A Sala Primordial

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Enquanto seu tio trabalhava para despistar o rastreador Lana lidera o grupo para dentro da pirâmide.
— Já subimos e descemos por esses corredores apertados e nada de encontrar o dono da voz ou uma saída, você tem certeza que não tem outra sala? — Perguntou Toni.
—  A Câmara Subterrânea é a ultima sala dessa pirâmide! — Respondeu Lana.
— Mas então qual é a sala de comando que a voz disse? — Perguntou Niara.
— Eu nunca ouvi falar disso em nenhuma das pirâmides.
— Você tem certeza que nunca ouviu falar da sala de comando, filha? — Perguntou Nicolas com uma voz lenta.
— Tenho certeza! A não ser que essa sala não fosse de conhecimento do povo antigo, pois ela nunca foi citada em nenhum livro. — Ela respondeu. — E por que o senhor está falando assim tão devagar? — Ela perguntou e, antes mesmo que ele pudesse responder, tremores começaram na sala e uma enorme pedra da parede começou a penetrar o chão, até que deu lugar a um túnel e nele surgiu um homem de porte físico médio, cabelos longos e brancos, com suas orelhas grandes e pontiagudas.
— Vamos logo! Por que a demora? — Disse o homem e todos na sala ficaram parados olhando para aquela figura que acabara de chegar, ele por sua vez também fica imóvel.
— Humanos? Como isso é possível? — Exclamou o homem.
— Para começo de conversa não somos humanos e sim sumanos. — Disse Toni. — Não nos parecemos nem um pouco com aqueles nojentos orcs.
— Orcs? O que são orcs? ´
— Ta de brincadeira, né? Vai me dizer que nunca viu um orc em sua vida? De que planeta você veio? — Disse Toni zombando do homem.
— Gadhros, do sistema Trappist-1, da constelação de aquários. — Respondeu o homem. — E vocês são de onde?
— Somos daqui mesmo! — Respondeu Gamabray.
— Mas como se em meus registros dos mapas das galáxias está acusando que esse planeta foi inativo há mais de 500 anos?
— Foi inativo? Como assim? — Perguntou Lana.
— Planeta inativo significa que a raça que vivia nele foi extinta e que a ligação dele para o inferno foi desconectada.
— Inferno seria o mesmo que eu li em alguns livros? — Disse Lana. — É o lugar para onde vão as almas das pessoas de má conduta?
— Não exatamente!
— Como assim?
— Praticamente todas as almas vão para o inferno a não ser aquelas que vão direto para a Galáxia de Luz, mas essas almas são raras.
— Mas se o inferno está fechado, para onde vão as almas das pessoas que morrem nesse planeta? — Perguntou Lana.
— Provavelmente ficam vagando por ai! — Ele respondeu. — Até que um dia sua essência termine e ela se apague para sempre.
— Isso significa que quem já morreu nesse planeta depois que o inferno se fechou pode está sem sua alma?
— Provavelmente! — Ele respondeu e todos na sala ficaram visivelmente chateados, provavelmente por lembrarem de algum ente querido que já se foi.
— Onde fica exatamente o inferno? — Ela perguntou.
— Olha, quem sabe dizer isso ao certo é a Tenente Tyana, mas se eu não me engano o inferno da Galáxia Via - Láctea é o Planeta Sírus.
— E como as almas vão para lá?
— Através das pirâmides! — Ele respondeu. — Assim que um ser morre, sua alma se conecta à mãe natureza que, automaticamente está ligada às pirâmides, provavelmente existentes ao redor do planeta todo, essas pirâmides estão ligadas a uma única pirâmide que faz a conexão com o inferno, que nesse caso é exatamente a pirâmide que estamos.
— E não tem como ativar a conexão outra vez?
— Isso só o Pai de Todos consegue, eu e minha equipe estamos tentando ativar a pirâmide, mas é para conseguir mandar um sinal de SOS para conseguir ajuda, é isso que devo fazer se vocês me derem licença. — Ele disse começando a subir o corredor da pirâmide. — Ah! Mais uma coisa! Acho melhor vocês não estarem aqui dentro quando a pirâmide ligar.
— Mas não temos como sair! Uma placa de metal tapou a entrada! — Disse Lana. — E meu pai está precisando de uma poção de energia para se recuperar!
— Nossa! Então os Gêmeos já ativaram a blindagem, estou atrasado mesmo!
— E quanto a gente? — Perguntou Toni.
— Verdade! Vocês terão que ficar em um local seguro! — Ele disse voltando para a sala, mas algo o chamou a atenção em Nicolas que, estava sentado segurando seu braço.
— Deixe me ver seu braço, meu senhor! — Ele disse se aproximando e pegando no braço de Nicolas. Todos na sala se espantaram ao ver que seu antebraço estava preto com pequena marcas brancas brilhantes nas fissuras que ali estavam.
— Onde o senhor fez isso?
— Uma criatura o mordeu, mas já era para ter cicatrizado! — Disse Lana.
— Como era essa criatura?
— Parecia um cachorro de gelo e seus dentes soltav.......
— Soltavam minis raios brancos! — Completou o homem.
— Exatamente!
— Cão de Gelo Infernal! — Ele respondeu. — Algum de vocês consegue carregá-lo no colo?
— Eu consigo! — Respondeu Toni.
— Perfeito! Pegue ele e o resto de vocês me siga! — Ele disse entrando de volta pelo caminho em que ele veio pela primeira vez e, sem entender o que estava acontecendo Toni carregava o senhor Nicolas no colo e todos seguiram o homem.
— O que está acontecendo com meu pai? — Perguntou Lana ao se aproximar do homem.
— Esse tipo de mordida é fatal se não tomar os medicamentos exatos.
— E para onde você está nos levando?
— Para a Sala de Comando! Todos os nossos mantimentos e medicamentos estão lá e, talvez tenhamos um medicamento para essa ocasião.
— Talvez? — Perguntou Lana assustada.
— Sim! Talvez! — Ele respondeu. — E agora vamos entrar no Grande Salão de registro, peço que não toquem em nada, sigam exatamente o caminho que vou informar!
— Como assim? O senhor não vai nos acompanhar? — Perguntou Lana.
— Garota, eu tenho que ativar essa pirâmide para nossa sobrevivência, então não posso perder tempo em salvar uma vida e deixar várias outras morrerem, mas vocês podem salvá-lo é só seguir essas coordenadas, vocês conseguem marcá-las?
— Sim! — Disse Lana ativando seu DREXTAL.
— Que interessante isso? Muito legal sua raça! — Ele respondeu. — Então grava ai! Vamos chegar de frente ao corredor zz1287, vocês vão entrar nele e seguir exatamente os corredores zf340, fr699, rk7532 e kb921, no final dele conseguiram ver a sala de comando!
— E como são esses corredores? — Perguntou Toni, nisso eles chegam à uma sala imensa, parecia não ter fim e nela havia prateleiras que iam do chão até o teto, todas lotadas de livros.
— Que lugar mais maravilhoso! — Disse Lana ao ver tantos livros reunidos em um único lugar e por onde ela olhava só enxergava as imensas prateleiras feitas de ouro completamente detalhadas.
— Vi que gostou desse lugar! — Disse o homem olhando o brilho dos olhos de Lana.
— Amei!
— Eu tinha certeza que vocês iam se espantar com esse lugar! Agora sigam as coordenadas e assim que chegarem à sala de comando, mostrem as feridas do braço dele para Tyana, ela saberá o que fazer. — Ele disse e após isso seguiu pelo caminho oposto ao deles.
— Espere! — Gritou Lana.
— Diga, garota!
— Você não nos disse seu nome!
— Rieldurond! Mas podem me chamar de Riel.
— Perfeito! Obrigada, Riel.
— Disponha! — Ele disse seguindo seu caminho.
— Não vamos perder tempo! — Disse Toni entrando no corredor a sua frente com o senhor Nicolas em seu colo e todos o seguiram.
— Já viu tantos livros assim, Lana? — Perguntou Niara.
— Nunca! O que será que está escritos nesses livros?
— O Riel mandou não mexermos em nada! — Disse Gamabray.
— Sim! Não vamos mexer! — Disse Lana.
— Como essas prateleiras brilham a ponto de iluminar todo o caminho? De onde vem sua energia? — Perguntou Niara.
— Não faço a mínima ideia! Elas parecem que brilham por conta própria! — Respondeu Lana.
— Chegamos à primeira entrada! Confere ai! — Disse Toni.
— Zf340 é esse corredor mesmo! — Disse Lana e após caminharem por um longo tempo, eles avistaram uma sala.
— Aquela deve ser a Sala de Comando! — Disse Dina ao avistar uma porta com uma pequena janela ao lado e, havia luzes saindo pelas frestas e assim que se aproximaram Toni abre a porta e entra.
— Dá licença que estou passando! — Ele disse indo colocar Nicolas sentado em uma cadeira que estava repousando junto com varias outras cadeiras que contornavam uma enorme mesa e a sua frente em uma cadeira encostada na parede havia um homem muito forte, porém um pouco baixo, pois seu machado duplo parecia ser maior que ele e sua barba encostava em seu umbigo.
— Quem é você? E quem é esse ai quase morto na cadeira? — Perguntou o homem barbado acariciando uma criatura ao seu lado, que mais parecia um lagarto gigante de escamas verdes brilhantes, com três chifres saindo da sua cabeça e indo sentido a suas costas, quase encostando nas escamas pontiagudas que nasciam de suas vértebras.
— Me chamo Toni e esse é meu amigo Nicolas que precisa de cuidados da Tenente Tyana.
— Mas? E quem são vocês? — Perguntou o homem barbado para o resto da turma que entrou na sala.
— Desculpe a invasão! Meu pai está precisando de ajuda e Riel disse que iríamos encontrar ajuda aqui.
— Ah, sim! Amigos do elfo são meus amigos também, entrem e fiquem à vontade, mas já vou avisar que não tem cerveja o suficiente para todos nós, então não mexam nos barris! –Disse o homem barbado.
— Elfo? O Riel é um elfo? Eles existem mesmo? — Perguntou Lana espantada.
— Mas vocês são realmente amigos do Riel? Como não sabiam que ele é um elfo? — Perguntou o homem barbado segurando um pouco mais firme seu enorme machado enquanto a criatura mostra seus enormes dentes afiados.
— Acabamos de conhecer ele. — Disse Nicolas sussurrando.
— E cadê ele?
— Ele disse que faltavam mais coisas para fazer para ativar a pirâmide. — Respondeu Nicolas.
— Humm entendi! — Disse o homem barbado. — Como eu disse então! Fiquem à vontade.
— O senhor então poderia chamar a Tyana, por gentileza? — Disse Niara.
— Ela está ocupada, assim que terminar a transmissão ela vai vir aqui.
— Que criatura é essa? — Perguntou Gamabray.
— É o meu dragão!
— Dragão? Mas cadê as suas assas?
— Xiuuuuu! — Respondeu o homem colocando suas mãos na orelha da criatura. — Não fale de suas assas perto dele! Fofucho é sentimental!
— Fofucho? Que nome diferente para um dragão. — Disse Lana.
— Fofucho perdeu... — Disse o homem fazendo gestos com as mãos, imitando assas batendo. — Em uma batalha no planeta Mazeax na galáxia Cartwheel.
— Você também é de outro planeta? Mas você não se parece com um elfo. — Perguntou Lana.
— Não me confunda com um elfo! Sem ofença! Mas sou Bárbaro da raça dos anões e peguei uma carona com os elfos em sua nave! — Ele respondeu e nisso Gamabray tira de dentro de sua camisa seu amigo coelho que estava dormindo.
— Comida! — Disse o homem barbado, nisso Fofucho sai em disparada na direção do Gamabray e, antes que pudesse ser devorado por aqueles enormes dentes, o coelho salta dos braços do Gamabray e corre pela sala na tentativa de fugir daquela fera desesperada.
— Corre, coelhinho, salta mais alto! — Gritou Gamabray vendo aquele dragão derrubando e quebrando tudo o que tinha pela frente na tentativa de comer seu amigo, mas quanto mais ele tentava fugir, mais perto os dentes chegavam de seus pelos até que em um bote certeiro o Fofucho capturou o coelho e cravou seus enormes dentes em seu corpo, sua morte foi tão rápida que não deu tempo nem de soltar um gemido de dor.
— Meu coelho! — Gritou Gamabray.
— Nosso Jantar! — Gritou o homem barbado.
— Que bagunça é essa! — Disse uma mulher entrando na sala por uma porta na parede ao lado. Era uma jovem mulher, muito bonita, de cabelos longos e brancos, vestindo um uniforme todo da cor marrom. — Quem são vocês e  por que estão quebrando tudo na sala?
— Não estamos quebrando nada! — Disse Gamabray aos prantos. — É esse mostro feio que atacou e matou o meu coelho. — Então a mulher olha para o dragão que, ainda estava com o coelho na boca.
— Fofucho, solta o bichinho agora! — Ela disse e o dragão a obedeceu no mesmo instante, soltando o coelho sem vida no chão.
— Mas é o nosso jantar, senhorita Tyana! — Disse o homem barbado.
— Temos comido de sobra no armário, senhor Nargcon, não precisava matar o pobre coelho do menino, olha o sofrimento do garoto pela morte do seu amigo. — Disse Tyana mostrando as lágrimas que escorriam do rosto de Gamabray. — Você realmente gostava do coelho né, garoto? — Ela perguntou ao pegar no queixo do Gamabray fazendo ele olhar nos olhos dela. — Qual o seu nome?
— Gamabray!
— Que lindo nome! — Ela disse soltando o queixo do jovem guerreiro e indo até o coelho que estava caído ao chão, após pegá-lo no colo ela o coloca em cima da mesa. — Tadinho! Realmente está sem vida! — Ela disse e Gamabray abaixa a cabeça triste.
— Será que eu consigo fazer algo? — Disse Tyana analisando o coelho e após acariciar o seu peito por alguns segundos ela dá um beijo em sua boca, depois disso seu pêlos começaram a brilhar e as marcas deixadas pelos dentes da criatura começam a sumir. De repente ele voltou a respirar e seus pêlos pararam de brilhar. — Toma, Gamabray! — Ela disse devolvendo o coelho para os braços do jovem guerreiro. — Cuide bem dele que ele ficará bem!
— Muito obrigado! — Disse Gamabray enxugando suas lágrimas.
— Não deixe o seu amiguinho sozinho! A raça dos bárbaros é incontrolável nesse aspecto, por mais que eu peça para ele não fazer mais isso, uma hora ou outra ele não vai resistir e vai querer pegar o coelho outra vez.
— Pode deixar!
— Agora vocês podem me contar quem são vocês e como vieram para aqui?
— É o meu pai! — Disse Lana mostrando seu pai sentado na cadeira com dificuldades para respirar.
— O que ele tem? — Ela perguntou se aproximando do senhor Nicolas e ao chegar perto percebe que tem algo errado em seu braço. — Deixe-me ver isso ai! — Disse pegando em seu braço e analisando seus ferimentos. — Nargcon, vá para a dispensa e me pega o kit socorros agora! — O bárbaro ao perceber a gravidade corre para a sala ao lado e volta com o kit socorros em suas mãos e o entrega as pressas para Tyana, que o abre e apanha uma raiz.
— Coma isso! Vai te manter vivo até conseguirmos um antídoto. — Ela disse — E, Nargcon, me faz mais um favor?
— Pode pedir, senhora!
— Vá para o painel de controle e contate nossa base na lua, diga a eles que os Anunnaki já estão nesse planeta e que vamos precisar de um antídoto para as mordidas de seus cães.
— Pode deixar! — Ele respondeu saído da sala seguido por Fofucho.
— E mais uma coisa, Nargcon! — Ela gritou para que o bárbaro que voltou no mesmo instante.
— Pode dizer, minha senhora! — Ele disse voltando para ver o que Tyana queria.
— A vassoura está atrás da porta, o cesto de lixo está ali no canto e espero encontrar tudo no seu lugar mais tarde.
— Ta vendo o que você fez, garoto? Protegendo nosso jantar! O certo é você limpar a bagunça! — Disse o Bárbaro olhando fixamente para Gamabray.
— Ele não tem culpa! Seu mostro que começou! — Disse Niara afrontando o bárbaro.
— Ela tem razão, Nargcon! Agora deixe as crianças em paz!
— Ta bom, senhora!
— Pronto! Agora podem me contar quem são vocês e como chegaram até aqui.
— E o meu pai?
— Ele ficará bem! Por sorte estamos programando uma descida de recursos para a Terra e o antídoto para o ferimento do seu pai virá junto, é só ele dar uma mordida nessa raiz duas vezes ao dia que sua energia se manterá em equilíbrio. Agora me digam seus nomes.
— Eu sou Nicolas e muito obrigado por nos ajudar.
— Me chamo Toni Fist encantado em conhecer você.
— Sou Dina Fist, Prazer!
— Olha só, Lana, ela já tem o sobrenome do Toni. — Sussurrou Niara no ouvido de Lana.
— Isso que é amor! — Respondeu Lana só para sua amiga escutar.
— Vejo que vocês têm o mesmo sobrenome! — Disse Tyana. — São casados?
— Eu com o Toni? — Perguntou Dina dando risada.
— Essa chata aqui é minha irmã! — Ele disse dando um abraço nela.
— Irmã? — Exclamaram Niara e Lana ao mesmo tempo.
— Pelo visto vocês não se conhecem muito bem! — Disse Tyana ao ver o espanto das meninas com a fala de Toni.
— Moramos na mesma vila, mas fomos ter contato de verdade faz dois dias! — Disse Niara olhando disfarçadamente para Toni que, percebeu que estava sendo observado.
— Quem são os Anunnaki? — Perguntou Gamabray, um pouco mais sério do que o normal.
— Vocês humanos já tiveram o desprazer de encontrar essa raça pessoalmente, eles escravizaram seus antepassados e quase acabaram com os recursos desse planeta, foi por esse motivo que o Pai de Todos convocou nós elfos para vir para esse planeta e expulsá-los, me lembro das batalhas como se fosse ontem, milhares foram mortos, perdemos praticamente 1/3 de nosso exército, o céu desse planeta ficou cinza, mas conseguimos expulsá-los dessa Galáxia. Depois desse dia por ordem do Pai, montamos nossa base na lua e ajudamos vocês a evoluírem um pouco mais rápido, já que vocês eram a raça mais atrasada de todo o universo.
— História interessante! — Disse Toni. — Mas tenho que te desapontar, pois não somos humanos! Será que eu vou ter que andar com uma placa pendurada no pescoço com o nome da nossa raça, somos sumanos! Sumanos! Pode até soar igual a humanos, mas não nos comparamos com eles.
— Humanos? — Perguntou Bargcon, voltando para a sala. — Vocês estão querendo dizer que estamos no planeta dos humanos? Os mesmos humanos que foram os únicos do universo a serem reprovados no primeiro teste do Pai de Todos e a única raça a se extinguir sozinha? E para piorar, a raça que colocou todo o universo em guerra, contaminando o coração do príncipe da Luz com suas ganâncias e falta de amor.
Não fale assim deles, Nargcon, afinal o príncipe da Paz sempre disse em suas profecias o que ia acontecer, a culpa foi de todos nós que não soubemos interpretá-las direito e, como eles acabaram de dizer, eles não são humanos e pelo visto não são mesmo, pois percebo que dominam magia, vocês são magos? São do planeta Gulvus da Galáxia do Fuso?
— Para de falar besteira, mulher! — Disse Toni e nisso, Tyana dá uma olhada séria para ele. — Desculpe! Não quis ofendê-la! Mas só acho que o papo ta bom, a conversa está legal, mas nós já salvamos o senhor Nicolas, ele já está bem! Agora precisamos ir embora, se você não se incomodar em nos dizer como saímos desse lugar, ficaremos felizes.
— Então podem começar a ficar tristes, pois só conseguirão sair daqui 3 dias!
— Três dias? Se espantou Niara.
— Quero ver a mamãe! — Disse Gamabray olhando para trás para ver sua irmã e nisso, seus cabelos se movem para o alto e Tyana consegue ver a marca que Gamabray carrega em sua nuca.
— A pirâmide foi fechada e, mesmo que vocês queiram, não conseguirão sair daqui antes dela ser desligada. — Ela disse indo até Gamabray, pegando em seu braço, trazendo para perto e, com sua mão direita, levanta seu cabelo para observar melhor a marca em sua nuca. — Que raça mesmo vocês disseram que são? — Perguntou olhando direto para Toni, que respondeu:
— Somos sumanos.
— E Gamabray é de qual raça? — Ela perguntou e Niara tratou logo de responder.
— Ele também é da nossa raça!
— Que estranho! Ele me tem um olhar diferente do de vocês e essa marca que ele carrega não me é estranha! Já vi esse símbolo em algum lugar, posso tirar uma foto para eu pesquisá-lo? — Ela pergunta e Gamabray olha para sua irmã que, com receio de falar não, deixa Tyana tirar uma foto.
— Acabei de me lembrar! Assim que a energia da pirâmide for ativada, o elevador que sobe até o trono que fica em cima da cabeça da esfinge voltará a funcionar e, se vocês quiserem ir embora por ele, fiquem à vontade! O único problema é que ele demora um pouco para subir e só pode subir uma pessoa por vez!
— Perfeito! — Sussurrou Nicolas. — E que horas isso acontecerá?
— Provavelmente amanhã de manhã!
— Mesmo assim é muito tempo, o que faremos até lá? — Exclamou Lana.
— Existem milhares de livros aí fora, leiam alguns deles e vão ver que o tempo passará rápido. Amanhã vocês irão embora, menos Nicolas que precisara ficar aqui até tomar o antídoto.
— Pelo visto não temos muita escolha! — Disse Toni, pegando uma cadeira que estava caída e se sentando nela.
— Por que Nargcon disse que a raça humana foi responsável pela guerra que está acontecendo no universo a fora, sendo que eles desapareceram já faz mais de 500 anos? E que guerra seria essa? — Perguntou Lana.
— Após as profecias do príncipe da Paz se cumprirem aqui na Terra, as portas do inferno foram fechadas e ele com o seu irmão gêmeo, o príncipe da Luz, foram para Sirius julgar todos de acordo com o combinado deles. Assim decidir qual alma iria para a Galáxia da Luz e qual alma iria para a Galáxia da Paz, Galáxias que eles ganharam do seu pai, o Pai de Todos, quando completaram mil anos de vida. Até aí tudo normal, coisa que os príncipes já tinham feito em vários outros mundos, só que as almas da Terra que foram para o príncipe da Luz eram muito cheias de maldades, sem amor nenhum em suas áureas, e isso acabou contaminando o coração do príncipe da Luz que deixou a ganância dominar o seu coração e a obsessão de ter mais poder fez com que ele desafiasse o seu próprio pai. Então ele, com sua esposa Lilith, tramaram pelas costas do Pai de Todos e conseguiram como aliados 9 dos 24 reis dos tronos da Galáxia do Rei.
— Espere um pouco! — Disse Lana. — Como assim reis dos tronos da Galáxia do Rei?
— A Galáxia do Rei é a Galáxia que o Pai de Todos usa para suas reuniões com os 24 reis do Cosmo, para discutir tudo sobre o universo, desde o que está acontecendo até no que eles podem fazer para melhorar as Galáxias. Inclusive era nessa Reunião que o príncipe da Luz e o príncipe da Paz iriam começar a fazer parte, assim que tornassem Reis das suas Galáxias.
— Entendi. — Disse Lana. — E você fala Pai de Todos porque ele é o pai dos 24 reis do Cosmo? — Nisso o Bárbaro cai na gargalhada.
— Mas o que tem de errado com esse planeta? — Ele exclamou. — Primeiro! Vocês são a única raça em todo o universo que se aniquilaram sozinhos. Segundo! A falta de amor no coração de vocês contaminou o príncipe da Luz e causou a maior guerra que está sendo travado a mais de 500 anos. Guerra que está fazendo galáxia com galáxia se chocarem, buracos negros gigantescos surgirem do nada e destruírem tudo o que veem pela frete, fora as almas que estão sendo aniquiladas porque vários buracos de minhoca estão sendo destruídos e as almas que eram para atravessar o túnel para ir para o submundo acabam se perdendo no espaço para sempre, e você vem me dizer que não sabe quem é o Pai de Todos! — Disse um pouco alterado.
— Calma Nargcon! Eles não têm culpa de nada. — Disse Tyana. — São uma raça nova que cresceu afastada de todo o resto no universo, eles não têm culpa pelo que seus antepassados fizeram.
— Mesmo assim não tem cabimento não saber quem é o Pai de Todos.
— Tudo bem, Nargcon! Você está certo! — Disse Tyana. — Mas vamos dar a chance deles conhecerem a verdade!
— Por mim tanto faz! — Disse o Bárbaro. — Eu já acabei de arrumar aqui e vou à dispensa comer alguma coisa. Vem Fofucho, vamos comer algo antes que eu mude de ideia sobre o coelho do garoto aí. — Disse saindo da sala.
— Os reis do Cosmo são anciões iguais ao Pai de Todos, a diferença é que o Pai de Todos é o único deles que tem energia infinita e que consegue criar qualquer coisa a partir do nada. Também é o único que domina as quatro últimas feras viventes cheias de olhos então, para resumir melhor, o Pai de Todos é o criador de todo o universo, inclusive esse planeta, que você vive hoje, era o um dos seu jardins.
— Como assim jardim? — Perguntou Lana, enquanto os outros só escutavam a história incrível contada por Tyana.
— Vejo que você realmente tem muita dúvida sobre vocês mesma! — Ela disse. — Vou te ensinar o caminho para a sala primordial e lá você poderá, junto com os seus amigos, ler todos os registro que nela existem, desde que esse mundo era só o jardim do Pai de Todos. — Disse indo buscar um papel com uma caneta na prateleira e, depois de escrever as coordenadas, entregou o papel para Lana. — E eu vou ficar aqui para olhar em meus registros para ver que símbolo é esse na nuca de Gamabray!
— Eu vou ficar descansando! Vocês podem ir, meu corpo ainda está dolorido.
— Fiquem à vontade! Eu também vou ficar aqui fazendo companhia para o Nicolas.
— Se vocês não se importarem, ficarei com meu irmão Toni.
— E enquanto a vocês? — Perguntou Tyana para o resto do grupo.
— Pelo visto nós três iremos até essa sala! Mas como vamos fazer para saber qual o livro certo?
— Não se preocupe, assim que vocês o virem, saberão que é ele!
— Perfeito então! Vamos! — Disse Lana, e os três saíram da sala.
— Tenente Tyana! Tenente Tyana! — Disse um homem que entrou desesperado na sala.
— Diga! O que ouve? Por que do nervosismo?
— A energia da pirâmide se dissipou e perdemos o contanto com a base na lua.
— Malditos Anunnakis! — Disse Tyana. — E a pirâmide, como ficou?
— Blindada! Ninguém entra e ninguém sai!
— Quais as nossas chances de desativar a blindagem?
— Zero! Ela entrou em quarentena. — Respondeu o homem, cabisbaixo. — E os nossos suprimentos são para apenas 14 dias!
— O que seria essa quarentena? — Perguntou Toni.
— Significa que toda a energia da pirâmide sumiu, então ela se blinda e se em 40 dias ela não receber nenhum tipo de energia do planeta, ela ativara sua navegação e todas suas estruturas viajarão para a Galáxia dos Reis.
— Você está querendo dizer que estamos dentro de uma enorme nave? — Perguntou Toni.
— Exato! — Respondeu Tyana. — Mas ela só é ativada se algo acontecer com o planeta, como ele ter morrido, ou explodido com uma colisão de Galáxias, ou mesmo algum meteoro de escala cinco ou algo assim!
— Mas se o planeta explodir a gente explode junto! — Disse Dina, visivelmente espantada.
— A estrutura interna das pirâmides é indestrutível, como seus livros de registro também! Nada pode destruí-los, são através deles que os Reis das Galáxias analisaram o que aconteceu de fato com o planeta e se há algum indício para eles intervirem ou não em seu resultado.
— Você está querendo dizer o planeta pode ter sido destruído? — Perguntou Toni.
— É isso que a pirâmide está fazendo nesse exato momento, vendo se resta algum tipo de energia no planeta. E para isso ela demora 40 dias para não haver erros.
— E o que vamos fazer para sobreviver esses 40 dias presos na pirâmide, Tenente?
— Contate Riel, peça para ele vir para cá imediatamente!
— Ok, Tenente! — Disse o homem, voltando para a outra sala.
— E agora o que vamos fazer? — Perguntou Toni.
— Vocês nada! Fiquem aqui e esperem seus amigos voltarem da sala primordial enquanto eu vou ajudar minha equipe a conseguir contatar nossa base e salvar nossas vidas.

Gamabray A Nova Era (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora