou Niara.
— Tem alguma coisa no meio da floresta! — Ele disse com a respiração acelerada.
— Eu não estou sentido nada! Parece-me que ninguém sentiu nossa presença — Disse Toni. — Uma de vocês está com suas energias elevadas?
— Não! — Respondeu Niara olhando em sua tela azul.
—Minha energia está como sempre! Camuflada! Ninguém consegue me rastrear pela minha energia, mas nem se tivesse a um metro de distância minha! — Disse Lana.
— Para falar a verdade eu sinto uma coisa! — Disse Toni. — O cheiro desses orcs que fica no ar e que não sai das minhas narinas! — Disse voltando a caminhar, mas Gamabray voltou a parar! — O que foi dessa vez? — Perguntou um pouco irritado.
— Ele está vindo em minha direção! — Disse Gamabray, assustado.
— Quem está vindo na sua direção, Gamabray? — Perguntou sua irmã.
— Eu não sei, Tata, mas tem algo vindo em minha direção! Ele está desesperado! E vai nos encontrar!
— Vamos correr logo para a tubulação! — Disse Lana. — Nada vai te pegar, Gamabray, fique despreocupado que vamos te proteger, nem que seja com a nossa própria vida, então ignore o que você está sentido e não pare de andar até chegamos à frente da saída do esgoto, combinado?
— Combinado! Mas vamos logo então! Vai! Comecem a andar! Que ele não para de se aproximar.
— Ok! — Disse Lana e todos aceleraram os seus passos para chegarem até o local em que eles iriam usar para entrar no castelo e, faltando apenas dalguns metros para eles chegarem, Gamabray volta a parar de correr.
— Tata! Ele está chegando! Não deixe ele me pagar! Tata me ajude, me proteja! Ele vai me pagar! Não tem mais como fugir! Me ajude pelo poder celestial!
— Mas eu não estou vendo nada se aproximar! — Disse Toni.
— Não sinto e não vejo nada! — Disse Niara.
— Me deixe ver se consigo rastrear algo — Disse Lana colocando sua mão no chão. — É! Realmente tem algo se aproximando e muito rápido! — Disse se pondo em pé, pegando o arco de suas costas e equipando uma flecha. Toni, sem saber o que estava acontecendo, estende sua mão direita para frente e faz sua espada aparecer.
— Tata, ele se aproxima! Ele está vindo em minha direção! — Disse Gamabray chorando e puxando a blusa da sua irmã. Então Niara o abraça e fala baixinho:
— Calma, se acalma que estamos aqui para te proteger!
— Ele chegou! — Disse Lana mirando para o seu lado esquerdo entre o escudo de espelho e o muro do Reino, esperando algo aparecer ali.
— Pare, Lana! Não dispare a flecha, por favor! — Disse Gamabray.
— Por que não atacar? — Perguntou Toni. — E atacar quem? Até agora não vi nada! — E nisso, surge por de baixo do escudo que refletia o muro do castelo um coelho branco.
— Kulran! — Disse Niara olhando para o coelho branco que acaba de surgir.
— Mas como é possível? — Perguntou Lana.
— Esse não é o Kulran! — Disse Gamabray se aproximando do coelho que o encarava fixamente e, o pegando no colo, passa a mão em seu pelo e retira todo o pó branco que o cobria, fazendo os seus pêlos marrons com manchas pretas aparecerem.
— Que pó é esse? — Perguntou Gamabray.
— Isso é algum tipo de tempero! — Disse Toni depois de ter colocado um pouco do pó em sua boca e ativado seu DREXTAL. E nisso surge uma voz no ar.
— Ele ta pra li.
— Silêncio! Ninguém se mexe ou faz baralho! — Disse Toni e, em seguida, olhou por de baixo do escudo e conseguiu ver por entre as gramas um orc fora da floresta e nisso, surge outro orc com um uniforme todo branco de cozinheiro segurando uma faca cutelo em cada mão.
— Onde ta o comida seu “ladão”. — Disse o orc cozinheiro, então o outro orc respondeu:
— Ele “fugio”! Ó furo mão de morder. — Ele mostrou a sua mão para o orc cozinheiro que disse antes de voltar para floresta.
— Ou acha o comida ou vô “cuzinhá ocê” para comida hoje pra “nóis”. — E após olhar ao redor por alguns segundos o outro orc também volta para a floresta.
— Vai, Gamabray! Solta logo isso aí no chão e vamos para á tubulação. — Disse Toni fazendo sua espada se tornar em um mini tornado de energia e a guardando dentro do seu Ostium.
— O coelho não é “isso aí”. — Disse Gamabray com um olhar de quem não gostou do comentário de Toni.
— Tanto faz! — Respondeu Toni. — Quase fomos descobertos por causa desse coelho aí e do seu medo por animais!
— Para de pegar no pé do meu irmão e vamos logo entrar na tubulação e o coelho vai com a gente! — Disse Niara, conjurando com sua mão direita uma bolha de energia que foi na direção do Toni e o cobriu por completo e em seguida ela conjurou outra bolha de energia que protegeu Lana e uma bolha para seu irmão junto com o coelho e por último ela conjurou uma bolha de energia para si mesma e todos entraram na tubulação.
— Precisamos agora encontrar um local seguro para subirmos para o andar de cima. — Disse Toni.
— O certo é encontrarmos a sala que está o meu pai e subir nela para salvá-lo, depois voltamos para a tubulação e fugimos. — Disse Lana.
— Fugir para onde, Lana? — Perguntou Toni. — Por mais rápido que consigamos subir na sala de cima e descer com o seu pai para a tubulação, as trombetas serão tocadas e os milhares de orcs que estão na floresta ficarão de prontidão esperando por nós e se por um acaso tivermos sorte de conseguir sair do castelo antes das trombetas tocarem, o que vamos fazer? Atravessar o deserto andando? O portal que viemos não funciona desse lado e eu não vi e nem sei dizer onde tem um portal nesse castelo, se é que tem um portal.
— E o que vamos fazer? Ficar conversando aqui no esgoto até minha conjuração acabar?
— Niara está certa! Vamos mapear a nossa localização e achar uma entrada para dentro do castelo e ver quais são as salas possíveis que meu pai possa estar preso! — Disse Lana pegando o seu estojo de poções e tomando um líquido verde e em seguida ativou o seu DREXTAL e ao dizer a palavra COEGI um mapa surgiu na parte de cima da tela azul.
— Mas isso é um labirinto e não tem ninguém no castelo. — Disse Niara olhando para a imagem que tinha acabado de surgir.
— Realmente as tubulações parecem um labirinto sem fim, mas não dá para dizer se realmente não tem ninguém no castelo, olha direito o mapa. — Disse Toni. — Não estamos vendo nada do andar de cima.
— A Lana está com defeito? — Perguntou Gamabray acariciando o seu novo amiguinho e todos deram risada.
— Claro que não! — Respondeu Toni. — Isso significa que o castelo está protegido e que a Lana desperdiçou a poção.
— Desperdicei nada! — Disse Lana. — O mapa será de grande ajuda para sabermos por onde a gente já passou e por onde falta passar!
— Quanto a isso tudo legal! — Disse Niara. — Mas lembrando que estou usando a minha energia para nos proteger e ela não é eterna, quando chegar ao limite mínimo de energia no meu chakras a bolha vai se desfazer, então não podemos demorar.
— As minhas poções eu perdi!
— Toma, Niara! Segura esse frasco e assim que sua energia chegar pela metade, você a toma, não deixe ela abaixar muito, pois não sabemos o que vai acontecer! — Disse Lana.
— Combinado! — Ela respondeu pegando o frasco das mãos de Lana.
— Agora me deixe ver esse mapa com mais calma e vamos ver se encontramos um caminho bom para seguir.
— Eu já acho melhor você recolher o seu DREXTAL e economizar tempo da poção COEGI e assim que encontramos uma entrada para o andar de cima que não tenha ninguém por perto, você ativa o mapa outra vez e quem sabe com sorte as paredes não estejam encantadas, assim conseguiremos ver tudo a nossa volta e o seu mapa com o meu plasma, encontraremos o seu pai com certeza! — Disse Toni. — Isso, é claro, se ele realmente estiver nesse castelo!
— Ele está! Eu tenho certeza! — Disse Lana guardando o mapa e a tela azul do seu DREXTAL. — E você já tem alguma ideia de como vamos nos localizar aqui embaixo sem um mapa?
— Fiz vários treinamentos de sobrevivência em labirintos de espinhos vivos! Consigo pelo menos não repetir o mesmo caminho. — Disse Toni. — Assim conseguiremos achar uma entrada com certeza! — Então Toni começou a andar passando a mão na parede do seu lado direito, enquanto seus amigos seguiam seus passos. Toni realmente disse a verdade porque na primeira entrada que eles fizeram à direita, avistaram um ponto de luz saindo do teto.
— Um Ralo! — Disse Lana mostrando as grades de ferro que estavam no teto da tubulação.
— Foi mais fácil do que eu imaginei! — Disse Gamabray.
— Não façam barulho! — Disse Toni se aproximando do ralo do teto e nisso surge uma voz no andar de cima, uma voz forte e firme, todos se encostam na parede da tubulação para não correrem o risco de serem vistos.
— Samanta! A princesa Yasmim está te procurando no castelo. — Disse a voz.
— Mas o que será que ela quer agora! — Respondeu uma voz feminina, provavelmente Samanta.
— Eu já ouvi essa voz antes! — Sussurrou Lana. — Toni! Deixe-me subir nos seus ombros para ver quem está lá em cima.
— Ta bom, mas não faz barulho! — Respondeu Toni inclinando o corpo para fazer do seu joelho um degrau para Lana conseguir subir em seus ombros e assim que ela ficou cara a cara com as grades do ralo, conseguiu ver uma boa parte da sala do andar de cima e pela prateleira lotada de frascos de várias cores e um microscópio em cima da mesa, ela já deduziu que ali era um laboratório e foi quando viu uma moça jovem muito bonita de pele branca e cabelos pretos, na altura do ombro, aparecer para colocar de volta um pedaço de vidro na frente do microscópio.
— Fala para ela que eu já estou indo! — Disse a jovem. — Só vou terminar uma coisa aqui e já estou indo!
— Essa pelo visto é a Samanta, sua voz soa tão familiar. — Sussurrou Lana observando a moça que estava retirando o seu jaleco branco.
— Espere! — Disse a moça. — É melhor eu ir lá agora, vai que é uma coisa importante!
Ela pendurou o seu jaleco no tripé no canto da sala e pegou um frasco colorido na prateleira, o tomou em seguida e, antes mesmo dela devolver o frasco vazio na prateleira a sua mão começou a enrugar, sua cara já não era mais tão bela, seu cabelo começou a embranquecer. Quando o seu nariz começou a crescer e uma verruga nasceu nele, Lana se lembrou de onde conhecia aquela voz e com o susto que ela levou vendo aquela moça linda se transformar em uma bruxa horrível, seu pé direito acabou escorregando do ombro de Toni e ele não conseguiu mais segurá-la, a derrubou fazendo um grande barulho na água.
— Mas que barulho é esse? — Perguntou a bruxa Samanta.
— Provavelmente é Custon devorando algum orc que insiste em ficar perto da tubulação, só ontem ele devorou três orcs. — Disse uma voz forte e firme que vinha do laboratório.
— Eu odeio cobras! — Disse a bruxa. — Se ela não fosse o bichinho predileto do Rainelf, eu mesmo já teria a matado, apesar de ser útil em devorar aqueles orcs nojentos que Rainelf insiste em dizer que serão uma peça importante para quando chegar o grande dia.
— O que você fez, Lana? — Perguntou Niara. — Quase perceberam a gente!
— Vocês não vão acreditar no que eu vi lá em cima!
— Gente, eu posso falar? — Disse Gamabray.
— Espere um pouco, Gamabray. — Disse Lana. — Uma moça jovem tomou alguma poção que a transformou na bruxa que vimos ontem na feira do Reino Celestial.
— Como assim se transformou? — Perguntou Toni, espantado com a reação de Lana.
— Pessoal, vocês ouviram o que a moça disse sobre o barulho? — Perguntou Gamabray.
— Espere, Gamabray! — Disse Lana. — Ela se transformou em outra pessoa, ela tomou uma poção de transformação.
— Mas nenhum alquimista conseguiu fazer essa poção! — Disse Niara. — Minha mãe mesmo disse que isso era impossível!
— Mas você acha que sua mãe é especialista em poções? Ela pode até ter algum conhecimento, mas não consegue conjurar uma mistura para poção, então suas pesquisas praticamente não servem. — Disse Lana. — Ainda mais que eu vi com os meus próprios olhos a moça se transformar em uma velha bruxa e, a mesma bruxa que leu minha mão e disse que meu pai estaria aqui no Reino Morto.
— Minha mãe tem um talento e tanto na alquimia, Lana!
— Ela disse que tem uma cobra gigante aqui na tubulação! — Disse Gamabray.
— Mas isso que eu acabei de ver está fora de todos os nossos conhecimentos!
— Se fosse realmente possível uma transformação, minha mãe já estaria sabendo alguma coisa!
— Por que você acha sua mãe saberia algo sobre isso? — Perguntou Niara.
— Minha mãe sabe muito mais coisas do que você pode imaginar!
— Eu duvido!
— Pelo o que me parece, ela disse que tem uma cobra gigante aqui na tubulação! — Disse Gamabray.
— Parem de brigar, meninas! E você Gamabray, espere um pouco! Deixe eu perguntar primeiro, pois na hora em que eu caí na água, parecia que eu tinha ouvido eles dizerem o nome do Rainelf. Alguém mais ouviu?
— Eu não ouvi nada de nada! — Respondeu Niara. — Só vi a Lana vindo por cima de mim e a única coisa que escutei foi o barulho de vocês dois caindo na água.
— Eu não ouvi nada também! — Respondeu Lana.
— Eu ouvi! — Disse Gamabray.
— Você ouviu o nome Rainelf ser dito lá em cima? — Perguntou Toni segurando Gamabray pelos braços.
— Sim! — Ele respondeu.
— E você ouviu o que eles disseram sobre o Rainelf? — Perguntou Toni com um olhar sério para Gamabray.
— A moça disse que só não mata a cobra gigante que tem aqui na tubulação, porque ela é o bichinho predileto do Rainelf.
— Você está brincando? — Disse Toni soltando os braços do Gamabray e olhando para Lana que está pensativa.
— Não estou brincando e acho melhor a gente se apresar porque o coelho está muito assustado e eu estou com mau pressentimento! — Disse Gamabray.
— Lana! — Disse Toni. — Se for verdade que Rainelf está vivo, precisamos sair daqui o mais rápido possível, antes que ele nos descubra.
— Dizer que a cobra é o pet do Rainelf não significa que ele esteja vivo! — Disse Niara.
— Não saio daqui seu meu pai! — Disse Lana. — Se você tem medinho do Rainelf, eu não tenho! Além do mais sabemos que a princesa matou seu primo na Guerra de Azulho 100 anos atrás e que eu saiba não existe uma poção que ressuscita um morto.
— Se ele estivesse vivo todo esse tempo, com certeza a princesa Yasmim saberia e já teria tomado alguma providência. — Disse Niara.
— Sabe o que eu achei estranho agora? — Perguntou Lana para todos. — Alguém entrou na sala chamando a bruxa dizendo que a princesa queria vê-la!
— Isso eu ouvi também! — Disse Toni.
— Eu também! — Disse Niara.
— O que a princesa iria querer com a bruxa? Será que a ela não sabe que o meu pai foi sequestrado pela bruxa?
— Vai ver foi por isso que a princesa mandou chamar a bruxa Samanta. — Disse Toni.
— Como você sabe que a bruxa chama Samanta? — Perguntou Niara.
— Ora bolas! O rapaz a a chamou ela pelo nome!
— Eu não ouvi! — Disse Gamabray.
— Eu também não!
— E nem eu!
— Vocês já repararam que perdemos muito tempo conversando, enquanto a sala de cima está vazia! — Disse Toni.
— O que é aquela onda lá! — Disse Gamabray apontando para a onda que vinha em suas direções.
— Cobra? É a cobra Gigante! — Disse Toni olhando para cima na tentativa de achar um jeito para subir.
— Pelos poderes Celestiais! Vamos subir para o laboratório e que o poder celestial nos proteja. — Lana disse disparando uma flecha na grade de ferro que foi derretendo todo o ferro e, enquanto ela estava derretendo, Niara estava amarrando uma corda em sua flecha e a disparou acertando o teto do laboratório.
— Sobe você primeiro, Gamabray, que é o mais leve! — Disse Toni. — E depois você amarra a corda em um lugar mais firme para que possamos subir com segurança.
— Mas e o coelho? — Ele Perguntou.
— Dá aqui esse negócio que eu seguro pra você subir! — Disse Toni praticamente arrancando o coelho das mãos do Gamabray, que subiu para o laboratório e amarrou a corda em um dos quatro pilares que tinha lá e assim todos conseguiram subir a tempo de ver a gigante cobra passar por de baixo de seus pés.
— O que vamos fazer agora? — Disse Toni apavorado. — Embaixo de nós tem uma cobra gigante que consegue nos engolir fácil, fácil e agora fiquei sabendo que podemos estar no mesmo castelo que Rainelf. Maldita hora que fui seguir você, Niara!
— Me seguir? — Perguntou Niara. — Mas que tanto você fica me seguindo?
— Sigo porque é minha obrigação como soldado do exército da Vila Água Verde, proteger e ajudar todos os moradores da vila! — Ele respondeu com um tom de voz mais firme. — Por esse motivo eu te vigiei de vez em quando, era para ter certeza que você não iria precisar de ajuda.
— Que raio de obrigação é essa? — Perguntou Niara.
— Niara, eu não te espio por maldade! Juro pelo poder Celestial! Só quero que nada te aconteça! — Ele disse e Niara acabou ficando sem palavras e suas bochechas ficaram mais rosadas do que o normal.
— Deixe a Dina ficar sabendo disso! — Sussurrou Lana.
— O que foi que você disse? — Perguntou Toni.
— Nada, Toni! Eu disse nada!
— Pode deixar que da minha irmã eu tomo conta! — Disse Gamabray sério pegando bruscamente o coelho de volta das mãos de Toni.
— Ah! Sim, garoto! — Disse Toni dando uns tapinhas na cabeça do Gamabray. — Vamos achar logo o senhor Nicolas e sair daqui o mais rápido possível! Lana, ativa o COEGI e vamos pedir para que o poder celestial esteja ao nosso lado.
Então Lana mais que depressa ativou a tela azul do seu DREXTAL, e em seguida o mapa apareceu acima da tela.
— Só está mostrando a sala que estamos! — Disse Lana desanimada.
Nossa! Mas por que alguém gastaria tanta energia assim? — Disse Niara.
— Para não serem percebidos! — Disse Toni. — Por isso ninguém nunca ouve falar que o Rainelf está vivo!
— Faz sentido! — Disse Lana desativando seu DREXTAL.
— O que vamos fazer agora? Logo, logo alguém entra aqui na sala e nos pega e se sairmos sem rumo pelo castelo, com certeza vamos ser descobertos, estamos cada vez mais em um beco sem saída. — Toni disse.
— Toni, você vai ter que usar seu plasma para nos guiar! — Disse Lana. — Você conjura ele para achar uma sala segura, vamos todos para a sala, então você recupera a sua energia com uma poção e volta a procurar até achar a sala que esta o meu pai.
— Não gostei nem um pouco dessa ideia! — Disse Toni. — É muito arriscado!
— Você tem outra ideia?
— Pelo visto vou ter que tentar rastrear o lugar! . — Ele disse sentando-se no chão com as pernas cruzadas e assim que ele começou a conjurar o seu plasma, a porta do laboratório se abriu e entrou na sala uma moça bonita de pele marrom claro e de olhos verdes com seus cabelos mais compridos de um lado da cabeça o que do outro.
— Quem são vocês e como vieram parar aqui? — Ela perguntou.
— Volta logo, Toni! — Disse Lana desesperada.
— Não se preocupe, dessa vez não deu tempo de conjurar meu plasma! — Disse Toni se pondo em pé.
— Guardas! — Gritou a moça e dois homens bem equipados entraram na sala.
— Não temos outra alternativa a não ser lutar! — Disse Lana pegando seu arco e flecha.
— Lutar? Vocês, crianças, querem lutar comigo? Quais são seus nomes?
— Eu me chamo Gamabray!
— Cala a boca, moleque! —Disse Toni. — E vai para trás da sua irmã.
E nisso Niara reabastece a bolha de energia para proteger seu irmão.
— Óóó... Uma bolha de proteção! — Disse a moça sorrindo, então ela viu no chão o buraco que ficou no lugar das grades derretidas. — Então vocês usaram essa bolha de proteção para não se molharem no esgoto? E vocês não encontraram o bichinho de estimação do meu marido? Mas como vocês têm sorte, hein? — Ela disse passando a mão no ar como se fosse apanhar uma borboleta voando e, nesse instante todas as bolhas de energia sumiram. — Ahh! Que pena! A bolhinha das crianças brincarem estourou!— Quem é você? — Perguntou Lana.
— Podem me chamar de Adodhis!
— Ta de brincadeira? Só pode! — Disse Toni com um olhar desanimado. — Tanta gente para mexer nesse mundo e seu pai foi mexer justo com eles. Quem mais está nesse castelo? Pelo visto está todo mundo do mal reunido nesse castelo.
— Meu pai não mexeu com ninguém! — Respondeu Lana.
— Então você é a filhinha do Nicolas. — Disse Adodhis olhando Lana dos pés à cabeça.
— Você conhece meu pai? Então isso significa que ele realmente está aqui no castelo.
— Sim!
— Eu exijo que você me mostre onde ele está, agora! — Disse Lana.
— Aham! — Disse Adodhis. — E quem falou para você que somos do mal, garoto? —Ela perguntou olhando nos olhos de Toni.
— Já ouvi muitos relatos de vocês! — Disse Toni pegando sua espada.
— Entendi! — Ela respondeu. — Sinto muito em lhe dizer que os relatos que você ouviu não são verdadeiros! Porque eu não sou má e, sim eu sou muito mais cruel do que te contaram, guardas! Matem todos!
Então os guardas sacaram suas espadas, partiram para cima de Toni, que estava mais perto deles, nisso Lana dispara uma flecha atrás da outra para impedi-los de acertar Toni e com o barulho que surgia das espadas se chocando, um orc que estava passando do lado de fora do laboratório acabou entrando e, a primeira coisa que ele viu foi Gamabray segurando o coelho, babando ele foi pra cima do menino, que começou a correr para fugir do orc, enquanto Niara estava tentando fazer alguma magia, mas não obtinha sucesso. Gamabray continuava correndo desesperado até que acabou tropeçando e caindo no chão, fazendo com que Toni tropeçasse nele, se desequilibrasse para trás esbarrando no orc que, agarrou seu corpo junto com seus braços com toda a sua força.
— Me solta, seu orc burro e nojento! — Disse Toni tentando se soltar das garras do orc.
Lana saca sua adaga e, após dar um chute voador em um dos guardas mandando ele para longe ela puxa o outro guarda pelo colarinho, fazendo com que ele se afastasse de Toni, nisso Adodhis se aproxima em uma velocidade surpreendente e retira de uma bolsa, que estava amarrada em sua perna, um frasco quebrado dourado, onde na parte de cima tinha duas pequenas asas e entre elas havia uma bola vermelha, olhando bem de perto nos olhos de Toni ela diz: “Diga adeus a sua energia garoto!”. E com uma voz rouca e babando na hora de falar o orc que estava segurando Toni disse em seu ouvido: “Morra, seu imitador de humano burro e nojento!”. Adodhis crava o frasco dourado no peito de Toni até penetrar em seu coração.
— Nãããããooo! — Gritou Niara olhando aquele frasco cravado no peito de Toni, nos olhos dele ela viu o sofrimento que ele sentia.
Niara começou a ter uma sensação estranha, algo que não havia sentido e a única reação que teve foi a de fechar os olhos, com a esperança de que quando abrisse tudo aquilo seria um sonho e Toni estaria bem. Lana dispara uma flecha na direção do guarda que tinha acabado de se levantar, a flecha vai se transformando em cipó e enrolando todo o guarda, que cai sentado no chão, então ela olha para o seu amigo Toni, que estava começando a ficar transparente, sua pele brilhante, ao ver os olhos de Adodhis, que estavam manando prazer, ela decide ir ajudar, mas é impedida com um golpe de espada que o outro guarda aplicou, obrigando ela a se defender com sua pequena adaga. Niara ainda estava com os olhos fechados, só esperando ouvir o som da energia do seu amigo Toni surgir no ar, quando ela escuta um estalo e o seu coração acelera.
— Será que o Toni morreu? Não parecia o barulho de uma explosão de morte! — Ela pensou e nisso ela ouve um barulho de explosão — É esse o barulho da morte! Não acredito que Toni morreu! E eu não fiz nada para ajudar!
— Vamos, Niara! Para de enrolar e corre! Antes que não tenha mais tempo! — Disse Lana.
Niara abre os olhos e vê Lana ajudando Toni a caminhar para fora do laboratório, vê seu irmão apanhando sua espada no chão em uma poça de um liquido verde ao lado do orc que estava já sem vida.
— Vamos, tata, corre! — Ele disse correndo até a porta da saída do laboratório onde parou para esperá-la. — O que você está esperando? — Ele perguntou.
— Hã? — Disse Niara olhando para seu irmão. — Ah sim! Estou indo! — — Disse correndo para junto do seu irmão quando ela passa ao lado de Adodhis, que estava completamente congelada. Ela vê uma flecha enfiada em suas costas e, antes de sair, observa um dos guardas amarrado completamente por um cipó enquanto o seu parceiro estava caído, sem vida, ao chão. Assim ela sai do laboratório.
— Por que demorou, Niara? — Perguntou Lana.
— Achei que Toni tinha morrido! — Ela respondeu indo ajudar Toni a caminhar apoiando o ombro dele em seus ombros junto com Lana. — Eu escutei a explosão da morte!
— A explosão da morte que você ouviu foi do guarda que eu matei! — Respondeu Lana.
— Não vou resistir! — Sussurrou Toni. — Se eu gastar mais energia eu vou morrer!
— Me desculpe, Toni! — Disse Lana ajudando Niara a sentar Toni no chão e, mais que depressa, pega seu estojo de poções e entrega uma poção para Toni, que começa a tomar no mesmo instante.
— Toma tudo, Toni! — Disse Lana. — Essa é uma poção de recuperação de energia! E assim que Toni termina de tomar a poção, ele devolve o frasco para sua amiga e se levanta.
— Achei que eu ia morrer! Obrigado, Lana! — Disse Toni. — Vamos correr, achar seu pai e sair daqui antes que Adodhis se descongele e alcance a gente.
— Certo! — Respondeu Lana e todos começaram a correr pelo castelo.
— Devo minha vida a você, pirralho! Ou melhor dizendo, Gamabray! — Disse Toni. — Sou eternamente grato a você!
— De nada! — Ele respondeu correndo com o coelho no colo.
— O meu irmão te salvou? — Perguntou Niara, espantada, pois não tinha visto nada do que tinha acontecido no laboratório.
— Quando Adodhis estava prestes a apertar o botão daquele negócio que ela cravou em meu coração e que estava sugando toda a minha energia, o seu irmão arremessou sua espada acertando a mão de Adodhis e retirando o frasco cravado em meu peito. E se não fosse Lana ter matado a tempo aquele guarda e ter cravado com as próprias mãos uma flecha conjurada para congelar Adodhis, com certeza eu estaria morto nesse momento.
— E quem matou o orc? — Perguntou Niara.
— Fui eu também! — Respondeu Lana.
— Que vergonha! E eu não ajudei em nada! — Disse Niara.
— Não vai faltar oportunidade para você ajudar, Niara! — Disse Lana. — Afinal ainda estamos na mesma, sem saber direito onde meu pai está, sem saber como vamos sair daqui e pior, daqui a pouco Adodhis vai se descongelar e vir atrás da gente. O que não pode mais acontecer é você ficar parada com os olhos fechado, pois talvez da próxima não tenhamos tanta sorte e alguns de nós poderão morrer, ou talvez todo nós!
— Me desculpem, gente! Fiquei tão nervosa em ver Toni morrendo que fechei os olhos para não ver a explosão.
— Ficou nervosa achando que eu ia morrer? — Perguntou Toni, dando uma risadinha para Niara.
— Mesmo você sendo um insuportável, é meu amigo e eu não gostaria de ver um amigo morrendo na minha frente. — Disse Niara.
— Então agora sou seu amigo? Fiquei feliz em saber que me considera um amigo! — Respondeu Toni com um sorrisinho e nisso, um portal se abre em suas frentes, uma mulher sai de dentro dele e agarra Toni, que cai sentado.
— Dina? O que faz aqui? — Perguntou Toni, espantado.
— Quem é Dina? — Perguntou Gamabray para sua irmã.
— A namorada dele! — Ela respondeu.
— Toni! Invadiram o quartel!
— Quem invadiu o quartel? — Perguntou Lana.
— Os soldados alados da princesa! Eles atravessaram o portal e foram congelando todos que entravam em seus caminhos até que entraram na sala do Niltonaio e bateram muito nele! — Ela disse com seus olhos cheios de lágrimas.
— Calma, Dina! Desse jeito você vai acabar dando um colapso em seu coração. — Disse Toni se levantando e ajudando Dina a se levantar também.
— O chefe não teve tempo de reação! Na verdade ninguém teve tempo para reagir! Foi muito rápido! Por que eles fizeram isso? — Ela perguntou, chorando e abraçando Toni.
— E como você conseguiu escapar e abrir um portal na nossa frente? — Perguntou Toni.
— Eu estava no laboratório do pátio e, pela janela de vidro, eu consegui observar todo o ataque. Antes que eles viessem em minha direção eu ativei o Portal de teste e, com o nosso anel de ligamento eu consegui rastrear sua energia e abrir o portal.
— E esse portal pode ser aberto outra vez para que possamos atravessá-lo? — Perguntou Lana.
— Infelizmente não! Ele é um portal só de ida!
— Então os soldados da princesa podem aparecer a qualquer momento aqui? — Perguntou Gamabray.
— Não também! — Ela respondeu. — Eles nunca vão conseguir fazer o mesmo direcionamento que eu fiz, pois usei o ligamento dos nossos anéis! — Ela respondeu mostrando o anel de ouro em seu dedo.
— Tudo bem! Mas não podemos mais perder tempo! — Disse Lana, começando a correr e todos a seguiram.
— Onde estamos? — Perguntou Dina. — E o que você está fazendo junto com eles?
— É uma longa história! — Respondeu Toni. — O que você precisa saber é que estamos procurando pelo pai da Lana, o senhor Nicolas, que foi sequestrado, está aqui em algum lugar do Reino Morto e precisa saber também que estão tentando nos matar!
— Quem está tentando matar vocês?
— Uma tal bruxa chamada Samanta, a Alquimista Adodhis e me parece que Rainelf também está vivo e neste castelo!
— Rainelf? O primo da princesa?
— Sim!
— Vocês têm certeza que é ele mesmo?
— Certeza não temos! Mas tudo leva a crer que sim! — Respondeu Lana. — Mas sobre Adodhis, isso é certeza, pois acabamos de confrontá-la.
— Já ouvi historias sobre Adodhis! Que sorte vocês estarem vivos. Ou morreu alguém?
— Estamos todos bem! Obrigada! — Respondeu Niara, um pouco estúpida.
— Calma, Niara! Dina está só atualizando os fatos! — Disse Toni.
— Eu não disse nada! Só respondi o que ela perguntou!
— Parem! — Gritou Lana, segurando o Toni pelo braço. — Vocês ouviram o barulho vindo desse corredor? — Ela disse mostrando o corredor ao seu lado.
— Não estou ouvindo nada! — Respondeu Toni e, nesse instante, um enorme gemido surge no ar. — Isso? Com certeza é algum orc!
— Não está me parecendo um orc! — Disse Dina.
— Vamos ver o que é! — Disse Lana entrando no corredor e seguindo o gemido.
— Mas essa eu não entendi! — Disse Toni, espantado. — Estamos fugindo do perigo ou procurando o perigo?
— Fica quieto que meu instinto ativou e algo me diz que eu tenho que ir lá verificar esse barulho! — Disse Lana, já caminhando no corredor.
— Você tem certeza que é seu instinto? — Perguntou Toni, seguindo-a junto com todos. — Lembre-se que Samanta é uma bruxa, e se ela está tentando te confundir?
— Tenho certeza do que estou sentindo! — Disse Lana e, ao chegar diante de uma porta feita de ferro puro, para e coloca sua mão nela. De repente o gemido fica mais alto. — Vem daqui o barulho! — Disse abrindo a porta lentamente e espiando com cautela o que tinha por trás. Ao ver o cenário daquela sala, seu coração praticamente parou de pulsar de tanta alegria misturada com medo. Seu pai estava dentro de um cilindro de vidro com um líquido azul claro o cobrindo até o seu pescoço e, em seu corpo havia vários fios encravados. Nos olhos, tampões pretos o impediam de ver e, quando menos ele esperava, o líquido azul ficou verde e raios de eletricidade tomaram conta do cilindro, fazendo seu pai gritar de dor, mas com a mordaça que se encontrava em sua boca, a única coisa que sai foi um gemido de dor.
— Pai! — Ela gritou abrindo totalmente a porta e indo de encontro com seu pai. Antes mesmo dela o alcançar, um homem vestido de branco se levanta de frente para seu computador e, antes mesmo que ele conseguisse tocar um enorme botão vermelho que estava à sua frente, uma flecha atravessa seu pescoço enquanto outra acerta sua mão, impedindo que ele tocasse no botão. Em seguida outra flecha acerta seu peito, vai de encontro com seu coração e explode assim que o toca, lançando uma energia amarela por todo o seu corpo. Então o homem cai sem vida no chão, pendurado por sua mão que ficou cravada com a flecha na parede.
— Me lembrem de não mexer com a Lana quando ela estiver nervosa! — Disse Toni, entrando na sala.
— Lana! Não faça isso! — Gritou Dina, indo de encontro com ela.
— Por que não? — Ela perguntou ainda apontando uma flecha para o cilindro.
— Seu pai está conectado àquela pedra e com certeza é melhor desconectá-lo antes de quebrar o vidro.
Então ela observa que o braço do seu pai estava saindo de dentro do cilindro e nele tinha um cabo que estava conectado em seu pulso, bem no local da tatuagem que ele sempre fez questão de esconder de todos. O outro lado do cabo estava ligado em outro cilindro onde havia um pedaço de pedra flutuando no meio do líquido azul que voltou a ficar verde e raios saíram por todos os lados do cilindro enquanto seu pai gritava de dor.
— Tirem ele daí! — Disse Toni indo retirar a tampa de cima do cilindro, em seguida os tampões e a mordaça que estava no senhor Nicolas que de tão fraco que estava nem reconheceu Toni.
— O que eu faço para retirar isso? — Perguntou Lana segurando o cabo que estava nos pulsos de seu pai.
— Pode puxar! — Respondeu Dina e, Lana puxa o cabo retirando de dentro do pulso de seu pai, espalhando sua energia por todo o lado até que cicatrizou o buraco que estava em seu pulso.
— Pai, está me ouvindo? — Ela perguntou e Toni ao ver a situação de Nicolas saca sua espada, quebra o cilindro e antes dele cair Dina o pega nos braços. O líquido azul tomou conta de toda a sala.
— Vamos sair daqui! — Disse Toni indo pegar Nicolas no colo.
Antes deles saírem, Nicolas tenta dizer algo e aponta para a pedra: “Peeeeeeguemmmm!”. Pelo espanto de todos, Gamabray saca sua espada e quebra o cilindro pegando a pedra em suas mãos.
— Vamos sair daqui agora! — Disse Lana, nisso orcs apareceram na porta que estava aberta e Nicolas aponta para outra porta que estava atrás deles, todos correm para fora da sala antes de serem alcançados pelos orcs.
— Toma essa poção! — Disse Dina colocando um frasco na boca de Nicolas, enquanto Toni corria com ele em seus braços, assim que ele terminou de tomar todo o líquido, Toni o colocou no chão.
— Obrigado, meninos! — Disse Nicolas acariciando seu pulso. — Obrigado minha filha!
— Depois você agradece, agora vamos sair daqui! — Disse Toni. — Precisamos achar uma saída!
— Existe um portal no salão principal! — Disse Nicolas. — Eu ouvi um comentário dos guardas, antes deles começarem suas experiências para transferir minha energia para o fragmento.
— Fragmento? Que fragmento? — Perguntou Toni.
— Não há tempo para conversar agora, Toni! Vamos sair daqui! Para que lado fica o salão? — Disse Lana
— É por aqui! Sigam-me! — Disse Nicolas que, corria sem parar pelos corredores e cada Orc que eles encontravam pela frente, Nicolas os acertava com uma só flecha e já os derrubava. — É aquela entrada! — Todos entraram no enorme salão.
— O portal! — Disse Niara, aliviada ao ver uma parede de água espelhada no canto do salão.
— Corram! — Disse Nicolas.
Todos foram em direção do portal, mas antes mesmo deles chegarem ao centro do salão para subirem as escadas para o portal, um homem coberto com uma roupa preta dos pés a cabeça desce as escadas ao lado e, todos param de correr por causa do muro de energia que surgiu na frente deles.
— Quem são vocês? — Perguntou o homem que retira seu capuz mostrando sua face deformada e mesmo assim Nicolas o reconhece.
— Rainelf! — Ele diz e todos ficam espantados olhando para aquela figura.
— Ora, ora! Se não é o meu convidado especial! — Disse Rainelf. — Por um acaso você não está tentando ir embora junto com essas crianças, está?
— Crianças, corram para o Portal e não se preocupem comigo! — Disse Nicolas.
— Ora Bolas! O que o senhor Nicolas fará lutando sozinho contra minha pessoa? — Disse Rainelf. — Acho que meus alquimistas exageraram em suas experiências! — Falou soltando uma gargalhada.
— Crianças, vocês ainda estão aqui? Eu já disse para saírem daqui!
— Ora, senhor Nicolas! As crianças sabem que você sozinho não tem chance contra mim! Por isso elas querem te ajudar!
— Você está fraco, Rainelf! Visivelmente acabado! Posso até não conseguir te matar, mas consigo te deter até que as crianças consigam fugir!
— Ora Bolas! Eu acabado? — Disse Rainelf retirando uma lona preta de cima de uma enorme jaula que mantinha presa uma criatura, parecendo um pouco com um cachorro, mas feito de gelo, suas garras eram maiores que suas patas e seus dentes saiam faíscas brancas. — E para quem um dia foi chamado de “O SABIO ARQUEIRO”, você também me parece um pouco acabado.
— O SABIO ARQUEIRO? — Perguntou Lana espantada olhando para seu pai.
— Lana, depois eu te explico melhor! Agora tire todos daqui! — Ele disse fazendo seu arco e flecha aparecer em suas mãos e nisso Toni, Dina, Niara e Gamabray correm em direção ao portal.
— Tata, aquela raposa na gaiola não é a Raika do Greyktor? — Perguntou Gamabray ao mostrar para sua irmã uma gaiola que estava pendurada no teto do salão.
— Não sei dizer! Não estou conseguindo ver direito! — Ela disse.
Lana caminhava lentamente observando seu pai que começou a soltar uma flecha atrás da outra na direção de Rainelf que vai derrubando as flechas uma a uma no chão com sua mão esquerda enquanto ele conjura uma bola de fogo na outra mão. Lana fica admirada ao ver a velocidade em que seu pai disparava as flechas e mais admirada ainda ao ver o Rainelf derrubando elas com uma só mão, ela entrou em transe quando viu o seu pai se aproximar de Rainelf e, após tentar dar uma rasteira nele que, desviou com um salto para trás, o seu pai aplica uma giratória seguida por um chute tão perfeito que ela mesmo nunca tinha conseguido fazer nesses mais de 80 anos de treino, o chute acerta a mão de Rainelf que segurava a bola de fogo, fazendo-a ser lançada na parede do salão. Assim que Rainelf volta a ficar de frente com o senhor Nicolas, uma flecha acerta o seu peito em cheio fazendo a ponta da flecha varar as suas costas, mas mesmo com a flecha em seu peito Rainelf faz surgir um cajado que tinha sua altura e começa a atacar Nicolas, com um golpe o derruba nas grades da jaula e o Cão de Gelo morde seu braço.
— Achei que ia ser mais interessante essa luta. — Disse Rainelf retirando a flecha de seu peito, fazendo-a virar pó no mesmo instante e nisso Nicolas atira uma flecha no chão, perto de Rainelf, que se transforma em uma imensa cortina de fumaça e outra bem próxima de si mesmo que se transforma em um enorme fogaréu e nisso ele corre para o portal.
— Crianças, não acredito que vocês estão desse lado ainda! — Disse Nicolas pegando nos braços de sua filha que estava parada no meio da escada e a fez chegar até o portal. — Atravessem agora! — Todos pularam no espelho de água e, antes de atravessar, Nicolas dispara quatro flechas na base do portal, uma em cada canto e ai sim atravessa o portal.
— Nicolas! — Disse Niara com lagrimas nos olhos o abraçando.
— Rainelf vai cruzar em instante esse portal! —Disse Toni. — Temos que sair daqui!
— A base do portal já deve estar destruída nesse momento! — Disse Nicolas sentando no chão para recuperar sua energia, em seguida transforma seu arco e flecha em um redemoinho de energia e o guarda em seu Ostium.
— Arrumem uma poção de energia para ele! — Disse Dina. —As minhas acabaram!
— As minhas também! —Disse Niara.
— Eu tenho um restinho aqui! — Disse Lana entregando um frasco para seu pai.
— Você quer uma resposta minha, né? — Ele perguntou tomando a poção.
— Estou esperando!
— O que está acontecendo com a parede? — Perguntou Gamabray ao ver um fenômeno estranho acontecendo na parede ao lado.
— Estão tentando abrir um portal para esse lado! — Disse Nicolas se levantando às pressas do chão.
— Um não, vários! — Disse Toni mostrando outra parede ao lado com várias marcas de brilhos e redemoinhos de energia se formando.
— Vamos sair daqui! —Disse Nicolas correndo e todos os seguem.
— A saída é logo ali! — Disse Toni mostrando uma enorme abertura com raios solares iluminando sua entrada e nisso os espelhos de água dos portais terminam de se formar.
— Tem alguém atravessando os portais! — Disse Gamabray olhando para trás enquanto corria e, antes mesmo deles cruzarem a saída, vários orcs começam a atravessar os portais, atirando flechas e espadas em suas direções.
— Niara, monte um escudo para retardá-los. — Disse Nicolas e então Niara fez uma parede invisível de energia onde os orcs começaram a trombar.
— Boa, Niara! Com isso vamos ganhar algum tempo! — Disse Dina.
— Não precisa me elogiar!
—Mas o que têm vocês duas? — Perguntou Lana.
— Eu? Nada! — Respondeu Dina. — É a Niara que, tudo o que eu falo ela critica!
— Eu não! Pode falar o que você quiser!
— Onde estamos? — Perguntou Toni ao sair de dentro da construção e olhando para aquele imenso deserto.
— Deserto de Escorvenion! — Disse Nicolas. — Vejam a grande pirâmide de Quéops, do povo antigo, talvez lá encontraremos um refugio. — Ele disse mostrando aquele enorme monumento de quase 139 metros de altura e todos correram em sentido a imensa pirâmide.
— Niara! — Gritou Nicolas fadigado pelo cansaço.
— Oi! — Ela respondeu.
— Assim que passarmos pela entrada da grande pirâmide, você conjura um escudo reflexo com a aparência das pedras que formam a pirâmide, assim vai confundir os orcs e eles não vão nos achar. — Disse Nicolas. — Será que você consegue fazer isso?
— Pode deixar! — Ela respondeu e ao olhar para trás avista centenas de orcs saindo da construção em que eles estavam e vindo em suas direções.
— Eles vão nos alcançar! — Gritou Gamabray assustando correndo com seu novo amigo no colo.
— Como eles estão andando na luz do dia e com esse sol todo? — Perguntou Dina.
— As armaduras os protegem! — Disse Toni ajudando Nicolas a correr. — O que ouve Nicolas?
— Nada, garoto! Continue correndo.
— Nunca vi tanto orcs assim! — Disse Dina.
— Estamos chegando! A entrada fica naquela direção! — Disse Lana e todos começam a escalar as pedras que formavam a pirâmide até sua entrada. Assim que todos estavam dentro da pirâmide Nicolas pede para Niara conjurar o escudo reflexo.
— Não tem como ser mais rápido? — Perguntou Dina.
— Se acha que estou demorando por que você mesmo não conjura um escudo?
— Nossa, Niara! Só fiz um comentário! — Disse Dina e nessa hora orcs começaram a chegar na entrada e todos começaram a impedi-los com suas flechas e espadas.
— São muitos! — Disse Toni.
Vendo que está impossível de segurar os orcs até que Niara conseguisse fazer o escudo reflexo, Nicolas decide entrar na pirâmide, pois os orcs já estavam sendo abatidos na entrada da pirâmide.
— Vamos para dentro da pirâmide! — Ele disse e nessa hora um muro de metal cai em cima dos orcs que estavam na entrada da pirâmide cortando eles ao meio.
— Niara, você fez isso? — Perguntou Nicolas e todos olham espantados para a garota.
—Eu não! Eu estava tão nervosa que nem cheguei na metade do conjuramento.
—Então quem fez isso? —Perguntou Toni passando a mão na placa de metal. — Isso parece resistente! — Disse dando um golpe com sua espada. — Não fez nenhuma marca!
— Bem! Agora precisamos saber como vamos sair daqui! — Disse Lana e, antes mesmo que alguém tivesse alguma ideia, uma voz surge de dentro da pirâmide: “VÊ SE NÃO DEMOREM AI EM CIMA! ESTOU INDO PARA A SALA CENTRAL DE COMANDO E IREMOS ATIVAR O SINAL!”.
— Que voz é essa? E com quem ele está falando? É com a gente? — Perguntou Gamabray.
— O que vamos fazer agora? — Perguntou Toni.
— Sair da pirâmide é impossível com essa placa de metal impedindo nossa saída, sem contar os milhares de orcs que se encontram do outro lado, o melhor que temos é entrar na pirâmide, ver de quem é aquela voz e tentar achar outra saída. — Disse Nicolas ainda fadigado.
— Você está bem, pai?
— Estou sim! Só um pouco cansado.
— A poção não foi suficiente para ele se recompor, precisamos conseguir mais poção! — Disse Dina.
— Então está decido! Vamos para dentro da pirâmide! Se o dono da voz for inimigo o matamos, se for amigo, espero que nos ajude! — Disse Lana pegando seu pai pelos braços e o ajudando a caminhar, seguido por todos ali.
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Gamabray A Nova Era (Completo)
FantasyNo dia 26/06/2666 os sete países mais potentes do planeta Terra lançam, ao mesmo tempo, suas bombas nucleares mais poderosas, causando um colapso no planeta fazendo seus pólos mudarem de lugar e, com isso, causando o descongelamento total do contine...